Os 7 princípios da adaptação, segundo Bruce Lee

Os 7 princípios da adaptação, segundo Bruce Lee

Última atualização: 02 setembro, 2017

Bruce Lee ficou famoso no mundo inteiro quando se tornou protagonista de filmes que ultrapassaram fronteiras. No entanto, este importante lutador de artes marciais foi muito mais que um galã de Hollywood. Ele se formou muito jovem em Hong Kong dentro do pensamento oriental e por isso também se destacou como filósofo e escritor. Bruce Lee foi doutor em filosofia da Universidade de Washington.

Também foi uma das figuras que começou a despertar o interesse pelas artes marciais no ocidente. Bruce Lee era muito carismático e logo foi visto por muitos como um modelo a ser seguido. Cada uma das entrevistas que concedeu era um verdadeiro capítulo de magia e sabedoria.

“Não é a espécie mais forte nem a mais inteligente que sobrevive, mas a que responde melhor a mudanças.”
-Charles Darwin-

Uma das suas entrevistas mais impactantes foi a última que concedeu e que foi divulgada somente em 2007. Nela, falou sobre a grande importância do conceito de adaptabilidade. Ele o resumiu em uma frase que ficou famosa: “Be water, my friend” (Seja como a água, meu amigo). Sua interessante perspectiva pode ser sintetizada em 7 pontos.

1. Bruce Lee disse que a mudança é o natural

No ocidente, fomos ensinados a fixar um objetivo, alcançá-lo e mantê-lo. Raras vezes estamos preparados para as grandes perdas que a vida traz. Por isso nos queixamos quando o que era deixa de ser ou quando o que estava aqui já não está mais.

Bruce lee

Bruce Lee insistia na importância de entender que nada permanece igual. Tudo está em constante mudança e movimento. Resistir a essa realidade apenas dá origem a sofrimentos. Portanto, entender que tudo muda é a base fundamental da adaptação.

2. Não importam as crenças, mas a realidade

É a realidade que é necessária, não as crenças que temos sobre ela. Muitas vezes nos surpreendemos com algo que acontece e chegamos a pensar que não deveria ter ocorrido assim. Isso corresponde à ideia de que consideramos que a realidade deveria responder a nossas crenças e não ao contrário, que nossos axiomas sobre o mundo devem se formar a partir da realidade.

É impossível fazer uma leitura completamente objetiva e totalmente verdadeira da realidade. Por isso, a forma como “traduzimos” a informação sensorial sempre tem algum tipo de erro. Quando acontece alguma coisa que achávamos impensável, a realidade nos prova que estávamos equivocados.

3. Quando há destruição, também há criação

A realidade flui com sua própria sabedoria. Quando algo acaba ou é destruído, também aparecem as sementes do novo. Se algo foi destruído é porque seu tempo acabou, seu ciclo terminou. No entanto, isso não deve ser visto como algo negativo.

Os 7 princípios da adaptação, segundo Bruce Lee

Para que as coisas possam progredir é necessário que pessoas ou objetos desapareçam, de maneira que possam aparecer outros novos. Afetos, hábitos, situações. Para quem sabe olhar nos escombros daquilo que acabou, o que surge é um conjunto de novas oportunidades e de convites ao novo.

4. Não estamos sozinhos no processo de mudança

Sempre somos influenciados pelo nosso meio e, ao mesmo tempo, exercemos influência sobre ele. Por esse motivo, Bruce Lee dizia que toda mudança individual envolve uma mudança coletiva, e vice-versa. Quando o meio se transforma, também o faz o indivíduo.

Por isso, toda evolução individual também é uma contribuição ao mundo. Ao mesmo tempo, contribuir para que outros evoluam também nos leva ao nosso próprio crescimento. Não se pode separar uma pessoa do grupo social no qual ela se desenvolve.

5. O que existe é um presente em movimento

O presente é a síntese do passado e a semente do futuro. O passado, as lembranças, o que já foi se manifesta no agora de uma forma diferente do que aconteceu. Portanto, já não existe como foi, mas como é no dia de hoje.

Não há futuro possível se o presente não estiver completamente enraizado para poder fluir. O que existe no aqui e agora é a oportunidade de moldar uma semente, não de determinar o futuro. O que está por vir é incerto, por isso o momento atual é a única coisa verdadeira e valiosa.

6. Não há essências nem realidades fixas

No ocidente, fala-se muito sobre a essência das coisas. Parte-se do princípio de que há elementos fixos imutáveis ao longo do tempo, uma concepção que nos dá a sensação de segurança. Por isso, fala-se sobre a essência humana, a essência social e todos esses conceitos que falam sobre realidades estáticas.

Os 7 princípios da adaptação, segundo Bruce Lee

Na filosofia de Bruce Lee esses conceitos não existem. A identidade do ser humano pode mudar completamente. Se uma pessoa é tímida, por exemplo, essa característica não está relacionada a uma essência, mas a uma fase da vida. Futuramente, tudo pode mudar.

7. Não tentar controlar, e sim deixar fluir

As tentativas de controlar a realidade própria ou alheia apenas levam ao sentimento de frustração. De uma forma ou outra, tudo é como deve ser. E todos são como devem ser, pelo menos no momento presente. Ninguém tem controle absoluto sobre o transcorrer da vida. Por isso, como disse Bruce Lee, devemos ser como a água, que se adapta e assume a forma do que encontrar no caminho.

Os ensinamentos de Bruce Lee provocaram um grande impacto no ocidente. Eles representam uma forma de ver a realidade a partir de uma perspectiva diferente da que prevalece na nossa sociedade. Eles não buscam o domínio sobre si mesmo nem sobre os outros, mas prezam pelo respeito à lógica implícita na realidade que sempre é, de alguma maneira, diferente dos nossos desejos.


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