Eu me quebrei em mil pedaços como se fosse feita de cristal

Eu me quebrei em mil pedaços como se fosse feita de cristal

Última atualização: 30 dezembro, 2016

Eu me quebrei em mil pedaços como se fosse feita de cristal. O fato de fingir ser uma pessoa forte foi me rachando por dentro, e agora, ao me conscientizar da dor que sentia, perdi tudo o que havia em mim mesma.

Agora que estou triste, vazia e sozinha, consciente de toda verdade que se escondia por trás das sombras do universo que eu mesma criei para viver o meu sonho, para me proteger, eu entendi o verdadeiro significado da palavra dor. Uma palavra que deixou de ser muda para produzir um som aterrorizante.

A dor já não é mais apenas a união de três letras, não é um ferimento visível: as dores são as esperanças enterradas no túmulo das realidades. Por isso eu me quebrei em mil pedaços, porque a realidade dilacerou a minha alma e os meus sonhos não conseguiram alimentar as minhas ilusões.

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Não vivemos de ilusão, morremos

“Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo do que tenho sido,  
na verdade, poucas coisas levaria a sério”.

– Nadine Stair –

Dizem que não podemos viver de ilusões, em algumas circunstâncias podemos até morrer. Morremos porque nos entregamos à fantasia de um mundo que nós próprios criamos; um mundo no qual, em um futuro próximo, o que hoje é apenas uma ilusão se transformará em realidade. Mas você se esquece das pedras que encontrará no caminho, ou acredita que é muito mais forte do que elas.

As pedras do caminho, obstáculos que abrigamos e fazem parte de nós, do nosso interior. Sim, são barreiras que, muitas vezes, nós mesmos criamos. Porque toda ilusão esconde um lado negro que não quer se mostrar, como se fosse o outro lado da lua.

Eu estou falando sobre essa parte escura, essa parte que a atormenta e você desconhece, essa parte inconsciente que a amarra e a prende contra a sua vontade. Essa parte de você não a deixará avançar. Essa parte que mata, fere e machuca diante de qualquer adversidade.

Porque não são apenas ilusões, mas sonhos e projetos, futuros incertos que queremos tornar realidade. Por isso matam, por isso de ilusões também morremos, porque nem sempre conseguimos realizá-los e se transformam em veneno quando nos apressamos demais. Foi no momento em que eu me dei conta deste fato que me quebrei em mil pedaços e a ansiedade me consumiu.

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O monstro do medo veio me visitar

A ansiedade me consumiu porque o monstro do medo veio me visitar. Mas não era qualquer monstro, era o pior de todos eles: era o medo do fracasso. E diante dele, eu só conseguia tremer.

Eu tremia porque o meu mundo estava desabando e não havia mais futuro para esperar. Eu tremia porque tudo o que eu tinha sonhado não se tornaria realidade. Então, eu me quebrei em mil pedaços, como se fosse feita de cristal, e afiei cada um dos pedaços que sobraram. Enquanto construía a minha arma poderosa eu pensava que ela seria tão assustadora que afastaria qualquer ameaça. Mas, e o sofrimento?

Que ilusão, desfeita e quebrada! Antes da luta é preciso aprender a se curar. o mais forte não é aquele que sabe se defender, mas aquele que se reconstrói sobre uma base sólida e caminha com passos firmes ao encontro dos seus objetivos.

Mas, se eu me quebrei em mil pedaços e tinha medo de falhar, como poderia demonstrar fraqueza e pedir ajuda para me curar? E se eu perdesse mais alguns pedaços? O que eu precisava aprender: me reconstruir ou aprender a lutar?

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Eu me quebrei em pedaços, mas aprendi a me reconstruir

Sim, eu me quebrei em mil pedaços e demorei muito para perceber a minha situação. Eu não era fraca, nunca fui, e ainda assim, eu me machuquei. O medo do fracasso me marcou a fogo e se transformou no maior dos meus medos. Mas não era só isso, era o medo do que as pessoas iriam dizer.

O corajoso não é aquele que luta sem olhar para trás, mas é aquele que reconhece os seus medos e aprende com eles. É aquele que pede ajuda para aprender como enfrentá-los. Eu sou corajosa sim, pedi ajuda e por isso sou muito corajosa.

Com a ajuda eu aprendi que eu era meu próprio obstáculo e meu próprio limite, porque eu mesma fabricava os meus monstros. Eu me quebrei em mil pedaços tentando mostrar aos outros uma imagem que não era real e, assim, criar um mundo cheio de ilusões e sonhos, um mundo com um futuro que era totalmente estranho para mim.

Agora, graças ao aprendizado, vou me recompondo aos poucos. Assim como os vasos quebrados e colados novamente, tenho cicatrizes e imperfeições, mas continuo sendo “eu mesma”. Mas, um novo “eu”, agora livre das pressões e do meu maior medo. O fracasso tem o significado que você lhe dá. Eu aprendi com ele e já não tenho tanto medo.


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