A raiva e o ódio são emoções autodestrutivas

A raiva e o ódio são emoções autodestrutivas

Última atualização: 14 junho, 2016

Uma criança estava sempre de mau humor, sentia ódio e brigava com seus colegas de classe. Certo dia, seu pai sugeriu martelar um prego na porta do seu quarto sempre que ele discutisse com um colega. O menino martelou muitos pregos na porta, mas como isso era um grande esforço, ele parou de discutir com seus colegas.

O pai sugeriu tirar um prego por cada dia em que ele não tivesse se irritado, e a criança assim o fez, mas o pai então mostrou as marcas deixadas pelos pregos na porta e disse para ele: jamais esqueça disso, a raiva e ódio deixam marcas em nossos corações.

A raiva e o ódio como um problema

Uma pessoa pode sentir raiva e ódio como uma reação de irritação ou fúria causada pela indignação de sentir seus direitos violados. Todos nós nos indignamos em alguma ocasião porque aconteceu algo injusto em nosso entorno (um político que tenha agido de forma fraudulenta, uma mulher que tenha sido abusada) e essa indignação diante de uma injustiça é digna de respeito.

Mas o problema surge quando a raiva e ódio são usados como uma cobertura para o nosso medo, para algo que fizemos de errado. Nestes casos, quando a indignação já não tem o objetivo de reagir diante de uma injustiça, torna-se uma simples manifestação de ego, que demonstra a incapacidade de controlar e gerenciar adequadamente nossas emoções.

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A raiva e as suas causas

De acordo com Raymon Novaco, especialista em psicologia da raiva, essa é uma emoção que tem uma importante função comunicativa que nos permite expressar nossas emoções negativas, mas muitas vezes se confunde com a agressividade, que é um comportamento. A fronteira entre elas é, por vezes, complicada.

Novaco argumenta que existem quatro tipos essenciais de provocação que podem ser a causa da nossa indignação:

  • A frustração ou incapacidade de satisfazer uma necessidade ou desejo pode gerar sentimentos de raiva em nós, como por exemplo quando nos confrontamos com uma nota ruim em um teste, ou com uma pessoa que não chega para o seu compromisso.
  • Eventos irritantes como um barulho no andar de cima que não nos deixa dormir, ou até mesmo uma chave que nós perdemos e não encontramos pode gerar fúria.
  • As provocações verbais ou não-verbais, se encaradas como algo pessoal, podem nos deixar com raiva. Um comentário sarcástico de um amigo. Um carro que nos ultrapassa em alta velocidade e ainda usando a buzina.
  • A falta de corretivo e a injustiça, como uma crítica descabida que alguém fez a nós ou um acontecimento injusto como a morte de alguém de forma violenta podem ser outras causas de raiva.

Os sintomas e as consequências da raiva e do ódio

Por trás da raiva e do ódio podemos encontrar a baixa autoestima, a insegurança, a imaturidade emocional, o egoísmo, a impaciência, a falta de tolerância ou a frustração. Atrás de toda raiva excessiva e descontrolada, está sempre uma criança (um ser imaturo e imprudente), frustrada e com medo, de acordo com o psicólogo Bernabé Tierno. Para libertar-se do seu próprio medo, dar ânimo a si mesmo e assustar os outros, a pessoa utiliza a indignação , a fúria e violência destrutiva.

Pode ser um adolescente de 16 anos ou um adulto de 50 ou 70 anos, seus medos o levam a se comportar como uma criança de 3 anos, caprichosa e com medo, que fica com raiva porque tiraram seu brinquedo. A raiva é a armadura com a qual uma pessoa pode proteger-se contra a impotência de que, às vezes, seus desejos possam não ser realizados.

A raiva e o ódio que uma pessoa desenvolve podem ter consequências importantes, como relacionamentos superficiais com outras pessoas ou baseadas no domínio, a necessidade de obediência, culpa e remorso, solidão, falta de empatia com os outros, acreditar que está sempre certo.

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Como agir diante de uma pessoa com raiva

Quando somos o alvo da raiva e do ódio de outra pessoa, o melhor a fazer é afastar-se, mas às vezes não é possível e você pode tomar algumas medidas simples para não deixar que a raiva e o ódio dessa pessoa sejam desagradáveis com você:

  • Não deixe que ela o ataque quando quiser.
  • Não desperdice tempo contradizendo-a.
  • Lembre-se de que você é a pessoa forte e a que está gritando é a fraca.
  • Se a situação está prestes a ficar fora de controle, saia dela e volte para uma reflexão conjunta quando tudo estiver mais calmo.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.