Reduzir a ira para desenvolver a empatia

Reduzir a ira para desenvolver a empatia

Última atualização: 10 julho, 2015

A ira é um problema generalizado que todos experimentamos em algum momento. Lidar com a ira é uma habilidade um tanto complexa, na qual é preciso trabalhar. Aqui, não vamos falar sobre como lidar com ela, e sim sobre como reduzi-la através do desenvolvimento de outra habilidade fundamental: a empatia. A empatia é crucial para reduzir a intensidade e frequência dos ataques de ira.

As pessoas com problemas importantes de ira têm dificuldades com a empatia e o perdão. Contudo, a empatia é uma habilidade que pode ser desenvolvida e cultivada com o tempo. A empatia é em parte inconsciente e automática, mas também é possível fazer uma escolha consciente e desenvolvê-la com a prática.

Empatia consciente

A capacidade de sentir empatia começa no nível do inconsciente. Contudo, é possível desenvolvê-la como habilidade consciente quando uma pessoa é capaz de entender os sentimentos e intenções de outra pessoa. Portanto, é possível treinar de novo o cérebro e ser mais empático com esforço e com uma prática consciente.

Para o desenvolvimento da empatia, as experiências passadas da pessoa dão uma pista importante que facilita um conhecimento preciso, ajudando a compreender o seu mundo interior e seu estado atual.

Quando alguém está chorando, pode-se pensar sobre a sua situação e as coisas que a fazem se sentir triste. Quando você sente a dor do outro, também se sente triste. A experiência de cada um é única, de modo que relacioná-la com a própria experiência pode não ser suficiente: a outra pessoa poderia estar triste por diferentes motivos que você não entende ou sobre os quais não tem conhecimento.

Libertar-se para sentir empatia

Para ser empático, é necessário arejar os preconceitos. A fim de avaliar a dor da outra pessoa, é preciso chegar até ela, conhecer a sua vida, ouvir o que ela tem a dizer, escutar seus sentimentos e manter uma atenção plena no desenrolar da conversa.

Uma vez que a pessoa se abrir, você poderá ser capaz de saber o que é exatamente que a está incomodando. Este tipo de empatia requer um tipo especial de conexão. Um canal que às vezes é difícil de abrir, mas que se torna mais natural com a prática.

Neste contexto, é importante entender que a empatia também implica a compreensão de pensamentos e ações, e não apenas das emoções. Para ser empático é preciso ir além dos sentimentos e também entender a forma de pensar, as intenções e a percepção de mundo da outra pessoa. Isto é o que se chama de preocupação empática.

Portanto, se você está chateado com outra pessoa e quer diminuir a intensidade de tal chateação, é necessário que você desenvolva as duas habilidades: a empatia e a preocupação empática. A empatia reduz a ira, já que elimina os julgamentos negativos. Por sua vez, a preocupação empática também reduz a ira, porque as respostas levam em consideração as necessidades do outro e ajudam a reduzir essas reações viscerais que caracterizam os ataques de ira.

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Compreender o outro

Em resumo, a empatia é uma habilidade que pode ser desenvolvida e melhorada. Quando conseguimos isso, adquire-se uma melhor compreensão do mundo interno da outra pessoa. Graças à empatia é possível reduzir a ira porque é possível ser mais sensível com as dificuldades, problemas ou situações que afetam o outro.

Existe uma correlação negativa entre a empatia e a ira. A ira tende a diminuir a capacidade da pessoa de ser empática. Se você mostrar empatia com a outra pessoa, o mais provável é que você não se chateie com ela. Assim, a empatia tende a inibir a ira e a agressão, facilitando a compreensão e dando coerência aos comportamentos das outras pessoas.

Coerência? Sim, algo que não tem nada a ver com a justificativa e sim com a compreensão das razões que produzem certo comportamento. Desta forma, por exemplo, entender as reações que motivam uma agressão podem ajudar a impedir que esta volte a acontecer.

A capacidade de se acalmar

É preciso considerar que a ira faz com que as pessoas tenham dificuldade em se acalmar, e a calma é fundamental para a empatia, para poder entender de forma eficaz os pensamentos, sentimentos e intenções do outro. Desta forma, ao mostrar empatia para com outra pessoa, é possível diminuir as reações violentas.

Quando a pessoa está chateada e o seu coração bate muito forte é difícil considerar os seus pensamentos, sentimentos e intenções. Isso, por sua vez, intensifica a ira e faz que julgue-se mal a outra pessoa. Isso faz que se dê uma etiqueta a essa pessoa, de modo que todas as suas ações serão vistas à luz dessa crença equivocada. Por isso também é importante trabalhar nas suas etiquetas e ser mais objetivo para cultivar a empatia e a preocupação empática.

Por outro lado, as pessoas irritadas tendem a multiplicar a sua hostilidade porque sentem o desejo de castigar os que fizeram com que ela se chateasse. Em vez de procurar consolar a outra pessoa, mostram essa ira e hostilidade e querem vingança. Isso interfere na preocupação empática. Neste sentido, algumas pessoas manifestam a ira como uma forma de evitar se sentirem tristes pela dor da outra pessoa.

Diferenças nas formas de reagir

Existem diferenças individuais em como as pessoas reagem às provocações de ira e reações agressivas. Algumas pessoas têm uma melhor capacidade para lidar com a ira do que outras. Têm uma maior capacidade de perceber a dor, a vergonha, a culpa, a tristeza, a solidão e os temores que as chateiam.

Essas pessoas são capazes de colocar-se nos seus sapatos e de entender a sua perspectiva, de controlar as suas reações e ter empatia com a pessoa que está revoltada. Podem se relacionar melhor com a pessoa chateada e têm uma maior capacidade de se dar bem com os outros.

Contudo, outras pessoas são mais sensíveis e interiorizam muito as revoltas. Também tendem a se retirar daquilo que para elas é desagradável, inibindo a expressão dos seus sentimentos e, portanto, se afastando de uma comunicação assertiva.

A chave para reduzir a ira

Uma vez que tenhamos desenvolvido a capacidade de compreender a dor dos outros e a dinâmica subjacente dos comportamentos de ira de outra pessoa, será mais fácil enfrentar essa reação e se dar bem com ela.

Estar na defensiva e justificar a revolta pode ser contraproducente e não fará de você uma pessoa empática. Procure escutar os sentimentos das outras pessoas e mostre sensibilidade para desenvolver a empatia e a preocupação empática.

A vida é muito curta para desperdiçá-la estando constantemente chateado e sendo agressivo. A vingança ou a sensação de estar por cima dos outros não traz nada de bom. Para conseguir controlar essa ira que este tipo de circunstância provoca, a chave está em desenvolver as habilidades necessárias para o trato com os outros.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.