Se seus planos não agradam, vá sozinho

Se seus planos não agradam, vá sozinho

Última atualização: 25 novembro, 2016

Se seus planos não agradam, se seus sonhos não se encaixam nos moldes de outra pessoa, vá sozinho. Alguém irá te encontrar. Porque às vezes é necessário dar um fim a uma história ruim para permitir que um destino novo nos encontre. Pense que o importante é avançar sendo protagonistas do nosso próprio percurso.

Dizia Carl Gustav Jung que a nossa visão será sempre muito mais clara se ao invés de olhar para o exterior, começarmos a olhar para o nosso coração. Porque quem olha para fora “sonha”, mas os que atendem o seu interior “acordam”. Outra coisa que também sabemos é que acordar, às vezes, é doloroso: implica ter que se desapegar de muitas coisas que temos agora.

Muitas vezes esquecemos que a vida, na realidade, é uma viagem. Um trajeto dinâmico no qual a permanência é falsa, no qual o presente não deixa de ser efêmero. Uma realidade que gera incerteza e contra a qual tentamos ganhar segurança, muitas vezes a qualquer preço.

Às vezes nos apegamos à permanência desses campos estéreis. Uma terra árida onde crescem apenas ervas daninhas e à qual nos apegamos apenas por nos sentirmos seguros, ligados às raízes de algo ou alguém que nos oferece o que chamamos de amor, respeito ou felicidade.

Temos medo de “avançar” em solidão quando mais precisamos de alguém, tememos que a melancolia nos abrace, que o fracasso nos receba e que as realidades encontradas não se harmonizem com as expectativas que criamos. Mas devemos ter algo sempre em mente: avançar também é “desabraçar” presentes que nos machucam. É caminhar pelo caminho do desapego levando a nossa mochila com outros planos e outros ventos que, mais cedo ou mais tarde, irão começar a aparecer no horizonte…

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Os bons planos implicam cruzar a linha do medo

Há um antigo provérbio inglês que diz que “quem nunca errou nunca se atreveu a viver”. Isso é algo que ocorre com bastante frequência. Há quem opte por se contrair na inércia das rotinas para não assumir riscos. Porque o mau conhecido será sempre melhor do que o bom por conhecer.

Porque é mais adequado agir como os outros esperam do que surpreender sendo a ovelha negra. Ajustar-se às expectativas dos outros e ligar o piloto automático nos garante essa sensação de segurança. Uma poltrona livre na primeira fila do cinema do qual não se assumem riscos, onde não há que enfrentar consequências inesperadas.

Sair da zona de conforto significa, efetivamente, passar antes pelo muro do medo. E nem todos estamos preparados para isso, mas por que não?  Fiona Lee , doutora em Psicologia Social pela Universidade de Michigan, concluiu através de um interessante trabalho que as pessoas têm medo, acima de tudo, de fracassar.

Todos temos planos grandes e interessantes em mente que quase nunca colocamos em prática. Temos medo, as opiniões dos outros nos incomodam e tememos, acima de tudo, fracassar. Dizemos a nós mesmos que “o nosso trem já passou”, enquanto saímos olhando fixamente no reflexo de uma janela. Fazemos isso nos perguntando o que teria sido de nós se tivéssemos dado esse passo. Se tivéssemos colocado esse plano em prática.

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Não é fácil. Na verdade, através dos estudos da doutora Lee, foram demonstrados aspectos muito interessantes. As empresas baseadas na inovação de produtos, por exemplo, levam muito em conta o fato de que as pessoas não gostam de mudanças. Pelo menos não de mudanças bruscas. Uma mudança é a ruptura do que está estabelecido e, portanto, implica medo, desconfiança e fracasso.

O nosso cérebro também não gosta de mudanças. Sua função é garantir a nossa sobrevivência, por isso ele nos sussurra que “é melhor não sair da sua zona de conforto“. No entanto, em certas ocasiões é preciso fazer isso. Devemos dar o passo e cruzar a linha do medo.

Sonhos vitais, planos e mares turbulentos

Se ninguém gosta dos seus planos, não os mude. Não deixe que mentes quadradas façam você cair nestes círculos viciosos baseados na infelicidade. Afinal, e de alguma forma, todos nos transformamos em Ulisses perdidos no mar da vida ansiando encontrar com nós mesmos. Sonhando alcançar uma Ítaca onde abraçar a calma, a felicidade e a realização dos nossos planos.

É hora de propiciar a mudança e dar forma aos seus sonhos. A seguir explicamos como você pode fazer isso.

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Chaves para dar forma aos nossos planos

Estamos confiantes de que até este momento da sua vida você já adiou uma infinidade de planos. Tantos que você nem consegue se lembrar de todos. No entanto, lembre-se: quem adia seus objetivos, desejos ou sonhos por medo, não vive. Quem “calça” os sapatos de outras pessoas fica sem pés para caminhar. Quem oferece ar para que os outros respirem esquece que também tem que respirar.

Mude o foco, cruze a linha do medo do fracasso.

  • Entenda que a vida é uma viagem. Que avançar por novos caminhos é a sua única oportunidade para se transformar, para conquistar a si mesmo.
  • Compreenda que todos nós somos órfãos buscando o nosso espaço neste mundo. Se você se ancora a planos que não são seus, então você será um eterno náufrago.
  • Nesta viagem você irá viver decepções, fracassos e traições. No entanto, como todo bom náufrago, você não deve deixar de olhar para o horizonte. Em cada sofrimento você deve avançar. Em cada perda, também. Sempre que você tiver um sonho em mente poderá contar com o fôlego para alcançar seu objetivo.
  • Lembre-se de que a sua mente é especialista em criar falsas ilusões. Ela fará você ser complacente para se encaixar, fará você dizer “sim” quando deseja gritar um “não”.
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Tome consciência e faça da sua autoestima a sua melhor arma. Ouça a sua intuição, essa voz sábia, esse perfume das suas essências que age como a sua melhor bússola vital. Nunca é tarde para dar forma aos seus sonhos, aos seus planos. Mesmo que às vezes não haja mais remédio do que colocá-los em prática sem a companhia de ninguém.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.