A síndrome FOMO: sentir angústia por estar perdendo algo

A síndrome FOMO: sentir angústia por estar perdendo algo
Fátima Servián Franco

Escrito e verificado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Hoje em dia, nos relacionamos tanto de forma online quanto offline. Com a popularização das novas tecnologias e, especialmente, das redes sociais, o meio digital tem se constituído como um novo espaço de interação. Neste novo mundo digital, a síndrome FOMO, sigla para “fear of missing out”, está ganhando terreno.

Este novo transtorno se caracteriza por um medo social que sempre existiu: a exclusão. Trata-se da sensação amarga de sentir que nós estamos perdendo algo que os outros estão aproveitando. Este sentimento começa com uma simples percepção, que vai crescendo e nos tortura, até um ponto em que precisamos nos manter sempre conectados à Internet para que nada passe despercebido.

Saber que nossos amigos vão fazer algo, ou que eles têm um programa melhor que o nosso, faz com que surja a sensação de estarmos perdendo algo, e de que nossas vidas são menos interessantes que a deles. Graças aos celulares e à rapidez das redes sociais, esta sensação de alerta e medo se transformou em um companheiro habitual da vida de muitas pessoas.

A causa deste fenômeno é o fato de estarmos continuamente conectados à internet. Com as novas tecnologias, este transtorno atinge novas dimensões, que demandam a análise de sociólogos, psicólogos e, inclusive, médicos. Vamos nos aprofundar nesse assunto.

“A diversão pode ser a sobremesa de nossas vidas, mas nunca pode ser o prato principal”.
– Harold Kushner –

Mulher angustiada no celular

Você não pode se divertir só porque os outros também estão se divertindo?

Imagine o seguinte: você está em casa tranquilo durante um sábado à noite, curtindo um bom filme, um bom livro ou uma boa conversa. Então, você entra no Facebook e vê que seus amigos estão viajando, ou jantando em um restaurante renomado. Se isso faz você se sentir angustiado, então está sendo vítima da síndrome FOMO.

Todas as pessoas, em um determinado momento, podem ser vítimas de algo similar e ter a angustiante sensação de estar perdendo algo. Até aí, tudo isso é bastante normal, mas quando qualquer bom momento se anula ao descobrir que algum amigo está se divertindo fazendo algo que nós desconhecemos, temos um problema.

As redes sociais, nas quais só são relatadas coisas boas, estão se transformando em um novo elemento de agonia. O consumismo, o fato de querermos sempre algo que não temos, e que acreditamos ser imprescindível para a nossa felicidade, se une à angústia de saber constantemente que estamos perdendo algo.

“Existem dois tipos de homens: os que pensam e os que se divertem”.
– Charles Louis de Secondat –

Jovens mexendo no celular

A síndrome FOMO impulsionada pelas novas tecnologias

Nós poderíamos dizer que este medo de perder algo sempre existiu. No entanto, devido aos smartphones e à onipresença das redes sociais, ele se transformou em algo mais, em uma motivação humana fundamental devido a nossa necessidade de pertencimento.

Ser membro de um grupo é importante para a identidade social, um componente chave da autoestima. É por isso que as redes sociais, entre elas o Facebook, o Instagram e o Twitter, têm um papel fundamental nas relações entre os indivíduos.

Graças às novas tecnologias sempre sabemos o que as outras pessoas estão fazendo e, portanto, o que nós estamos perdendo. É isso que gera a síndrome FOMO, que provoca ansiedade, e uma sensação de falta de adaptação ou exclusão.

Segundo um estudo, 3 em cada 10 pessoas com idades entre 13 e 34 anos já experimentaram essa sensação e, geralmente, ela acontece quando veem os seus amigos fazendo coisas para as quais não foram convidadas. Isso também acontece com você?

“O afã de não perder nada é muito absorvente e, por isso, valoriza-se cada vez mais a eficiência, buscando ferramentas e atalhos para conseguir uma maior produtividade em menos tempo”.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.