Usar o Facebook reduz o bem-estar emocional

Usar o Facebook reduz o bem-estar emocional
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

As redes sociais são uma das melhores invenções dos últimos anos. Em menos de uma década, elas transformaram nosso modo de nos relacionarmos e, de alguma forma, também nossos hábitos de vida. Quase sem perceber, as integramos em nossa rotina diária. E embora existam muitos tipos, sem dúvida a maioria das pessoas que conhecemos está acostumada a usar o Facebook.

O projeto que começou como uma pequena página para permitir que estudantes universitários conhecessem seus colegas de faculdade se tornou uma parte fundamental da vida de muitas pessoas. Desde uma plataforma para entrar em contato com velhos amigos até uma estratégia fundamental para um número cada vez maior de negócios, o Facebook chegou para ficar.

No entanto, nem tudo é tão bonito quanto parece à primeira vista. Um estudo realizado pelo cientista Morten Tromholt na Universidade de Copenhaguen, em 2015, e publicado na revista Cyberpsychology, Behavior and Social Networking afirma que o uso excessivo de Facebook afeta de forma negativa a nossa saúde emocional.

Apesar disso, o Facebook continua ocupando um lugar central no nosso dia a dia. Agora, deveríamos nos preocupar com a forma como usamos essa rede social? Ou, pelo contrário, se trata apenas de um alarme falso? A ciência parece indicar que devemos aprender a usá-la melhor. Vamos nos aprofundar.

Como usar o Facebook reduz o bem-estar emocional?

Como dissemos, o uso excessivo do Facebook está relacionado a maiores níveis de mal-estar emocional. A seguir, explicaremos como isso nos influencia.

O uso excessivo do Facebook reduz o bem-estar emocional e afeta o nosso cérebro.

1- Faz com que nos comparemos com os outros

Se você usa o Facebook com frequência, sabe que a maioria das pessoas não o usa para enviar fotos sem importância do seu dia a dia. Pelo contrário, essa rede social é uma vitrine das experiências mais incríveis que os outros experimentam. Algo como um teatro de felicidade em que só se mostra o que se pensa que será mais valorizado pelos outros, e os likes são os aplausos do sucesso.

Curtidas nas redes sociais

Então, cada vez que abrimos o Facebook, podemos encontrar amigos que viajam o mundo com uma mochila, pessoas fazendo atividades interessantes, paisagens deslumbrantes… E enquanto isso, estamos sentados em casa, olhando com inveja a vida dos outros.

Diante deste cenário, um dos comportamentos mais comuns é se comparar com os outros. O problema é que essa comparação não é realista, porque no Facebook só vemos os melhores momentos da vida de outras pessoas. Por esse motivo, se você acha que a sua vida não é boa o suficiente quando estiver usando o Facebook, pergunte a si mesmo se não o está usando demais.

2- Provoca apatia

Um dos fenômenos mais estudados na psicologia é o desamparo aprendido. Ele se refere ao sentimento de incapacidade que é experimentado quando se quer deixar uma certa situação que produz desconforto e dor e não se consegue.

Alguns estudos revelam que o Facebook reduz o bem-estar emocional das pessoas, mostrando diversas situações horríveis que não podemos fazer nada para mudar. Por exemplo, notícias sobre catástrofes, crimes, situações pessoais muito negativas… A partir disso, em muitas ocasiões, experimentamos estados de falta de motivação, interesse e entusiasmo.

3- Nos satura de informação

Como se os dois pontos anteriores não fossem suficientemente preocupantes, nos últimos anos tem sido investigada uma nova variável: o efeito do excesso de informação no cérebro.

Mulher estressada na internet

Nossa mente evoluiu em um ambiente no qual a informação era escassa. Por isso, nosso cérebro não está preparado para trabalhar com a grande quantidade de dados que podemos acessar no mundo moderno. Assim, o Facebook reduz o bem-estar emocional de seus usuários, bombardeando-os com ideias desconexas que fazem com que, depois de utilizá-lo, se tornem apáticos e sem energia.

Além disso, esse excesso de informação pode causar um aumento nos níveis de ansiedade e estresse dos usuários regulares da rede social. Inclusive, de acordo com a revista Behavioral Brain Research, o uso contínuo do Facebook pode reduzir a massa cinzenta do cérebro.

Como vemos, usar o Facebook excessivamente tem consequências que podemos evitar se fizermos um uso consciente e moderado dessa rede social. Portanto, se você perceber que sua atenção está diminuindo ou que o desconforto o inunda toda vez que você visita o Facebook, talvez uma redução das horas que você passa nesta rede social seja uma boa ideia.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.