Para que serve o teste de matrizes progressivas de Raven?
O teste de matrizes progressivas de Raven é um dos instrumentos mais utilizados para medir o raciocínio analógico, a capacidade de abstração e a percepção. Assim, suas 60 perguntas permitem avaliar o fator “g” de inteligência proposto por Spearman, os processos mentais e cognitivos mais gerais onde geralmente damos uma resposta mais ou menos efetiva aos problemas cotidianos.
A maioria de nós já fez esse teste em uma ou outra ocasião. Costuma ser aplicado nas escolas e também nas provas de seleção de pessoal. Hoje em dia é normal que ele faça parte das provas psicotécnicas efetuadas nos processos seletivos para as mais variadas profissões.
Dado seu contexto de aplicação, é possível que muitas vezes vejamos esse teste como algo incômodo, como um inimigo já conhecido que nos desafiou em diferentes momentos de nossa vida, seja por motivos acadêmicos ou profissionais. Contudo, também existem pessoas que têm um profundo interesse por este teste de matrizes progressivas de Raven, porque se divertem resolvendo esses pequenos enigmas, identificando padrões, resolvendo séries, afinando percepções e abstrações…
Seja como for, existe algo muito claro. A medição do QI (Quociente de inteligência) continua sendo a mais usada na atualidade e na maioria de nossos contextos. Independentemente de aceitamos ou não a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner, no dia a dia prioriza-se muito mais a visão unitária da inteligência que mede o ser humano pelas suas capacidades de raciocínio lógico, de resolução de problemas ou de pensamento crítico.
O teste de matrizes progressivas de Raven tenta ir além, medindo o raciocínio abstrato e a inteligência fluída proposta por Cattell que nos permite resolver os problemas mais cotidianos. Talvez no futuro as coisas mudem e os testes psicotécnicos se articulem de outra maneira, sendo mais plurais.
Entretanto, cabe dizer que ambos os instrumentos têm seu interesse e muita utilidade. Vejamos detalhadamente.
Para que serve o teste de matrizes progressivas de Raven?
O teste de Matrizes Progressivas foi criado por J. C. Raven em 1938 para medir o fator “g” da inteligência. O formato desse teste psicométrico tinha um objetivo: avaliar os oficiais das forças armadas americanas. Porém, logo em seguida verificou-se sua utilidade e sua validez para avaliar a inteligência em geral, independentemente dos conhecimentos adquiridos.
Benefícios do teste de matrizes progressivas de Raven frente a outros testes
- Pode ser aplicado em crianças e adultos, sem levar em conta seu nível cultural ou se a pessoa tem problemas comunicativos ou motrizes.
- É uma prova muito econômica na hora de ser administrada.
- Em geral, costuma ser interessante e entretêm a maioria das pessoas (existe envolvimento e motivação).
- Exige uma atenção “gestáltica”(doutrina que defende que, para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o todo). Assim há um raciocínio analógico onde a pessoa deve aplicar uma conduta exploratória, outra comparativa e utilizar ao mesmo tempo várias fontes de informação para completar as matrizes.
Um dos maiores benefícios do teste de matrizes progressivas de Raven é a rapidez com que obtemos uma informação válida sobre o funcionamento cognitivo de um adulto ou de uma criança.
Por outro lado, cabe dizer algo importante. O próprio criador do teste, John Raven, deixou claro que essa prova não deveria ser utilizada de forma exclusiva para medir a inteligência de uma pessoa. Devem ser utilizadas outras fontes de informação, de maneira que a avaliação possa ser muito mais profunda e seus resultados mais consistentes.
Como se realiza o teste de matrizes progressivas de Raven
A prova é composta por 60 perguntas de múltipla escolha, organizadas por diferentes níveis de dificuldade. É utilizada, como já sabemos, uma série de figuras geométricas abstratas e incompletas, confusas e desorganizadas, que a pessoa deve resolver, tentando dar um significado em um simples olhar.
Em geral, o tempo para realização do teste é de 45 minutos, suficiente para que a criança ou o adulto ponha em prática o que conhecemos como capacidade de dedução. Trata-se de um processo que se caracteriza pelo seguinte:
- A capacidade dedutiva se baseia em encontrar relações e correlações quando o que temos diante de nós é um tipo de informação que, à primeira vista, está desorganizada.
- Esse tipo de habilidade intelectual requer que façamos comparações, deduções, representações mentais, que apliquemos o raciocínio analógico e o principio da lógica.
Tudo isso forma o fator “g” definido por Charles Spearman e considerado um preditor válido da inteligência em geral.
Para concluir, o teste de matrizes progressivas de Raven é um instrumento não-verbal, não-manipulativo, cujas pontuações não dependem do nível educativo nem da experiência da pessoa. Tudo isso o torna, sem dúvida, uma opção bastante interessante, além de ser útil para certos contextos onde se deseja ter uma informação prévia sobre a inteligência “em geral” de alunos ou candidatos a uma determinada categoria profissional.
Sua facilidade de aplicação e a baixa dificuldade para obter um resultado das respostas que a pessoa tenha dado faz com que, gostando ou não, ele esteja presente na maioria de nossos contextos sociais.