Quais são os tipos de orientação sexual?

Quais são os tipos de orientação sexual?
Fátima Servián Franco

Escrito e verificado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Você sabe quais são os tipos de orientação sexual que existem?

Na fase de adolescência, de 12 a 16 anos aproximadamente, se desenvolvem a orientação sexual e os sentimentos de atração interpessoal. A maioria dos seres humanos sente atração pelo sexo oposto, uma menor proporção pelo mesmo sexo, e outros a sentem por um sexo ou outro.

Nesse sentido, seja qual for o caso, a atração interpessoal é condicionada por fatores biopsicossociais. Isso se torna evidente quando uma emoção é tão poderosa que nos faz escolher uma ou outra pessoa, por essa mesma emoção, mesmo quando essa escolha é pouco compreendida ou normativa.

O comportamento sexual é complexo. Nos tipos de orientação sexual, não intervêm apenas os aspectos relacionados com o comportamento, mas também influenciam outros como a idade, a situação, as fantasias e as afeições. A APA, Associação Americana de Psicologia, afirma que qualquer conduta sexual que não prejudique fisicamente ou espiritualmente o indivíduo, seu parceiro ou terceiros deve ser considerada uma variante sexual e, portanto, deve ser respeitada.

“No que diz respeito à questão dos relacionamentos, minha visão geral é de que a liberdade significa liberdade para todos. As pessoas devem ser livres para entrar em qualquer tipo de relacionamento que queiram”.
-Dick Cheney-

Tipos de orientação sexual

A orientação sexual se refere a um padrão de atração sexual, emocional ou amorosa para um certo grupo de pessoas definido pelo seu sexo. A orientação sexual e seu estudo podem ser divididos em quatro grupos principais.

Seriam heterossexuais aquelas pessoas que sentem atração por pessoas do sexo oposto. Homossexuais, aquelas pessoas que se definem como pessoas atraídas por pessoas do mesmo sexo. Bissexuais, aquelas pessoas que sentem atração por pessoas de ambos os sexos. Finalmente, como assexuais, pessoas com falta de orientação sexual.

Embora a principal dicotomia na sexualidade continue sendo a  heterossexualidade – homossexualidade, a heterogeneidade em termos de tipos de orientação sexual é cada vez maior e o nascimento de uma nova terminologia é constante. Entre essas novas tendências, encontramos aquelas que se baseiam em fenômenos subjetivos, como:

  • Pansexualidade. Também denominada como omnisexualidade, polisexualidade ou trisexualidade. É uma orientação sexual caracterizada pela atração sexual ou romântica por outras pessoas, independentemente do sexo e gênero destas. Portanto, os pansexuais podem se sentir atraídos por homens, mulheres e também por aquelas pessoas que não se sentem identificados com seu gênero, incluindo assim, por exemplo, os intersexuais, transexuais e intergêneros.
  • Demisexualidade. A demisexualidade é descrita como o aparecimento da atração sexual apenas em alguns casos em que anteriormente se estabeleceu um forte vínculo emocional ou íntimo.
  • Lithsexualidade. As pessoas com esse tipo de orientação sexual sentem atração por outras pessoas, mas não sentem a necessidade de serem correspondidas.
  • Autosexualidade. Atração que se sente por si mesmo. Pode ser entendida como uma maneira de alimentar o afeto ou o amor próprio.

Os rótulos que aludem a esses tipos de sexualidade não nascem do campo da psicologia ou da biologia, como nascem a heterossexualidade e a homossexualidade. Aparecem como parte de um movimento social a favor da igualdade, para reivindicar e dar visibilidade às diferentes formas de viver a sexualidade.

Nesta seção não incluímos as pessoas transexuais, porque a orientação sexual de uma pessoa transexual independe de sua orientação de gênero. Por exemplo, uma pessoa que nasceu com o sexo masculino pode se identificar como mulher e ser lésbica ou ser heterossexual.

“Seja quem você é e diga o que sente, porque aqueles que se incomodam não se importam, e aqueles que se importam não se incomodam”.
-Dr. Seuss-

Etapas históricas da diversidade sexual

A sexualidade é uma construção social, de modo que as interpretações sobre as expressões da sexualidade em diferentes contextos e etapas da história da humanidade não podem ser baseadas em referentes e concepções contemporâneas. Assim, por exemplo, o papel desempenhado pelos valores religiosos e morais tem tido uma grande influência na construção da opinião pública sobre as diferentes orientações sexuais ao longo da história, dando lugar em muitos casos à estigmatização e até à negação.

A luta pelo respeito pela diversidade sexual constitui hoje um desafio de coletividades, no qual o reconhecimento da variabilidade sexual e cultural é central. O próprio conceito de diversidade sexual representou um intenso debate a respeito da visibilidade das identidades e categorias estabelecidas.

Os detratores das uniões afetivas homossexuais se baseiam na questionável hipótese de que a homossexualidade não é natural. Nos últimos anos, há cada vez mais biólogos que examinam com objetividade a sexualidade homossexual em animais. A diversidade na orientação sexual foi encontrada em mais de 450 espécies de animais, a homofobia em apenas uma. Então, qual delas é menos natural?

“Sou homossexual. Como e por que eu sou são perguntas desnecessárias. Assim como querer saber por que meus olhos são verdes.”
-Jean Genet-

Referências bibliográficas

APA, A. A. D. P. (1983). Manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais ([DSM-IV]).

Ardila, R., & Ardila, R. (1998). Homossexualidade e psicologia.

Castañeda, M., & Castañeda, M. (1999). A experiência homossexual: Para compreender a homossexualidade de dentro e de fora.

Cortés Alfaro, A., Pérez Sosa, D., Aguilar Valdés, J., Valdés Hernández, M. M., & Taboada Fernández, B. (1998). Orientação sexual em estudantes adolescentes. Revista Cubana de Medicina Compreensiva Geral, 14 (5), 450-454.

Jávega, C. C. (2001). Discriminação e orientação sexual do trabalhador. Editorial Lex Nova.

Nouselles, A. M. (2004). De Sodoma a Chueca: uma história cultural da homossexualidade na Espanha no século XX. Egales

Ortiz-Hernández, L. (2005). Influência da opressão internalizada sobre a saúde mental de bissexuais, lésbicas e homossexuais. Saúde mental, 28 (4), 49.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.



Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.