
As frases de Alan Watts são um convite à reflexão mais profunda, aquela na qual o tudo e o nada são uma combinação perfeita para descobrir aquilo que é impossível capturar com as palavras. São enunciados capazes de abalar nossa…
O álcool, uma substância psicoativa com propriedades causadoras de dependência, tem sido amplamente consumido em muitas culturas durante séculos. No entanto, o consumo prejudicial dessa substância carrega um pesado ônus social e econômico para as sociedades. Além disso, existem várias patologias mentais associadas ao seu consumo. Um deles é o transtorno causado pelo consumo de álcool.
Recentemente, foram estabelecidas relações causais entre o consumo nocivo e a incidência de doenças infecciosas, como a tuberculose e o HIV. Por outro lado, o consumo de álcool por uma gestante pode causar síndrome alcoólica fetal e complicações pré-natais. Como vemos, o álcool pode causar sérios problemas na pessoa que o consome de forma descontrolada.
O consumo de álcool é um fator causal em mais de 200 doenças e transtornos. Está associado ao risco de desenvolver problemas de saúde mental, incluindo o alcoolismo.
Além disso, existem importantes doenças não transmissíveis tais como a cirrose hepática, alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares relacionadas ao seu consumo descontrolado, traumatismos e acidentes de trânsito. Além disso, o álcool afeta a evolução dos transtornos com os quais muitas pessoas sofrem.
O transtorno causado pelo consumo de álcool é definido como um agrupamento de sintomas comportamentais e físicos. Entre eles destacam-se a abstinência, a tolerância e o intenso desejo de consumo.
A abstinência de álcool é caracterizada por sintomas que se desenvolvem entre 4 e 12 horas após a redução do consumo, após a ingestão de forma prolongada e intensa. Como a abstinência pode ser muito desagradável, as pessoas podem continuar consumindo para evitar ou aliviar seus sintomas.
Alguns desses sintomas podem durar meses com baixa intensidade e resultar em uma recaída. Uma vez que se desenvolve um padrão repetitivo e intenso de consumo, as pessoas com transtorno causado pelo uso de álcool podem gastar muito tempo obtendo e consumindo bebidas alcoólicas.
Por outro lado, após um consumo contínuo de quantidades similares de álcool, ocorre um efeito menor, portanto, a pessoa precisa aumentar sua dose para conseguir sentir o efeito inicial. Essa perda de sensibilidade e a necessidade de aumentar a quantidade de álcool caracterizam a tolerância.
O desejo intenso pelo consumo de álcool é evidenciado por uma grande urgência ou necessidade de beber que dificulta o pensamento em qualquer outra coisa. Ou seja, a mente do alcoólatra se encontra totalmente focada em beber.
Assim, o rendimento acadêmico e de trabalho vai se deteriorando, seja pelos efeitos do consumo ou pela intoxicação no local de trabalho ou de estudo. Outras consequências são a negligência tanto do cuidado das crianças quanto das responsabilidades domésticas. Além disso, é comum o absenteísmo acadêmico e de trabalho.
A pessoa pode consumir álcool em circunstâncias perigosas (por exemplo, ao dirigir um carro, operar máquinas…) e inclusive, podem continuar com o consumo apesar de saber que isso lhes causa problemas significativos a nível físico, psicológico e social.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) estabelece uma série de critérios para diagnosticar esse transtorno. Esses critérios são os seguintes:
Padrão de problema do consumo de álcool que provoca uma deterioração ou desconforto clinicamente significativo e que se manifesta em pelo menos dois dos seguintes eventos dentro de um período de 12 meses:
O transtorno causado pelo uso de álcool geralmente é associado aos mesmos problemas causados pelo consumo de outras substâncias (por exemplo, a cannabis, a cocaína, a heroína, as anfetaminas, os sedativos, os hipnóticos ou os ansiolíticos). Os fatores de risco são os seguintes:
Por outro lado, também pode-se consumir álcool para aliviar os efeitos indesejados de outras substâncias ou para substituí-las se não estiverem disponíveis.
Como vemos, o consumo excessivo de álcool é problemático e pode se tornar um transtorno se uma série de critérios for atendida. No entanto, esse transtorno tem uma solução. Procurar um especialista é o mais recomendado. Ele poderá explicar quais são os diferentes tipos de tratamentos disponíveis e qual deles se adapta melhor às circunstâncias de cada pessoa.