A tristeza não é ruim

A tristeza não é ruim

Última atualização: 30 setembro, 2016

Quando vezes alguém disse “não chore” quando tudo o que você queria fazer era apenas chorar? Quantas vezes você fingiu “estar bem” enquanto estava sofrendo por dentro? Quando vezes lhe disseram “não fique triste” quando a tristeza o dominava? O que acontece com a tristeza que desagrada tanto aqueles que não estão tristes? É tão ruim estar triste?

Do ponto de vista teórico, a tristeza é uma emoção básica que não é nem boa e nem ruim. Na prática, estar triste não é ruim, pelo contrário, é muito saudável porque estamos expressando um sentimento que de outra forma seria bloqueado. A tristeza acontece quando a dor é liberada, porque se ela não for liberada se aprofunda e nos faz sofrer muito mais.

“Acolherei a felicidade porque ela preenche o meu coração, mas também suportarei a tristeza porque ela revela a minha alma.”
-Og Mandino-

A tristeza não é algo ruim

Evitar a tristeza não fará desaparecer o motivo da sua dor, por mais que alguém lhe diga “não fique triste” e você tente mostrar o seu rosto mais alegre. É claro que o otimismo e o bom humor ajudam a lidar com uma situação dolorosa, mas forçar um estado de ânimo alegre ou dissimular a dor não é a solução.

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Na realidade, a tristeza só é ruim quando se transforma em um hábito, quando você se acomoda e a usa como uma forma de evitar enfrentar os seus problemas. Mas tudo na vida tem o seu tempo e podemos passar por momentos difíceis: negar a tristeza não ajuda a liberar a dor.

Respeitar a própria tristeza e a dos outros é a única forma de deixá-la ir sem pressões e julgamentos. Os sentimentos são o que são, e ninguém tem o direito de lhe dizer como você deve se sentir ou expressar a sua dor.

Na verdade, não conseguir lidar com a tristeza de uma forma natural faz com que muitas pessoas expressem a sua dor de uma forma muito perigosa. Nesses casos, percebemos o quanto é importante a inteligência emocional, o tipo de diálogo e o carinho que temos com nós mesmos.

“Ria e o mundo rirá com você; chore e o mundo lhe dará as costas e o deixará chorar sozinho”.
-Charles Chaplin-

Por que a tristeza é mal vista?

O problema é que não gostamos de ver as pessoas tristes. Por quê? Será que nos sentimos impotentes, culpados ou responsáveis? Ficamos entristecidos e não queremos nos sentir assim? Nos faz lembrar que a vida não é um mar de rosas? Não importa a razão, mas nos sentimos desconfortáveis com a tristeza alheia.

Além disso, normalmente nos sentimos desconfortáveis em mostrar que estamos tristes em público, como se isso prejudicasse os outros ou mostrasse a nossa fragilidade. A tristeza não é bem aceita e as pessoas acreditam que devemos superar as adversidades e seguir em frente. Mas uma coisa não elimina a outra. Você pode ser corajoso, seguir em frente e ao mesmo tempo desabafar a sua dor.

“As lágrimas curam a dor.”
-Ramón Gómez de la Serna-

É mais fácil suportar a dor quando respeitamos a sua natureza

Todo mundo já se sentiu triste alguma vez na vida e por experiência própria sabemos que é mais fácil superar a dor quando deixamos que ela flua. Chore se sentir necessidade ou busque a solidão se isto trouxer alívio. Quanto mais tentamos dissimilar a dor, mais difícil se torna a superação.

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Quando você deixa a tristeza fluir, os seus mecanismos de defesa passam a atuar efetivamente. Algumas pessoas são capazes de fazer piadas, rir e ser otimistas, sem deixar de chorar e ficar triste, mas isso depende do temperamento de cada um.

Existem pessoas que precisam de um momento de choro e solidão para liberar a sua tristeza e, em seguida assumem as suas responsabilidades e começam a pensar de forma mais racional. Outros precisam de mais tempo ou da companhia dos seus entes queridos. De fato, talvez a tristeza seja uma das emoções que provoca os mais diferentes comportamentos. Cada pessoa reage de uma forma.

Seja como for, é importante respeitar a forma como cada um tenta superar os seus momentos difíceis. A negação pode ser útil para amortecer a dor que chegou repentinamente e toma conta da nossa vida.

 


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