Tudo tem um final

Tudo tem um final

Última atualização: 04 maio, 2016

O trabalho termina, o amor acaba, a existência chega ao fim, porque tudo, mais cedo ou mais tarde, chega ao final. Tudo na vida é temporário, e acreditar que as coisas são “eternas” geralmente nos causa frustrações difíceis de superar.

Saber colocar um ponto final quando as coisas ou os diferentes aspectos da nossa vida não vão bem é sensato e emocionalmente saudável. Forçar a sobrevivência de uma situação que está terminando é como chorar sobre o leite derramado.

“… Nada dura para sempre: nem a noite estrelada, nem as desgraças, nem a riqueza; tudo isso um dia vai acabar”.

-Sófocles-

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O que acontece nas esferas maiores da vida (sonhos, intelecto, amor, etc), também acontece nas esferas menores (bens materiais, beleza, fama); tudo tem um final. Tanto o grande quanto o pequeno se acabam, porque tudo nessa vida é “emprestado”.

Até mesmo os objetos materiais cumprem o seu ciclo de vida e muitas vezes provocam desânimo e até raiva, ao contrário do que sentimos quando eles são novos e recém-adquiridos. Isso acontece porque acreditamos que são eternos e fazem parte da nossa vida como se fossem uma extensão do nosso corpo.

Quando fazemos uma cirurgia plástica para disfarçar a velhice ou praticamos exercícios físicos, não pela saúde, mas para nos mantermos jovens, caímos na fantasia dos sonhos e desejos impossíveis.

Para tentar melhorar a nossa aparência física (em alguns casos é possível), no fundo o que fazemos é deteriorar a nossa dignidade e nossa condição humana. Nos transformamos em um “produto” para satisfazer os outros.

Se existe algo que pode ser mais duradouro, mas não eterno, são aquelas realidades intangíveis e profundas. As boas ou más impressões, as lembranças que deixamos impressas na vida de outras pessoas: o que escrevemos todos os dias no livro da nossa vida e no livro da vida dos outros.

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Ninguém sabe o que tem, até que o perde

Muitas vezes nos queixamos ou renegamos uma pessoa ou determinadas situações, até que essas pessoas nos deixam ou morrem, e até que essas situações negativas se tornem piores. É essa comparação que nos dá uma visão real do que nos faz sofrer e qual a intensidade do nosso sofrimento.

Por exemplo, quando você se queixa muito do seu parceiro e acaba ficando sozinho, começa a valorizar essa pessoa nos mínimos detalhes; ou quando muda de uma casa mais humilde para um lugar melhor, mas sem essa atmosfera familiar. Além disso, quando você reclama de uma simples gripe como se fosse uma tragédia, até que fica gravemente doente e percebe que era uma bobagem.

Na maioria das vezes, tudo o que começa tem uma aura de novidade e está cheio de promessas. Mas, com o passar do tempo, começamos a ver mais defeitos do que virtudes, tanto nos objetos quanto nas pessoas e situações. Então, quando tudo acaba, acontece o contrário: focamos mais nas virtudes e minimizamos os defeitos. O problema é que isso acontece quando já não há nada a fazer; tudo acabou.

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O grande mérito de aceitar as coisas como elas são

Quando aceitamos que tudo o que começa tem que acabar, viveremos melhor. Não se trata de mergulhar no desespero e nem cair no cinismo, mas de saber que existe um momento para dizer adeus e enfrentar o sofrimento.

Saber enfrentar o sofrimento nos permitirá cicatrizar as feridas que uma perda deixa na nossa vida. Fugir não é a solução mais adequada. Por exemplo, no caso de uma perda amorosa, dizem “um amor se cura com outro amor”, mas não conseguimos esquecer uma pessoa de um dia para o outro; requer tempo e força de vontade.

A perda e o luto são uma constante em nossas vidas. Ao longo da nossa existência, teremos que dizer adeus muitas vezes: para pessoas, situações ou objetos amados. Tudo é temporário, nada dura para sempre, nem mesmo nossas próprias vidas. Todos nós sabemos disso, no entanto, projetamos outra realidade e acreditamos na fantasia da eternidade.

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Não conseguir desapegar-se ou dizer adeus pode ser muito problemático. Da mesma forma, não se envolver com nada e ninguém por medo de perder não é saudável. Talvez se aprendermos a ver com mais naturalidade o fato de que tudo se acaba, conseguiremos desfrutar mais tudo o que nos rodeia, o aqui e agora, em vez de valorizar tudo isso quando acabar.


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