Não voltei por você, vim buscar um pouco mais de ego

Não voltei por você, vim buscar um pouco mais de ego
Fátima Servián Franco

Escrito e verificado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Por que alguns “ex” voltam para nossa vida apenas quando já estamos bem? Existem relações baseadas em idas e vindas constantes, mais do que em um relacionamento carinhoso e gratificante. A mesma pessoa que não esteve presente quando mais precisamos de repente volta quando já conseguimos nos recuperar. O que acontece é que muitas vezes essas pessoas não voltam por nós, mas para buscar um pouco mais de ego.

O ego gosta que tudo aconteça de acordo com suas expectativas. Quando nosso ego domina a forma como amamos, nos vemos em uma roleta russa na qual vamos ganhar quando nossos desejos mais caprichosos e egoístas forem realizados. As pessoas com um ego acentuado buscam principalmente serem reconhecidas pelos outros e, em especial, pelos seus parceiros, porque elas não são capazes de reconhecer a si mesmas.

Para poder conquistar um relacionamento gratificante para ambos os lados, devemos negociar com os desejos no nosso “eu”. Assim, conseguiremos um relacionamento no qual os dois se sintam bem. Nesse sentido, o amor que queremos é tão importante quanto o amor que oferecemos.

Se você quer atingir um estado de felicidade, vá além do seu ego. Renuncie à necessidade de controle, à necessidade de ter aprovação e à necessidade de julgar. Essas são exatamente as três necessidades que caracterizam o ego.

O ego não tem ideia do que é o amor

Há casais que terminam, voltam, terminam, voltam e estabelecem uma dinâmica exaustiva e destruidora. Muitas vezes isso acontece porque um dos dois quer continuar nas primeiras fases da paixão, impedindo o relacionamento de amadurecer e crescer.

Os “ex” que vivem um amor baseado no próprio ego pensam que ainda têm direitos sobre seus ex-parceiros e tentam reclamar esses direitos principalmente quando veem como os antigos parceiros refizeram suas vidas. Muitas vezes o “ex” pensa que tem o direito de entrar e sair da vida do seu antigo parceiro e exigir os espaços arrumados e ventilados que a outra pessoa conseguiu recriar com muito esforço.

O ego prejudica as nossas relações

Nesse sentido, não faz nenhum bem voltar com um antigo companheiro para passar pelas mesmas coisas, para voltar a destruir o espaço que o outro se esforçou tanto para reconstruir. Por isso, se fomos nós que realizamos esse duro trabalho, em um exercício de justiça para com o nosso esforço, o melhor a fazer é refletir sobre a decisão, por mais que o coração queira falar mais alto.

Pense que muitas pessoas tentam retomar um relacionamento seguindo a famosa frase “mais vale um mau conhecido do que um bom a conhecer”. Outras o fazem por medo da solidão e outras ainda porque não têm ninguém para alimentar seu ego, ninguém que realize seus desejos ou diga como são boas. Nesses casos, essas pessoas não valem a pena.

Desculpar-se nem sempre significa que você está errado e que a outra pessoa está certa. Simplesmente significa que você valoriza mais seu relacionamento do que seu ego.

Águas passadas… movem moinhos?

Depois de um término, pode surgir um grande desejo de voltar com aquela pessoa com quem compartilhamos tantas experiências. Mas… tome muito cuidado. Segundo especialistas, quando estamos considerando esse passo, pensar sobre ele por um tempo pode ser muito positivo antes de realizá-lo efetivamente. Nesse tempo, temos uma tarefa a cumprir: identificar os motivos pelos quais queremos voltar, tanto os motivos da outra pessoa como os nossos, e analisá-los.

Por exemplo, acreditar que o outro vai mudar alguma das coisas de que não gostamos é criar uma expectativa que dificilmente vai ser concretizada. Por outro lado, se retomarmos o contato com essa pessoa, precisamos gostar da sua forma de ser, das suas virtudes e dos seus defeitos, mas sabendo que aquelas coisas das quais não gostamos podem acabar de novo com o relacionamento.

Como lidar com o ego

Voltar ou não voltar com um ex-companheiro é uma decisão extremamente importante, assim, não devemos tomar essa decisão por impulso. É verdade que podemos escutar esse impulso e até colocá-lo na balança, mas um término anterior e o esforço que fizemos para reparar os danos causados merecem uma postura com um pouco de prudência, uma postura que não provoque medo.

“Eu quero paz. Eu é o ego, quero é o desejo; elimine o ego e o desejo e você terá a paz.”
-Sri Sathya Sai Baba-


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