Você sempre diz sim aos demais?

Você sempre diz sim aos demais?
Alicia Escaño Hidalgo

Escrito e verificado por a psicóloga Alicia Escaño Hidalgo.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

Quantas vezes você já fez algo que não queria por medo do que os outros poderiam pensar de você?

Ajude os demais, seja colaborativo, mas não se esqueça de você. Faça o que quiser e puder fazer.

Se não nos ajudarmos mutuamente, os relacionamentos sociais ficarão muito complicados, mas como tudo na vida, deve haver um equilíbrio e um limite.

O problema é que muitas vezes dizemos sim para tudo o que nos pedem, sugerem ou até mesmo impõem, e acabamos ignorando os nossos desejos e os nossos critérios.

No fundo, esse comportamento é causado pelo medo da rejeição ou de que os outros não nos aprovem ou não nos aceitem.

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A assertividade nos permite respeitar a nós mesmos

“Existem momentos em que ao dizer ‘sim’ para os outros, você está dizendo ‘não’ a si mesmo”.

-Paulo Coelho-

Todo mundo deseja ser aceito e não rejeitado. Se na época das cavernas o grupo nos rejeitasse, seríamos devorados pelos animais selvagens.

Isso ficou gravado em nós como uma cicatriz e nos motiva a agir de uma forma que hoje já não é mais necessária. Para libertar-se desse comportamento precisamos praticar a assertividade.

A assertividade é a capacidade de expressar nossos direitos, opiniões e desejos … de uma forma direta e consistente, sem ferir o direito dos outros.

Aprender a dizer “não” é essencial para nos respeitarmos mais.

Às vezes, pode ser muito difícil dizer não como resposta a alguém que está nos pedindo algo, porque acreditamos que “devemos agradar todo mundo o tempo todo”.

É impossível e desnecessário agradar a todos sempre.

Se a outra pessoa está com raiva porque dissemos não, o problema é dela e não nosso; estamos agindo de acordo com o que acreditamos. Além disso, todos nós temos o direito de dizer não e de ficar com raiva.

Diz um ditado popular que é melhor enfrentar as decisões difíceis com coragem para não se arrepender depois.

Muitas vezes suportamos certos comportamentos dos outros ou não levamos em conta os nossos desejos para não magoá-los. O problema é que acabamos nos magoando, simplesmente por medo de dizer não.

Precisamos ser corajosos

É melhor ser corajoso e dizer o que você pensa e sente. Caso contrário, com o passar do tempo você ficará tão irritado que acabará sendo agressivo com os outros, o que fará com que se afastem de você. De tanto temermos a rejeição, seremos rejeitados.

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Na psicologia existem algumas técnicas assertivas que podemos utilizar. Essas técnicas são praticadas por um determinado tempo e se integram ao nosso comportamento habitual, e fazem com que nos sintamos melhor com nós mesmos e com os outros.

Uma das técnicas utilizadas para aprender a dizer “não” é o “disco quebrado,” que consiste em repetir os nossos pensamentos sem prestar muita atenção ao nosso interlocutor.

Se, por exemplo, não queremos emprestar o carro para um amigo, precisamos ser firmes. Diga que entende e lamenta muito, mas que não pode emprestar o carro para ele e nem para outra pessoa. Ofereça outras alternativas e ajude no que puder.

É muito importante que tudo isso seja feito com um comportamento não verbal coerente. Seja autoconfiante, seguro de si, fale olhando nos olhos porque não há nada a temer. A rejeição do outro não irá matá-lo.

A outra pessoa vai tentar nos convencer de que precisa muito e vai ficar chateada. Mas se você não quer emprestar, seja firme. Finalmente, a pessoa se cansa de repetir os mesmos argumentos e para de insistir.

Você pode estar pensando que isso é egoísmo; mas não é. Não podemos confundir as coisas: devemos ajudar e colaborar, mas sem perder a liberdade pessoal.

Aprendemos desde crianças que devemos agradar as outras pessoas a qualquer preço, que devemos dizer sim mesmo quando queremos dizer não. O que os outros vão pensar?

O que os outros pensam são somente pensamentos, e não realidades. E como dissemos anteriormente, todo mundo é livre para pensar o que quiser e nós não podemos controlar isso. Aceite que o seu “não” pode ter consequências. É o preço da liberdade.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.