10 frases extraordinárias de Orhan Pamuk

10 frases extraordinárias de Orhan Pamuk
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 12 junho, 2018

As frases de Orhan Pamuk são aquelas sentenças que deixam um eco e são muito lembradas depois de serem lidas pela primeira vez. Este escritor turco, Prêmio Nobel de Literatura em 2006, surpreendeu a todos com sua singular maneira de entender o mundo.

Mesmo que este maravilhoso romancista tenha iniciado seus estudos em arquitetura, finalmente os abandonou e se dedicou completamente à literatura. Na verdade, teve que enfrentar a oposição de sua família, que não via futuro nesse ofício. Seu caráter forte e independente fica refletido em muitas de suas frases. 

“Sou um defensor anônimo de todos os heróis anônimos que lutam por suas crenças e sofrem injustiças neste país laico e materialista. Não pertenço a nenhuma organização. Respeito os direitos humanos e não gosto nada da violência”.
– Orhan Pamuk –

Pamuk diz que o romance é uma forma de entender a vida. Sua obra ‘O castelo branco’ foi elogiada em todo o planeta, pela sinceridade e pela profundidade de seu conteúdo. Mesmo que o ideal seja ler os textos completos, em várias frases de Orhan Pamuk é possível sentir a genialidade e a vitalidade de sua obra. Estas são algumas delas.

Orhan Pamuk

O amor, um tema recorrente nas frases de Orhan Pamuk 

Como costuma acontecer com os grandes escritores, o amor é um dos temas recorrentes nas frases de Orhan Pamuk e, logicamente, em toda sua obra. Ele tem uma visão muito comovente, e também realista, desse sentimento. Um trecho de um de seus romances diz o seguinte: “O amor é o desejo de abraçar uma pessoa com força e estar no mesmo lugar que ela. O desejo de abraçá-la deixando de fora o mundo inteiro. A nostalgia da alma de encontrar um refúgio seguro”. 

Apesar de um certo ceticismo em boa parte de seus textos, Pamuk também é um escritor que acredita no amor. Que acredita em seu brilho de redenção. Assim o mostra no seguinte fragmento: “Depois íamos a um café para ler de novo o livro e falávamos dele sem parar, sem parar durante horas. Aquilo era amor e às vezes pensava que, como nos filmes, o amor era o único meio de trazer um universo distante até o nosso”.

O tempo e os momentos

Uma das frases de Orhan Pamuk diz assim: “Os relógios e os calendários são fabricados para regular nossas relações com os demais; na realidade, para regular a sociedade inteira, e é assim que são usados”. Significa que a medida do tempo é uma construção humana e que, na ação de compartilhar momentos e torná-los mensuráveis, existe um pano de fundo: a vontade de controle. Regular o tempo é regular a vida, mas essas medidas estão acima do sujeito. São uma imposição do poder.

O tempo pode ser medido, regulado, imposto, mas ainda assim segue tendo um halo de mistério. Por mais controlado que tudo esteja, o tempo sempre é uma incerteza. Podemos ver isso em outra das frases de Orhan Pamuk: “Na realidade ninguém sabe que está vivendo o momento mais feliz de sua vida enquanto o vive”. O significado de cada momento se outorga depois, não quando se está vivendo.

Mulher olhando bússola

A felicidade

Com relação ao conceito de felicidade, este escritor turco não é precisamente crédulo. O que diz a respeito é, mais ou menos, que se trata de uma construção da ficção ou de uma realidade a que se tem acesso quando a consciência está ausente. Isso é o que mostra uma das frases de Orhan Pamuk: “Um tempo depois, ou a felicidade vulgariza o poeta e a poesia, ou a autêntica poesia impossibilita a felicidade”. 

Algo similar fica claro em um dos fragmentos de sua obra. Diz assim: “Toda pessoa inteligente sabe que a vida é bonita e que seu objetivo é que sejamos felizes, comentou meu pai observando as três belezas. Mas depois, somente os tontos são felizes. Como explicar?” Com esse texto, ratifica a ideia de que a felicidade é uma construção imaginária e que somente é alcançada quando a inteligência não está presente. 

O mundo e suas injustiças

Em um de seus romances, Orhan Pamuk escreveu este belo texto: “Os meninos eram as primeiras vítimas da imoralidade que levava ao desabamento das grandes civilizações e das memórias”. Nestas afirmações, associa a falta de moral com a ausência de memória, a corrosão da civilização com a mesma imoralidade. Ele aponta que quem desperta o mundo são os principais detentores dessa decadência.

Diante da injustiça. Pamuk indica: “Em todas as partes do mundo existem injustiças e pessoas más! O importante é poder viver de maneira que se proteja a bondade natural do homem”. Em sua visão, o modo de vida é o que permite resguardar os bons sentimentos, que são naturais no ser humano. A tarefa estaria em não permitir que nos afastemos de nossa verdadeira natureza.

Bonecos de madeira

Ainda há esperança

Apesar de seu realismo, às vezes cinza e com um toque de desilusão, Pamuk tem em seu acervo muitas reflexões que apontam para o destaque do mais bonito da vida. Um de seus romances inclui, por exemplo, esta frase: “Uma vez que sintamos uma confiança no interior, fazemos a primeira coisa que nos ocorre e o que nos diz o coração, e tudo sai bem”. Ele fala daquele tipo de fé em si mesmo que, quando emerge, torna tudo possível.

Outra de suas frases é simples e contundente. Diz: “Um dia li um livro e toda minha vida mudou”. É muito significativo que o diga. Também é esperançoso que dê à literatura o papel que sempre teve, mas que por momentos se perde: nos ensinar a viver.

Esta breve seleção de frases de Orhan Pamuk  alcança um vislumbre da grandeza de sua obra. Esta foi traduzida para mais de 20 idiomas, e ainda que muitas vezes trate de assuntos locais, adquiriu uma estatura universal.


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