5 problemas de comunicação comuns nos relacionamentos

5 problemas de comunicação comuns nos relacionamentos
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 27 julho, 2019

Há problemas de comunicação comuns nos relacionamentos que se mantêm por anos. Começam como uma deficiência, mas terminam sendo um costume do casal. Esses mecanismos impendem de identificar e solucionar muitos dos problemas que surgem entre duas pessoas que se amam.

Um dos pilares centrais nas relações amorosas é a comunicação. Esse meio pelo qual se expressam os sentimentos, os pensamentos e os desejos. Se há uma boa comunicação, todo o resto vem apenas como consequência. Do contrário, quando o casal não consegue conversar e estabelecer um canal positivo, é possível que novos problemas comecem a aparecer em outros âmbitos da relação.

A maioria dos problemas de comunicação em casais ocorre por medo ou falta de maturidade. Não se alcança o ideal de ver o outro como um companheiro, de modo que se passa a agir defensivamente em relação ao outro. Por isso, sempre é bom olhar pra si mesmo e observar se algum desses erros está sendo cometido. Vale a pena para ser possível perceber e consertar a tempo. Estes são alguns deles:

“Aprendamos a dizer as coisas com clareza, sem enrolação, de forma simples e com determinação serena: falemos pouco, mas de forma clara; não digamos mais do que o estritamente necessário”.
-Emile Coué-

1. O absolutismo, um dos problemas de comunicação comuns nos relacionamentos

O absolutismo é uma forma de extremismo na comunicação que traz muitos danos. Tem a ver com uma visão egocêntrica do mundo. Também se relaciona à incapacidade para aceitar os distintos pontos de vista que a realidade pode assumir. Implica uma dificuldade em entender e aceitar as outras perspectivas, que são diferentes das da pessoa.

É uma das falhas na comunicação mais comuns nas relações amorosas. A pessoa tem uma exigência de total coerência no outro. “Se você me ama, não pode me causar nenhuma tristeza”. Como se o ser humano estivesse livre de paradoxos e contradições. O absolutismo pode ser observado na intenção de impor comportamentos. “Deve” ser assim. “Tem” que fazer isso.

Casal conversando

2. A seletividade ou visão de túnel

A seletividade ou visão de túnel pode ser observada quando tratamos de interpretar tudo o que o outro diz ou faz por meio de uma única categoria. Infelizmente, essa categoria é sempre negativa. Em outras palavras, tudo que o outro traz é errado. Até o que é bom.

Trata-se também de um problema na comunicação muito comum entre os casais. É também um dos que mais traz danos para a relação. É como se existisse uma necessidade de corrigir o outro o tempo inteiro. De mostrar a ele os aspectos mais fracos e problemáticos das suas ações. É muito típico de pessoas que não são capazes de encarar o conflito real que geralmente está por trás de tudo isso.

3. Extremismo

O extremismo na comunicação é bastante parecido ao absolutismo. Este, no entanto, faz referência a reações emocionais no lugar de reações por meio do comportamento verbal. Os gestos e as emoções também fazem parte da comunicação.

Nesse caso, qualquer problema menor se converte em uma tragédia, uma obra homérica, graças justamente a uma visão extremista. Até as dificuldades mais irrelevantes terminam em cenas de choro e grito.

O extremismo demonstra uma enorme falta de autocontrole e dificuldade de analisar a situação. É provável que quem tenha esse tipo de comportamento busque em seu par um pai ou uma mãe de sua infância. Deseja mostrar, sobretudo, suas facetas infantis. Busca compreensão e apoio, como faria uma criança com seus pais. Mas isso impede de estabelecer uma comunicação madura e genuína na relação. Tampouco permite o crescimento conjunto, nem promove a autonomia.

Casal durante discussão

4. Adivinhação

Esse é um erro bastante usual, que ocorre diariamente na comunicação dos casais. Acontece quando um dos dois assume que pode adivinhar o pensamento ou comportamento do outro. Parte-se da ideia de que conhece o outro como ninguém, inclusive mais do que ele mesmo. A crença se estende para conhecer as intenções e pensamentos mais ocultos dos outro.

Esse tipo de comunicação costuma gerar grandes equívocos. Os mal entendidos abrem espaço para a adivinhação. Reflete uma falta de confiança no outro e também uma certa paranoia. A pessoa pensa que sempre há algo escondido e está buscando e interpretando o que o outro disse nas entrelinhas. É também uma forma de tentativa de controle.

5. Pré-julgamento

O pré-julgamento consiste em estereotipar o outro. É comum que isso seja feito logo depois de ter ocorrido um problema, ou também quando o outro cometeu algum erro. Daí em diante, a pessoa está condenada a permanecer naquele lugar de “uma pessoa que errou”. Pode ser “sem consideração”, “descuidado”, “irresponsável”, qualquer coisa. O objetivo, em todo caso, é marcar a pessoa com um selo.

Casal discutindo

Todos esses são problemas de comunicação comuns nos relacionamentos. Seus efeitos são muito nocivos, e minam a possibilidade de se compreender mutuamente e criar uma comunicação efetiva no casal. Eles incidem na confiança e terminam matando o afeto da relação. Com reflexão, autoconhecimento e autocrítica, podemos evitar esses problemas e construir um bom relacionamento.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.