5 problemas de comunicação comuns nos relacionamentos
Há problemas de comunicação comuns nos relacionamentos que se mantêm por anos. Começam como uma deficiência, mas terminam sendo um costume do casal. Esses mecanismos impendem de identificar e solucionar muitos dos problemas que surgem entre duas pessoas que se amam.
Um dos pilares centrais nas relações amorosas é a comunicação. Esse meio pelo qual se expressam os sentimentos, os pensamentos e os desejos. Se há uma boa comunicação, todo o resto vem apenas como consequência. Do contrário, quando o casal não consegue conversar e estabelecer um canal positivo, é possível que novos problemas comecem a aparecer em outros âmbitos da relação.
A maioria dos problemas de comunicação em casais ocorre por medo ou falta de maturidade. Não se alcança o ideal de ver o outro como um companheiro, de modo que se passa a agir defensivamente em relação ao outro. Por isso, sempre é bom olhar pra si mesmo e observar se algum desses erros está sendo cometido. Vale a pena para ser possível perceber e consertar a tempo. Estes são alguns deles:
“Aprendamos a dizer as coisas com clareza, sem enrolação, de forma simples e com determinação serena: falemos pouco, mas de forma clara; não digamos mais do que o estritamente necessário”.
-Emile Coué-
1. O absolutismo, um dos problemas de comunicação comuns nos relacionamentos
O absolutismo é uma forma de extremismo na comunicação que traz muitos danos. Tem a ver com uma visão egocêntrica do mundo. Também se relaciona à incapacidade para aceitar os distintos pontos de vista que a realidade pode assumir. Implica uma dificuldade em entender e aceitar as outras perspectivas, que são diferentes das da pessoa.
É uma das falhas na comunicação mais comuns nas relações amorosas. A pessoa tem uma exigência de total coerência no outro. “Se você me ama, não pode me causar nenhuma tristeza”. Como se o ser humano estivesse livre de paradoxos e contradições. O absolutismo pode ser observado na intenção de impor comportamentos. “Deve” ser assim. “Tem” que fazer isso.
2. A seletividade ou visão de túnel
A seletividade ou visão de túnel pode ser observada quando tratamos de interpretar tudo o que o outro diz ou faz por meio de uma única categoria. Infelizmente, essa categoria é sempre negativa. Em outras palavras, tudo que o outro traz é errado. Até o que é bom.
Trata-se também de um problema na comunicação muito comum entre os casais. É também um dos que mais traz danos para a relação. É como se existisse uma necessidade de corrigir o outro o tempo inteiro. De mostrar a ele os aspectos mais fracos e problemáticos das suas ações. É muito típico de pessoas que não são capazes de encarar o conflito real que geralmente está por trás de tudo isso.
3. Extremismo
O extremismo na comunicação é bastante parecido ao absolutismo. Este, no entanto, faz referência a reações emocionais no lugar de reações por meio do comportamento verbal. Os gestos e as emoções também fazem parte da comunicação.
Nesse caso, qualquer problema menor se converte em uma tragédia, uma obra homérica, graças justamente a uma visão extremista. Até as dificuldades mais irrelevantes terminam em cenas de choro e grito.
O extremismo demonstra uma enorme falta de autocontrole e dificuldade de analisar a situação. É provável que quem tenha esse tipo de comportamento busque em seu par um pai ou uma mãe de sua infância. Deseja mostrar, sobretudo, suas facetas infantis. Busca compreensão e apoio, como faria uma criança com seus pais. Mas isso impede de estabelecer uma comunicação madura e genuína na relação. Tampouco permite o crescimento conjunto, nem promove a autonomia.
4. Adivinhação
Esse é um erro bastante usual, que ocorre diariamente na comunicação dos casais. Acontece quando um dos dois assume que pode adivinhar o pensamento ou comportamento do outro. Parte-se da ideia de que conhece o outro como ninguém, inclusive mais do que ele mesmo. A crença se estende para conhecer as intenções e pensamentos mais ocultos dos outro.
Esse tipo de comunicação costuma gerar grandes equívocos. Os mal entendidos abrem espaço para a adivinhação. Reflete uma falta de confiança no outro e também uma certa paranoia. A pessoa pensa que sempre há algo escondido e está buscando e interpretando o que o outro disse nas entrelinhas. É também uma forma de tentativa de controle.
5. Pré-julgamento
O pré-julgamento consiste em estereotipar o outro. É comum que isso seja feito logo depois de ter ocorrido um problema, ou também quando o outro cometeu algum erro. Daí em diante, a pessoa está condenada a permanecer naquele lugar de “uma pessoa que errou”. Pode ser “sem consideração”, “descuidado”, “irresponsável”, qualquer coisa. O objetivo, em todo caso, é marcar a pessoa com um selo.
Todos esses são problemas de comunicação comuns nos relacionamentos. Seus efeitos são muito nocivos, e minam a possibilidade de se compreender mutuamente e criar uma comunicação efetiva no casal. Eles incidem na confiança e terminam matando o afeto da relação. Com reflexão, autoconhecimento e autocrítica, podemos evitar esses problemas e construir um bom relacionamento.