5 testes de personalidade para descobrir quem você é

5 testes de personalidade para descobrir quem você é
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

Os testes de personalidade são uma das ferramentas mais utilizadas na prática psicológica. Apesar de estarmos diante de uma forma complexa de avaliar, composta por dinâmicas que tornam cada indivíduo único, estes instrumentos clínicos acabam sendo mais úteis do que pensamos. Para começar, é necessário saber quais tipos de testes existem, o que avaliam e que metodologia utilizam.

Quem nunca fez, em algum momento de sua vida, um teste de personalidade? Seja ao participar de um processo de seleção, para fins clínicos ou por simples interesse pessoal, é, sem dúvida, algo muito comum na maioria dos nossos contextos sociais. No entanto, é necessário lembrarmos que existem provas mais eficazes do que outras, e que é preciso que sejamos exigentes com esses instrumentos se realmente queremos obter uma informação confiável.

Os testes de personalidade são os recursos mais utilizados na prática clínica. Os mais importantes, os que são aplicados diariamente na prática clínica, foram objeto de estudos adequados que garantem a sua confiabilidade e eficácia.

Dessa forma, é interessante saber também que dentro da prática psicológica costumamos encontrar dois tipos de testes muito específicos. Os primeiros são as provas psicométricas clássicas, ou seja, essas nas quais partimos de uma corrente cognitiva comportamental e do princípio de que as pessoas serão honestas ao responder cada um dos itens.

O segundo tipo são os sempre interessantes testes projetivos. Tratam-se de provas onde o sujeito projeta elementos inconscientes e conflitos internos não reconhecidos através de exercícios de caráter criativo ou introspectivo. Esses testes acabam sendo muito úteis, sobretudo na prática clínica, forense ou na esfera infantil. A seguir, apontaremos quais são os testes de personalidade mais utilizados para definir, compreender e descrever nossos sempre interessantes universos pessoais.

Hemisférios cerebrais

1. Testes de personalidade: o modelo dos 5 grandes (Big Five)

Apesar de não ser exatamente um teste de personalidade, o modelo dos “Cinco Grandes” é um dos mais reconhecidos e, por sua vez, o que serve de base para uma grande quantidade de provas que têm como finalidade entender e avaliar o comportamento humano. Este enfoque da personalidade se divide em cinco áreas principais, em cinco dimensões conhecidas como o acrônimo “OCEAN”:

  • Openness to experience (abertura à experiência)
  • Conscientiousness (responsabilidade)
  • Extraversion (extraversão)
  • Agreeableness (amabilidade)
  • Neuroticism (neuroticismo)

Esta prova costuma ser aplicada em diversos contextos com muito sucesso: desde o clínico, passando pelos departamentos de recursos humanos para seleção de pessoal, até chegar aos orientadores educativos, que veem este modelo como um enquadramento correto para recomendar aos alunos os perfis profissionais mais adequados às suas características.

2. Questionário 16PF

O questionário 16PF é um dos mais conceituados entre os testes aplicados. Ele foi resultado de décadas de trabalho e análise por parte de Raymond B. Cattell, um psicólogo britânico conhecido por suas grandes contribuições no campo da personalidade e, sobretudo, da inteligência. Foi ele quem propôs, por exemplo, a existência de uma inteligência fluida e uma inteligência cristalizada.

Este teste de personalidade tem sido continuamente revisado e atualizado, mas a essência continua sendo a mesma: estudar os nossos traços de personalidade com base em 16 fatores principais e 5 secundários.

  • Fator A (Afetividade)
  • Fator B (Raciocínio)
  • Fator C (Estabilidade)
  • Fator E (Dominância)
  • Fator F (Impulsividade):
  • Fator G (Conformidade grupal)
  • Fator H (Ousadia)
  • Fator I (Sensibilidade)
  • Fator L (Desconfiança)
  • Fator M (Imaginação)
  • Fator N (Astúcia)
  • Fator O (Culpabilidade)
  • Fator Q2 (Autossuficiência)
  • Fator Q3 (Autocontrole)
  • Fator Q4 (Tensão)
Pessoas no trabalho

3. A Tipologia de Myers-Briggs

A Tipologia de Myers-Briggs é um teste de personalidade muito conhecido por estar baseado nos trabalhos de  Carl Jung nesta mesma área. A prova, como tal, foi desenvolvida por Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers. Pois bem, vale dizer que apesar da sua popularidade ser bem alta, ela não é muito usada na prática clínica porque não é um instrumento muito útil nessa área.

A escala mede somente duas dimensões: extroversão e introversão. Assim, e considerando que a nível clínico ou forense lhe falta utilidade, não acontece o mesmo no campo do crescimento pessoal ou, inclusive, no âmbito escolar ou laboral. A informação proporciona pelo indicador Myers-Briggs é a seguinte:

  • Entender como focamos a nossa atenção e obtemos a nossa energia (extroversão ou introversão).
  • Saber como percebemos ou processamos a informação (sensação ou intuição).
  • Como tomamos decisões (pensamento ou sentimento).
  • Como nos orientamos sobre o mundo exterior (através de julgamentos mais lógico-racionais ou percepções mais emocionais).

4. Inventário de personalidade multifásico de Minnesota (MMPI)

O MMPI (Minnesota Multiphasic Personality Inventory) é uma dos exames de personalidade mais populares utilizados no âmbito clínico, forense e na seleção de pessoal. É interessante saber, ainda, que esse teste não somente nos dá um perfil muito exato sobre a personalidade de cada sujeito ou paciente, mas é muito preciso para detectar diversas psicopatologias.

O MMPI mede as pessoas, portanto, em uma ampla variedade de escalas, incluindo depressão, cinismo, esquizofrenia, ansiedade, comportamentos antissociais, manias e paranoia, etc.

5. Teste de Rorschach

Todos já ouvimos falar sobre o teste de Rorschach. Ele costuma aparecer em filmes e é um teste de personalidade que todo psicólogo tem à mão (quase de forma obrigatória) cada vez que um paciente chega à consulta. Pois bem, vale dizer que tudo tem particularidades. Desde que Hermann Rorschach publicou esse teste em 1921, sua difusão na comunidade psicanalítica foi imediata; entretanto, na atualidade não deixa de ser uma prova projetiva a mais, como o teste da árvore ou o Teste da Percepção Temática (TAT).

Figura mostrada em teste de personalidade

Não obstante, essas provas projetivas, como o próprio Teste de Rorschach, exigem que o profissional faça um processo de avaliação adequado onde deve considerar desde o tempo de demora para as respostas e o conteúdo atribuído a cada um dos cartões, até os detalhes nas manchas que desenvolvem essas ideias no paciente.

Essa prova é somente um meio a mais para traçar a forma e a impressão da nossa personalidade, ou seja, se utilizada exclusivamente, nunca será conclusiva. O ideal é combiná-la com outros instrumentos, com outras baterias de provas através das quais seja possível conseguir mais perspectivas para chegar a uma descrição mais precisa.

Para concluir, ressaltamos que existem muitos outros testes de personalidade. Entretanto, os que apresentamos aqui costumam ser os mais comuns, os que mais são usados no dia a dia de qualquer psicólogo escolar, de empresa, no âmbito clínico o no mundo do crescimento pessoal.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Genain, L., & Lerond, M. (2017). Los test psicologicos de aptitud y personalidad. Parkstone International.
  • Espelage, D. L., Cauffman, E., Broidy, L., Piquero, A. R., Mazerolle, P., & Steiner, H. (2003). A cluster-analytic investigation of MMPI profiles of serious male and female juvenile offenders. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry42(7), 770-777.
  • Grossman, S. D., & Amendolace, B. (2017). Essentials of MCMI-IV assessment. John Wiley & Sons.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.