Os 5 tipos de procrastinação

Os 5 tipos de procrastinação

Última atualização: 20 outubro, 2022

Os provérbios nem sempre estão corretos em relação a tudo que nos dizem. Na verdade, para muitos provérbios podemos encontrar o oposto. Mas alguns deles refletem muito bem a realidade. Quem nunca ouviu aquela história de “não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”. Assim, não vamos deixar para amanhã o conhecimento dos 5 tipos de procrastinação.

Dependendo da perspectiva, você pode encontrar diferentes classificações referentes à procrastinação que divergem entre si. Nós vamos nos ater à classificação realizada pelo psicólogo Neil Fiore, autor de livros como “Desperte o seu eu poderoso” (sem edição em português, tradução livre) e fundador da companhia Fiore Productivity.

Tipos de procrastinação

Conhecer os tipos de procrastinação que existem é importante porque nem todos os tipos têm as mesmas consequências. Na verdade, ao contrário do que pode parecer, a tão mal vista procrastinação pode ser muito positiva quando, no tempo de espera entre propósito e ação, ocorre uma incubação da ideia. Vamos conhecer esses cinco tipos!

Procrastinador perfeccionista

Nesse caso, segundo Neil Fiore, a pessoa é perfeccionista ao máximo pelo medo de ser julgada ou constrangida. São pessoas tão minuciosas com cada frase que consomem muito tempo nos detalhes, de maneira que muitos dos seus projetos são terminados na correria. Assim, em vez de evitar os erros, essas pessoas acabam cometendo-os em excesso, criando mais medo ainda do julgamento alheio. Ou seja, elas acabam fazendo exatamente aquilo que queriam evitar, sentir vergonha por alguma coisa errada.

“Você pode se atrasar, mas o tempo não.”
-Benjamin Franklin-

Mulher estressada com seu trabalho

Procrastinador impostor

Esse é um dos tipos de procrastinação que ocorre em ambientes com perfis de difícil complacência. Assim, a pessoa, por medo de ser taxada de incompetente, monopoliza um excesso de trabalho que reafirma sua responsabilidade, de maneira que esse atributo fica vinculado à sua imagem. No entanto, essa atitude pode acabar em vulnerabilidade aprendida, um sentimento ligado aos estados depressivos.

Procrastinador medroso

Esse perfil adia constantemente suas tarefas ou obrigações pelo fato de que enfrenta um trabalho que considera desagradável ou chato. Essa tendência está bastante relacionada com a falta de motivação em empregos que se tornam repetitivos ou nos quais o trabalhador não recebe nenhum tipo de feedback sobre a qualidade do seu trabalho.

Procrastinador sobrecarregado

Esse é outro perfil do procrastinador. Nesse caso, o indivíduo tem tantas coisas para fazer, e tantas tarefas em mente, que não sabe por onde começar. Por fim, é comum que termine num bloqueio mental que o impede até mesmo de começar com o trabalho.

Nesse caso de procrastinação, o fato de estar sobrecarregado pela quantidade de tarefas pode ser uma decisão pessoal ou também resultado de uma decisão de alguém com cargo superior, como um chefe, por exemplo. Seja como for, esse excesso é muito negativo, pois implica um obstáculo para qualquer progresso.

Homem cansado de tanto trabalhar

Procrastinador feliz

É possível ser procrastinador e feliz? Segundo Neil Fiore, sim. Nesse caso, o perfil se identifica com pessoas que consideram que só trabalham bem quando estão sob pressão. Assim, adiam suas tarefas o máximo possível e ficam no limite para fazer o que precisam ou pretendem fazer a tempo.

Curiosamente, os indivíduos com esse perfil, sempre que obtêm bons resultados, tendem a repetir a atitude. Ou seja, adiam suas tarefas até ficarem entre a cruz e a espada. Depois, aproveitam a descarga de adrenalina oriunda do pico de ansiedade por estarem nessa situação e começam a trabalhar. Com certeza, muitas vezes são bem-sucedidos, mas outras não.

Se quisermos, podemos acabar com a procrastinação?

Esse tipo de comportamento, como já observamos, pode ter consequências nefastas. Em muitos casos, a pessoa acaba vivendo picos de estresse constantes que colocam em perigo o seu equilíbrio emocional e acabam prejudicando, sem querer e de maneira indireta, o ambiente ao seu redor. Assim, segundo Fiore, pode levar a um desequilíbrio que vai afetar todas as facetas da vida, para além da vida profissional.

Por isso, os profissionais recomendam uma sábia gestão do tempo para realizar determinadas tarefas, de maneira que a ansiedade não acabe assumindo o controle. Nesse sentido, algumas das recomendações seriam:

  • Fazer um estudo da tarefa específica a ser realizada. Se o volume for muito grande, podemos tentar delegar ou simplificar.
  • Também é importante dedicar um tempo à organização ou ao planejamento, nos quais estejam incluídos os recursos dos quais vamos precisar, além de como e quando vamos reuni-los, caso não estejam à nossa disposição.
  • Também é necessário cuidar do âmbito motivacional e assumir compromissos que depois vamos conseguir cumprir. Nesse sentido, se não temos claros os motivos do que estamos fazendo, talvez seja melhor abandonar a tarefa.
  • Avançar passo a passo, isto é, dividir o trabalho em partes menores também é uma boa ideia.
  • Por fim, para não cair no círculo vicioso da procrastinação sem fim, é necessário estabelecer datas limites. Assim, quando determinada data chegar, se não estivermos na posição que queríamos, receberemos um alerta que pode nos ajudar a reavaliar a situação.

 “Nunca adio para amanhã o que posso fazer… No dia seguinte”
–Oscar Wilde-

Agora que você já conhece os tipos de procrastinação existentes, será capaz de evitá-los. Se você se identificou com algum deles, desejamos que as recomendações profissionais de Fiore possam ajudá-lo a superar essa situação. Por outro lado, não podemos terminar esse artigo sem ressaltar uma observação que já fizemos antes. Nem toda procrastinação é ruim ou compromete a produtividade.

Muitas vezes as pessoas que nos rodeiam podem ter a sensação de que estamos procrastinando quando na verdade o que estamos fazendo é analisar outras opções ou tentando ampliar nosso ponto de vista.


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  • Knowles S, Servátka M, Sullivan T, Genç M. Procrastination and the non-monotonic effect of deadlines on task completion. Economic Inquiry. 2022; 60(2): 706-720.

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