6 dicas para melhorar a comunicação entre pais e filhos


Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González
Não existe um manual que sirva para todos os pais do mundo, mas existem certas dicas gerais que podem ser converter em um bom guia se quisermos manter uma boa relação com nossos filhos. Estas dicas também podem nos orientar para falar com eles sobre alguns temas delicados. Melhorar a comunicação entre pais e filhos é muito importante.
Neste artigo oferecemos algumas dicas para aumentar a empatia, melhorar a forma como escutamos nossos filhos, e aumentar sua motivação para que eles nos escutem. Vamos lá!
“O mais importante na comunicação é escutar o que não se diz”.
– Peter Druker –
Tente não ser negativo, dialogue com seus filhos!
Na hora de se comunicar com eles, é melhor não dar opiniões fechadas, negativas ou diretas. Especialmente se as crianças já não são tão crianças e têm uma idade maior. Dialogue com eles, faça perguntas, incentive a reflexão conjunta, escute os motivos pelos quais fizeram o que fizeram e chegue a acordos que deixem todos satisfeitos. É verdade que é mais difícil, mas será muito mais fácil que eles cumpram e os respeitem.
Como pais, queremos controlar todas as situações que nossos filhos vivem em casa, com seus irmãos, amigos, avós, na escola, etc. Acreditamos que se lhes dissermos o que fazer, inclusive quando a situação já tiver acontecido, eles obedecerão e, desta forma, estarão protegidos se algo assim voltar a acontecer.
A realidade é que a melhor forma de ajudar nossos filhos diante dos conflitos é favorecer a reflexão, tentando compreender os motivos pelos quais agiram dessa maneira. Isso também ajudará a fortalecer a relação, já que se sentirão ouvidos e levados a sério.
“O caráter de um homem poderá ser identificado pelos adjetivos que usa habitualmente em suas conversas”.
-Mark Twain-

Fale de suas próprias experiências
A comunicação entre pais e filhos deve ser mútua e adaptada ao nível e à idade dos filhos. Por outro lado, pode ser muito bom contarmos nossas experiências – tanto passadas quanto atuais -, a forma como nos sentimos e o que pensamos. Isso nos torna mais humanos e nos tira um pouco da posição de que nada nos acontece e nos incomoda, que às vezes projetamos.
Com esta comunicação, nossos filhos se sentirão mais próximos a nós e poderão escutar outras formas de resolver os problemas. Isso não necessariamente implica que farão o mesmo que nós, mas pode lhes dar uma abertura para que nos perguntem e tenham mais confiança, para nos contar o que acontece e o que os preocupa. A comunicação entre pais e filhos precisa de proximidade para estabelecer um vínculo de confiança.
Escute-os ativamente e não julgue
Escutar ativamente é ter empatia e dar uma importância especial aos sentimentos que existem por trás daqueles que narram a história. Isso implica que temos que fazer um esforço em certas ocasiões para vencer determinadas barreiras, especialmente aquelas que estão relacionadas com a indecisão e insegurança dos filhos. Neste sentido, é importante não utilizar contra eles tudo aquilo que prejudique a confiança, por mais zangados que possamos estar em determinados momentos.
Por outro lado, nossos filhos vão nos trazer desafios que também são interessantes para nós. Um desses desafios é o de abrir nossas mentes e entender que eles podem ter outra forma de ver o mundo, tão respeitável quanto a nossa, de maneira que vamos ter que reconhecê-los como iguais ou até mesmo como superiores em determinados debates, à medida que crescem.
Ao não julgá-los, estamos mandando uma mensagem clara a nossos filhos: queremos escutá-los e estamos dispostos a aceitá-los. A aceitar que se sintam tristes, aborrecidos ou chateados. Assim, a partir do reconhecimento de suas emoções, vamos poder ajudá-los a escolher a melhor opção.
“Sejam quais forem as palavras que usarmos, deveriam ser usadas com cuidado, porque a pessoa que as escutar será influenciada para o bem ou para o mal”.
– Buddha-

Antes de amigos, somos pais
Em temas de comunicação com os filhos é importante estarmos abertos, saber o que lhes interessa e o que eles gostam, mas nossos filhos precisam de pais que os orientem, que coloquem limites, e não de amigos ou colegas. Esse é não o nosso papel, ou pelo menos não é nosso papel principal.
Conforme vão crescendo e se tornando adolescentes, haverá temas que não vão querer compartilhar conosco, e é importante respeitá-los (inclusive teremos que ter paciência: mesmo que no momento não queiram, devemos manter a porta aberta).
Além disso, se temos uma boa comunicação e proximidade com nossos filhos, estes temas não serão difíceis e, no final, eles recorrerão a nós quando tiverem uma preocupação importante. Como já dissemos, isso acontecerá sempre que respeitarmos sua intimidade e o nível de autonomia que corresponde a sua idade. De outra forma, para proteger estes dois direitos, se afastarão de nós.
Ensine com o exemplo
É importante estabelecer uma comunicação entre pais e filhos direta e clara com os temas que são requeridos. Se nossos filhos têm a sensação ou nos veem falando deles, de nossa família e de coisas íntimas com outros, o mais provável é que se tornem reservados por medo de que contemos o que eles nos confiam.
Outro valor que é bom ter para uma boa comunicação com os filhos é a sinceridade. É importante dizer sempre a verdade sobre o que pensamos, dizemos e sentimos. Isso também implica cumprir com aqueles compromissos que adquirimos.
Com relação à sinceridade, se a praticarmos, é provável que nossos filhos, quando quiserem nos contar algo que sabem que não gostaremos, o façam mesmo assim. Farão algo precioso: contarão conosco para encontrar soluções para os seus problemas.
Ser sincero também implica pedir perdão e reconhecer aqueles erros próprios que identificarmos. Nossos filhos agirão e se comportarão ao observarem o que nós fazemos: somos seu exemplo mais imediato, e se não agirmos com sinceridade e discrição, é provável que eles tampouco o façam.
“A comunicação efetiva começa com a escuta”.
– Robert Gately –
Não discuta com seus filhos por “quem tem a razão”
Muitas vezes, quando estamos falando, as conversas se tornam discussões que podem crescer e se transformar em brigas. É importante evitar isso, mantendo a calma, nos comportando como adultos, utilizando um tom de voz adequado e escutando primeiro sem interrupções.
Cada um deve ser capaz de expor sua razões e opiniões e, depois, tentar chegar a um acordo. Em muitas ocasiões não estaremos de acordo com nossos filhos e eles não estarão de acordo conosco, mas cada um deveria poder se expressar sem se sentir menosprezado.
Lembremos que somos os adultos, mas que nem por isso nossos filhos deixam de ter uma opinião ou razões para agir de uma determinada maneira. Neste sentido, falar sem impor nossas ideias é uma das melhores formas de manter uma boa comunicação entre pais e filhos e fazer com que estes últimos se sintam valorizados e escutados.

Últimas dicas para melhorar a comunicação entre pais e filhos
Estas são algumas recomendações finais para melhorar a comunicação entre pais e filhos, com base na confiança:
- Perguntar o que precisam quando querem falar com você: se querem um conselho ou ajuda para resolver um problema, ou somente que os escute.
- Fale positivamente: fale sobre as atitudes e não sobre eles: “Eu não gostei do que você fez” ou “Talvez você pudesse ter feito algo diferente” e não “Você é burro”.
- Deixe que cometam erros: nem sempre podemos evitar que errem, e muitas vezes essa experiência lhes servirá de aprendizado.
- Seja claro quando der informações: seja consistente e evite contradições para que eles saibam claramente o que você está pedindo e não existam confusões.
- Inclua-os na hora de tomar decisões que afetem a família.
A comunicação é um pilar fundamental em qualquer relação. É ela que marca os tempos, as mensagens e as interações. Indiretamente, também marca valores fundamentais, como a confiança e a sinceridade. Por isso, é fundamental melhorar a comunicação entre pais e filhos; na verdade, a ajuda que podemos prestar a nossos filhos vai depender muito dela.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Comesaña, J. M. C. (2011). Bases para construir una comunicación positiva en la familia. Revista de investigación en educación, 9(2), 91-98.
- Franco, G. E., & Cuartas, G. E. F. (2001). La comunicación en la familia (Vol. 72). Palabra.
- Henao, A. M. G. (2012). Recuperación crítica de los conceptos de familia, dinámica familiar y sus características. Revista virtual universidad católica del norte, (35), 326-345.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.