A chave da felicidade: um belo conto oriental

Este conto oriental fala sobre o que acontece quando um homem recebe a felicidade sem lutar por ela. Também nos ensina onde essa felicidade está e como podemos encontrá-la.
A chave da felicidade: um belo conto oriental
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 19 maio, 2019

A chave da felicidade é um antigo conto oriental que diz que no início dos tempos houve uma reunião de todos os deuses na qual, no meio de uma conversa agradável, decidiram criar o universo. Cada um deles tinha uma especialidade diferente, então as tarefas foram divididas e eles decidiram se encontrar novamente para avaliar como as coisas estavam indo.

Os deuses da luz começaram a criar as estrelas e todos os objetos resplandecentes do universo. Eles ficaram tão fascinados que primeiro criaram algumas, depois centenas e depois milhares e milhões. Elas eram realmente lindas e pareciam espetaculares quando contrastavam com a escuridão do nada.

“Algum dia, em qualquer lugar, você inevitavelmente encontrará a si mesmo, e esse, só esse, poderá ser o momento mais feliz ou o mais amargo da sua vida”.
– Pablo Neruda –

Os deuses das profundezas não queriam ficar para trás. Então, eles projetaram os planetas e, em alguns deles, oceanos profundos. Um dos deuses achou que seria ótimo criar mares de fogo, mas os outros achavam que poderia ser perigoso. Então eles finalmente os criaram, mas os deixaram dentro de algumas montanhas. De tempos em tempos, eles os deixavam sair para iluminar todo o panorama.

A criação da vida

Havia um grupo de deuses encarregados de criar a vida, mas eles não conseguiam se entender. A maioria acreditava que o melhor era fazer seres que não pudessem pensar por si mesmos. Um deles achou que o melhor era criar uma vida pequena e fugaz. Então ele criou o mosquito. No entanto, ele se tornou tão irritante que os deuses decidiram enviá-lo para o planeta Terra, para que não os importunasse mais.

Ilustração de mulher no espaço

De acordo com o conto oriental, outro dos deuses pensou que talvez fosse mais divertido criar uma forma de vida ágil e cheia de habilidades, além de bonita. Então ele criou o gato. Ele era muito independente e logo escapou deles, sem que soubessem para onde tinha ido.

Vendo isso, outro dos deuses sentiu que era melhor criar um ser que fosse mais gentil e mais próximo. Que acompanhasse os deuses onde quer que fossem e não fugisse na primeira oportunidade, como o gato havia feito. Foi assim que ele pensou no cachorro e o criou. Todos os deuses amavam os cachorros, mas de acordo com o conto oriental, um deles estava aborrecido porque o cão não era capaz de pensar nem falar.

A chave da felicidade: o homem no conto oriental

O deus que estava insatisfeito com as formas de vida que os seus companheiros haviam criado decidiu pensar um pouco melhor em tudo. No entanto, demorou alguns séculos. No final, ele decidiu elaborar um ser o mais perfeito possível. Ele lhe daria a inteligência para que a sua mente pudesse pensar e um coração para que pudesse sentir. Ele achava que não havia sentido em criar um universo se não houvesse alguém que pudesse admirá-lo e entender o seu significado.

Foi então que esse deus criou o homem. Era um ser muito parecido com os deuses. Uma vez pronto, todos perceberam que o novo ser estava desorientado. Ele não sabia o que fazer nem como existir. Então, outro dos deuses lhe entregou ‘o dom da felicidade’ para que ele não ficasse tão inquieto.

A chave da felicidade

Nesse momento, o homem deitou-se placidamente em um prado e olhou para as estrelas. Vários séculos se passaram e ele não se movia dali; não fazia nada. Para quê? Ele era eternamente feliz. Em seu coração havia alegria e ele não precisava de mais nada.

A chave da felicidade

Vendo isso, o deus criador do homem pensou que o seu parceiro havia cometido um erro. Dar ao homem a felicidade completa não só o transformara em um ser passivo, mas em alguém que não usava nem a inteligência nem a sensibilidade da qual era dotado. O conto oriental diz que, então, uma ideia lhe ocorreu. Ele não queria tirar a felicidade do homem, mas talvez fosse bom escondê-la. Assim, o homem precisaria procurá-la e deixaria aquela passividade.

Os outros deuses adoraram a ideia. Um deles propôs que a felicidade fosse trancada em um cofre e que eles escondessem as chaves. Os outros concordaram, mas não sabiam onde colocar o baú ou as chaves que o abriam. Segundo o conto oriental, alguns disseram que era melhor colocar tudo no fundo dos mares. Outros achavam que era melhor escondê-las no céu, ou então nos vulcões.

Um conto oriental para refletir

Dessa forma, houve uma longa discussão entre os deuses. No final, o deus criador teve outra excelente ideia. “A melhor coisa é esconder o baú e as chaves dentro dele mesmo”. Assim, ele terá que se conhecer para encontrá-los”. Todos o aplaudiram. Então, um dos deuses da luz disse: “Coloque o cofre da felicidade na sua mente. Dessa forma, ele poderá encontrá-lo através da inteligência’. Houve outro aplauso. O deus das profundezas acrescentou: “Guarde a chave da felicidade no seu coração. A bondade lhe mostrará o caminho para encontrá-la”. Todos concordaram.


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  • Yourcenar, M., & Calatayud, E. (1989). Cuentos orientales. Alfaguara.

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