A teoria triárquica da inteligência de Sternberg

Na teoria triárquica da inteligência de Sternberg, o autor descreve três tipos de inteligência: analítica, criativa e prática. Cada uma delas se relaciona com um aspecto muito específico.
A teoria triárquica da inteligência de Sternberg
Marián Carrero Puerto

Escrito e verificado por a psicóloga Marián Carrero Puerto.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

Apesar de quase todos acreditarmos saber claramente o que significa o conceito de inteligência, muitas foram suas definições ao longo da história. A teoria triárquica da inteligência é apenas uma delas, mas existem muitos especialistas que desenvolveram suas próprias teorias, como, por exemplo, Binet, Weschler, Spearman, Catell, entre outros.

Neste artigo, vamos nos focar na perspectiva de Robert Sternberg, psicólogo e professor da Universidade de Yale. Sternberg define a inteligência a partir do ponto de vista da psicologia cognitiva como “a atividade mental dirigida à aceitação intencional, seleção ou transformação de entornos do mundo real relevantes na própria vida”.

Dessa forma, podemos dizer que Sternberg concebe a inteligência como uma relação do indivíduo com o contexto a nível cognitivo, com o objetivo tanto de se adaptar ao mesmo quanto de transformá-lo, dependendo da circunstância.

No entanto, o autor foi muito mais além e elaborou uma teoria conhecida como a teoria triárquica da inteligência, segundo a qual existem três tipos de inteligência:

  • A inteligência analítica.
  • A inteligência criativa.
  • A inteligência prática.

 “Somente a inteligência examina a si mesma”.
-Jaime Balmes-

Homem de óculos pensando

Aspectos fundamentais da teoria triárquica da inteligência

Como já comentamos, Sternberg fala de três tipos de inteligência: a analítica, a criativa e a prática. Cada uma delas faz parte de três subteorias que se complementam entre si: a componencial, a experiencial e a contextual. 

“Um homem sábio buscará mais oportunidades do que as que surgem”.
-Francis Bacon-

A seguir, vamos nos basear na descrição de Elizabeth, J.R e Gregorio, P. (2008) para desenvolver e explicar a teoria de Sternberg. Vamos nos aprofundar um pouco mais.

A relação entre a inteligência e o mundo interno do indivíduo: os componentes da inteligência

A teoria triárquica da inteligência descreve a relação da inteligência com o mundo interno do indivíduo através dos componentes ou processos mentais que estão envolvidos no pensamento. Esses componentes são de três tipos:

  • Metacomponentes: trata-se dos processos executivos usados para planejar, controlar e avaliar a solução dos problemas ou das tarefas.
  • Componentes de execução: são os processos de nível mais baixo de todos os envolvidos em cumprir ou executar os mandatos dos metacomponentes.
  • Componentes de aquisição do conhecimento: são aqueles processos utilizados, em primeiro lugar, para aprender a solucionar os problemas.

Esses tipos de componentes são altamente interdependentes e, em conjunto, formam o que o autor chama de inteligência analítica.

A relação entre a inteligência e a experiência individual: facetas da inteligência humana

Os três tipos de componentes de processamento da informação se aplicam a tarefas e situações que variam em relação aos níveis de experiência individual. Quando uma tarefa é apresenta pela primeira vez, ela é inovadora, mas por meio de sucessivas experiências vai se automatizando.

Esse tipo de inteligência é o que Sternberg chama de inteligência criativa.

O contexto da inteligência: funções do autogoverno mental

Nessa teoria, a inteligência cotidiana, a de cada dia, é definida como a seleção e modificação dos ambientes do mundo real que são relevantes em nossa vida e para nossas aptidões, sempre sob uma finalidade adaptativa.

Primeiro é escolhida a adaptação e, se esta falhar, opta-se pela seleção ou modelagem. É o último tipo de inteligência definida por Sternberg em sua teoria: a inteligência prática.

“Uma pessoa inteligente aprende com a experiência dos demais”.
-Voltaire-

Mulher pensando em varanda

A pessoa inteligente busca a experiência que deseja realizar

Quisemos destacar essa bela frase de Aldous Huxley porque relaciona a inteligência com o desejo pessoal de cada um de nós, algo que deveria ser levado em consideração no âmbito educacional. De fato, um dos principais objetivos desse contexto deveria ser a busca e o desenvolvimento da inteligência múltipla, da inteligência emocional e da inteligência triárquica.

Essas inteligências constituem os fatores principais que nos ajudam a gerar e desenvolver habilidades emocionais, cognitivas e muitas outras que se encontram, muitas vezes, dormentes em cada um de nós.

O fato de poder contar com teorias sobre a inteligência que nos proporcionam diferentes métodos de estudo da mesma pode ser muito útil, sempre que as utilizarmos corretamente. E mais, se os profissionais da educação forem conhecedores delas, seu uso seria muito recomendável nos contextos educacionais para que, posteriormente, possam ser aplicadas no dia a dia.


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  • Jiménez Rey, E. M., & Perichinsky, G. (2008). La teoría triárquica de la inteligencia de sternberg aplicada a la creación de programas. In X Workshop de Investigadores en Ciencias de la Computación.

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