10 frases inesquecíveis do livro "A Insustentável Leveza do Ser"

10 frases inesquecíveis do livro "A Insustentável Leveza do Ser"
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 29 março, 2018

Milan Kundera  é um daqueles escritores que é impossível esquecer depois de ler. Todas as suas obras têm grande profundidade e engenhosidade. Prova disso são as inesquecíveis frases do livro A Insustentável Leveza do Ser, uma de suas obras mais emblemáticas. Elas foram compiladas centenas de vezes e sempre nos surpreendem.

O que faz com que as frases de A Insustentável Leveza do Ser sejam memoráveis é a lucidez e a precisão com que são formuladas. Este é um romance de amor, mas ao mesmo tempo é muito mais do que isso. No fundo, trata do que todas as grandes obras falam: o sentido da vida.

Aquele que quer permanentemente ‘chegar mais alto’ deve esperar que um dia será invadido pela vertigem”.
-Milan Kundera-

Não é fácil fazer uma seleção de frases de A Insustentável Leveza do Ser. No entanto, tentamos recolher as mais significativas. Aquelas que captam a essência desse romance extraordinário que é impossível parar de ler. Essas são 10 dessas afirmações:

Milan Kundera

Duas lindas frases de A Insustentável Leveza do Ser

Quase todas as frases do livro A Insustentável Leveza do Ser referem-se ao amor e a suas vicissitudes. O romance expressa muitas das formas que um relacionamento amoroso pode ter. Ele tenta, em repetidas ocasiões, definir o amor.

Como nesta afirmação: “O amor não se manifesta no desejo de dormir com alguém (esse desejo ocorre em relação a uma quantidade incontável de mulheres), mas no desejo de dormir junto a alguém (esse desejo ocorre em relação a uma única mulher).”

Da mesma forma, Milan Kundea se esforça na obra para definir o que não é amor. Suas fortes reflexões a respeito o levam a estabelecer o grande contraste que existe entre amar e desejar ser amado. Ele resume neste texto: É possível que não sejamos capazes de amar precisamente porque desejamos ser amados, porque queremos que o outro nos dê algo (amor), em vez de nos aproximarmos dele sem exigências e querer apenas a sua mera presença”.

O amor e o fim do amor

As frases de A Insustentável Leveza do Ser não giram em torno de um amor romântico como tal. O que Kundera faz é tentar ligar esse sentimento ao sentido da vida para o homem contemporâneo. Por isso, o fim do amor também está presente em suas reflexões. Esta é uma delas:Os amores são como os impérios: quando a ideia sobre a qual eles foram construídos desaparece, eles também perecem.

Mulher apontando para homem

Em outra de suas reflexões, o autor descreve o amor e o fim do amor de uma forma muito interessante e profunda. Ele argumenta que o amor vive justamente porque a possibilidade de sua ausência também está presente.

Ele disse assim: “Essa tristeza significava: chegamos à última estação. Essa felicidade significava: estamos juntos. A tristeza era a forma e a felicidade, o conteúdo. A felicidade enchia o espaço de tristeza“.

Renunciar à força e à razão

Para Kundera, o amor também implica renúncias. Não exatamente a renúncia que a felicidade implica, nem aquela que propõe renunciar ao bem-estar próprio em função do alheio. Ele coloca dessa forma: “Porque amar significa renunciar à força”. Em outras palavras, o amor se instala e sobrevive a partir da fragilidade, da vontade de ser vulnerável e aceitar a vulnerabilidade do outro.

Com um certo toque de ironia, Kundera também fala de outra renúncia em função do amor: a da razão. Uma das frases do livro A Insustentável Leveza do Ser diz: “Onde o coração fala, é indelicado que a razão o contradiga“. Com isso, ele quer salientar que o que está nos sentimentos é mais verdadeiro e relevante do que o que habita os pensamentos.

O peso e a leveza

Toda a trama de A Insustentável Leveza do Ser gira em torno dos conceitos de leveza e peso. Ao longo da obra, repetidas vezes questiona-se qual desses dois eixos deve reger a vida. A esse respeito, o autor afirma: “O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira“.

Mulher e homem embaixo d'água

É uma afirmação que, de uma forma ou de outra, questiona a ideia atual de que a frivolidade e a superficialidade são mais fáceis de lidar. Pelo contrário, carregar um fardo torna a vida mais real e mais digna de ser vivida.

No entanto, o anterior não exclui que o peso também envolva um sofrimento. O autor expressa isso neste fragmento: “Não há nada mais pesado do que a compaixão. Nem sequer a própria dor é tão pesada quanto a dor sentida com alguém, por alguém, para alguém,  multiplicada pela imaginação, prolongada em mil ecos“.

Segundo Kundera, a dor alheia chega a ser mais dura que a própria. O amor faz com que isso seja assim. A compaixão é um grande peso, porque é uma dor irresolúvel. Podemos ser capazes de lidar com o nosso próprio sofrimento, mas o dos outros pertence a eles, embora doa da mesma forma.

Viver apenas uma vez

Muitas das reflexões de Milan Kundera visam revelar verdades óbvias, mas que muitas vezes ignoramos. Como esta: “O homem nunca pode saber o que deve querer, porque vive apenas uma vida e não tem como compará-la com suas vidas passadas ou alterá-la em suas vidas posteriores“.

Trata-se de um raciocínio lógico em que a ideia de que todo ser humano deve ter um “porquê” é destruída. O que ele afirma é que é impossível saber, já que vivemos sempre tateando e só conhecemos a vida vivendo-a. A mesma ideia é repetida nesta belíssima frase: “A vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro“.

Mulher se olhando em espelho

Sem dúvida alguma, A Insustentável Leveza do Ser  é uma daquelas obras que estão destinadas a perdurar. Ela revela um escritor com enorme sensibilidade, que foi capaz de abordar com inteligência e profundidade um dos temas eternos: o amor.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.