Abraçar é respirar a essência das pessoas
Abraçar é um gesto simples e cotidiano, mas muitas vezes nos esquecemos da sua capacidade de aliviar e aproximar as pessoas.
As palavras são importantes, claro, e nem sempre os gestos valem mais que as palavras, isso é verdade. Às vezes, falar dos problemas é a melhor maneira de resolvê-los. Mas acompanhar nossas palavras com um gesto, ou simplesmente com um abraço silencioso, pode ser o melhor remédio.
“Se eu soubesse que esta seria a última vez que te veria sair pela porta, te daria abraços, um beijo e te chamaria outra vez para dar mais.”
– Gabriel García Márquez –
Já sabemos que um abraço…
- Diminui a liberação de cortisol (hormônio que o organismo produz em momentos de estresse);
- Regula a pressão arterial;
- Melhora a comunicação entre duas pessoas;
- Aumenta nossa autoestima;
- Experimentamos segurança e proteção pela liberação de oxitocina (cuja principal função é fazer com que o indivíduo se sinta bem e com afeto);
- Ativa os receptores da nossa pele.
Pode um abraço, da mesma forma que as vitaminas, nos manter afastados do médico?
De acordo com um estudo da Universidade Carnegie Mellon (CMU, em sua sigla em inglês) liderado por Sheldon Cohen (professor de psicologia na Dietrich Faculdade de Humanidades e Ciências Sociais da Universidade de CMU), esta idéia não está muito longe da realidade. Cohen e sua equipe decidiram estudar os abraços como um exemplo de apoio social, porque os abraços são, tipicamente, um marcador para termos uma relação mais íntima e próxima com outra pessoa.
“Sabemos que as pessoas que não vivem conflitos com outras são menos capazes de lutar contra o vírus do resfriado. Também sabemos que as pessoas que afirmam ter apoio social estão parcialmente protegidas dos efeitos do estresse nos estados psicológicos, como a depressão e a ansiedade.”
Além disso, descobriram que…
As pessoas com maior apoio social e que recebiam abraços mais frequentes estavam mais protegidas contra o resfriado ou apresentam os sintomas menos graves da doença, após a exposição ao vírus e controlando os abraços recebidos. Os abraços eram responsáveis por um terço do efeito protetor de apoio social.
“Isso sugere que ser abraçado/a por uma pessoa de confiança pode ser um meio eficaz para transmitir apoio, e o aumento de sua frequência pode ser um meio eficaz para reduzir os efeitos nocivos do estresse”, disse Cohen.
Em todo o caso, não precisamos ir tão longe nem precisamos de mais dados antes de confirmar que os abraços estão ente os melhores remédios.
“ Free Hugs” surgiu como uma controversa história da vida real de Juan Mann: um homem cuja única missão era chegar e abraçar um estranho para alegrar seu dia. Os efeitos da campanha tornaram-se virais e o fenômeno se estendeu.
“O que me motivou foi observar que vivemos em uma era de desconexão social e de falta de contato físico humano.”
Agora, pense em você , no seu redor, nas pessoas que você conhece, em seus abraços. Pense nos momentos em que uma situação tensa foi acalmada ou simplesmente naqueles dos quais você desfrutou. Acompanhar com um abraço o “Bom dia!” ao se levantar, em uma situação alegre para felicitar alguém ou depois de uma discussão é se conectar com o mais primário de nós mesmos.
Abraçar é nos aproximarmos das pessoas,
respirar sua essência
e comprovar que somos feitos
da mesma massa.
É curioso pensar na última vez que demos um abraço por pura vontade, incondicionalmente. Livre de rotinas e de compromissos ao fazê-lo. De fato, ao terminar este artigo você poderia se aproximar da pessoa que está ao seu lado em casa e dar nela um longo abraço, que paralise o tempo . Que dure, no mínimo, 8 segundos. E bem forte, é claro!
Como disse Jackselins Arteaga “O abraço é algo grandioso. É a maneira perfeita de demonstrar o amor que sentimos quando não conseguimos encontrar a palavra exata.”
Quantos problemas poderiam ser solucionados no mundo se déssemos mais abraços?