Adeus a Kobe Bryant, a lenda do basquete que nos fez sonhar
Os verdadeiros gigantes não vivem nos contos, habitam o mundo real e, às vezes, as quadras de basquete. Nesse adeus a Kobe Bryant, vemos que ele era muito mais do que uma das estrelas de maior destaque da NBA. Ele foi e sempre será uma daquelas figuras que despertam sonhos em crianças e adultos, um gigante que reuniu milhões de pessoas diante da televisão e as fez amar o basquete.
O mundo ficou chocado recentemente com a notícia da sua morte. Kobe Bryant, de 41 anos, sua filha Gianna, de 13, e sete outras pessoas perderam a vida após um acidente de helicóptero em uma região residencial de Los Angeles.
Um acidente fatal que deixou órfão o mundo do esporte, no qual a “mamba negra” se destacava como um dos ícones mais queridos.
Torcedores, esportistas, políticos, celebridades e pessoas anônimas que o admiravam deixaram seus tributos a esta lenda. Cada um à sua maneira, mas são muitos os que se reuniram espontaneamente em uma quadra de basquete para homenagear um homem que nunca deixou de ser uma criança apaixonada pelo basquete, por uma bola e uma cesta na qual realizar cada um dos seus sonhos.
“O importante é que os seus companheiros saibam que têm o seu apoio e que você quer que eles sejam bem-sucedidos”.
-Kobe Bryant-
Kobe Bryant, um homem com uma mentalidade vencedora
Ele era chamado de “mamba negra” por ser o mais perigoso da quadra. Diz a lenda que ele mesmo escolheu este apelido após assistir ao filme Kill Bill, de Tarantino, e essa atitude de nunca se dar por vencido definiu boa parte da sua vida profissional. “Se você me vir em uma briga com um urso, reze pelo urso”, ele costumava dizer, tamanha era a sua necessidade de se superar, de dar sempre o melhor de si mesmo.
A sua trajetória vitoriosa é a consequência dessa mentalidade e dessa genialidade excepcional que o definiam: cinco anéis de campeão da NBA, um MVP da liga, duas medalhas de ouro olímpicas, um recorde de 18 participações consecutivas no Jogo das Estrelas, quatro prêmios de jogador mais valioso…. Ele chegou até a ganhar um Oscar por um curta de animação sobre a sua vida.
Foi esse gigante que vestiu o ouro e o roxo do Los Angeles Lakers, uma figura quase hipnótica na quadra de basquete pela sua capacidade de marcar pontos e também pela personalidade que lhe rendeu o amor do público e, sobretudo, dos jogadores que faziam parte da sua equipe. Ele fazia o que fosse necessário por eles: desde animar os que estavam no banco até dar água aos companheiros de time.
O menino que amava o basquete
Dizem que Kobe Bryant nasceu com uma bola de basquete. Carregava sua paixão nos genes, transmitidos a ele pelo seu pai, Joe “Jellybean” Bryant, também jogador profissional, e os mesmos que, tristemente, passou à sua filha Gianna, que já estava se destacando no mundo do esporte.
Kobe passou boa parte da sua infância na Itália, país onde seu pai jogava. Foi em 1991, de volta aos Estados Unidos, que ele começou a se destacar como uma jovem estrela no mundo do basquete. Isso aconteceu na Filadélfia.
Ele tinha tanta habilidade, maturidade e capacidade de jogo que não precisou passar pelo basquete universitário, como grande parte das figuras de maior destaque do mundo do basquete. Com apenas 18 anos, já estava jogando na NBA. Com 21 anos, apareceu na revista Forbes e já tinha contratos milionários de patrocínio com Adidas, Sprite, Mattel, Spalding e Giorgio Armani.
Kobe Bryant, 20 anos de carreira com luzes e sombras
Kobe Bryant se despediu da sua carreira profissional e do Los Angeles Lakers em 2016. Ele fez isso com 20 anos de carreira nas costas em uma partida épica: a equipe jogava contra o Utah Jazz e ele marcou 60 pontos em uma noite, com o público gritando seu nome sem parar.
Foi uma carreira cheia de sucessos, mas obscurecida por episódios controversos, como uma acusação de estupro de uma jovem de 19 anos que trabalhava em um hotel. O caso foi encerrado com um acordo extrajudicial e com um pedido público de desculpas do jogador.
Um projeto inacabado: o apoio ao basquete feminino
As vidas terminadas não deixam apenas feridas e vazios, também destroem projetos e sonhos pessoais. O sonho de Kobe Bryant era o basquete feminino, levar reconhecimento a essa categoria à mesma altura da projeção do basquete masculino.
Seus esforços estavam focados na segunda das suas quatro filhas, Gianna Maria-Onore, que estava fazendo sucesso no esporte guiada por seu pai. Era comum ver os dois nas arquibancadas do ginásio quando os Lakers jogavam, envoltos em cumplicidade, afeto, compartilhando a mesma paixão pelo basquete.
No dia do acidente, os dois estavam a caminho de uma partida que Gianna jogaria naquela mesma tarde. Nenhum dos dois conseguiu chegar. Suas vidas e seus sonhos se perderam para sempre, deixando projetos de vida por cumprir.
O mundo do esporte chora essa ausência, embora ninguém tenha dúvida de que o legado de Kobe Bryant vai mantê-lo para sempre como uma das estrelas de maior brilho do mundo do basquete.