Ative seus alarmes internos para aumentar o autocontrole

Ser capaz de praticar o autocontrole significa saber como se manter calmo e agir apesar do que aconteceu.
Ative seus alarmes internos para aumentar o autocontrole
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 27 abril, 2019

Desejar aumentar o autocontrole é um objetivo muito comum. O problema é que geralmente não é suficiente colocar toda a nossa vontade nisso. Às vezes o que nos falta não é interesse, mas uma metodologia adequada. A psicologia e as ciências que lidam com a mente encontraram maneiras de tornar a conquista desse propósito mais simples e eficaz, e uma delas é fazendo uso dos nossos alarmes internos.

O autocontrole é definido como a capacidade de modular as emoções e manter a calma diante de situações estressantes, hostis ou que provocam fortes impactos emocionais. Alguns chamam de “cabeça fria”, mas se trata mais de um “coração lento”.

 “Maturidade é controlar desejos e atrasar gratificações. Se não nos deixarmos levar pelos primeiros impulsos, assumiremos o controle de nossas vidas e desfrutaremos da verdadeira liberdade. ”
-Enrique Rojas-

O processo para aumentar o autocontrole é gradual. A passagem da impulsividade para a reflexividade não acontece da noite para o dia. É um processo autoeducativo que progride gradualmente, isto é, de nível para nível. Portanto, é essencial aprender a ativar nossos alarmes internos. Vamos ver tudo isso em mais detalhes.

Alarmes internos ativados

As preocupações, um fator que impede o autocontrole

O que nos estressa, nos irrita ou nos angustia, na maioria das vezes, não é tão estressante, irritante ou angustiante. Somos nós que damos essas conotações, que damos essa importância, de acordo com a nossa perspectiva.

Quando não somos capazes de administrar a forma como somos e a realidade nos asfixia, o que geralmente acontece é que estamos interpretando o mundo de maneira ansiosa.

As preocupações são precisamente isso: uma maneira ansiosa de se aproximar da realidade. São previsões angustiantes em relação ao que virá que não servem para nada.

Assim, o primeiro dos alarmes internos que devemos ativar é aquele que nos alerta sobre a presença de uma preocupação. Agora, o que podemos fazer nesses casos?

  • Eliminar a preocupação do campo mental. Escreva ou diga em voz alta diante de um gravador. O importante é evitar que ela permaneça constantemente dentro de nós.
  • Delimitar o tempo gasto em preocupações. Programar um período de tempo específico para pensar sobre o que nos preocupa pode nos ajudar. Uma hora por dia, por exemplo.
  • Tirar proveito do tempo para se preocupar. Durante o tempo gasto para pensar sobre o que nos preocupa, o ideal é se esforçar para encontrar soluções. Claro, não pretendemos descobrir a saída mágica, mas o próximo passo a dar.
  • Relaxar no tempo restante. Fora do tempo específico para se preocupar, o que devemos fazer é relaxar e não pensar em nada negativo.

O processo de usar os alarmes internos para aumentar o autocontrole

Outra chave para aumentar o autocontrole é reagir a tempo diante de um estímulo estressante, irritante ou que sentimos que causa algum desconforto. Devemos isolar esse estímulo. Isso significa, antes de mais nada, não reagir; em seguida, se afastar.

Para isso, é necessário identificar exatamente o que está nos incomodando. Por exemplo, podemos escrever o incômodo e depois colocá-lo para fora de nossas vidas e agir como se nada nos perturbasse. Como se fôssemos atores de teatro e nosso papel fosse simular a tranquilidade. Depois, seria benéfico buscar algo de que gostássemos – ou pelo menos que seja neutro. Dessa forma, observaríamos como nossas emoções vão sendo equilibradas.

Como manter o autocontrole

Assim, aumentar o autocontrole vai desde a conquista de não reagir impulsivamente até a capacidade de antecipar situações ou efeitos negativos. Os níveis de avanço são os seguintes:

  • Resistir a reagir de maneira exagerada. É melhor nos calarmos a e ficar quietos do que fazer algo que possamos lamentar mais tarde.
  • Identificar a emoção que quer nos controlar (medo, raiva, angústia, estresse, etc.) e administrá-la para que ela não assuma o controle.
  • Manter o controle diante de situações que causam estresse, raiva ou frustração e continuar com nossas atividades. No entanto, é verdade que nesses momentos é difícil recuperar o equilíbrio.
  • Praticar técnicas de relaxamento e aplicá-las em momentos difíceis. Graças a elas, será mais fácil recuperar a tranquilidade e os estados de calma.
  • Manter o autocontrole e reagir de forma construtiva. É sobre encontrar soluções para o que nos preocupa, irrita ou angustia.
  • Alcançar o maior autocontrole possível e, ao mesmo tempo, ter a capacidade de acalmar os que nos rodeiam.
  • Antecipar-nos às situações que possam causar tensão ou dificuldade e desenvolver estratégias para modificá-las e evitar situações em que tudo transborda.

Agora, a coisa mais importante em todo este processo é introduzir esses alarmes internos que nos ajudam a parar a espiral negativa de pensamentos e emoções. Isso sim, através da vontade, da prática constante e da capacidade de ser consciente, enquanto evitamos nos pressionar e entendemos que o tempo é o nosso melhor aliado nesses casos.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.