Amo pessoas sentipensantes que não separam razão e emoção

Razão e emoção não são continentes separados. Somos seres sentipensantes nos quais o coração e a mente geralmente andam de mãos dadas...
Amo pessoas sentipensantes que não separam razão e emoção
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 23 março, 2022

Dizia Eduardo Galeano que “a linguagem que diz a verdade é a linguagem sentipensante” e que as melhores pessoas são aquelas que são capazes de pensar sentindo e de sentir pensando.

Isso o levou a afirmar que “gosto das pessoas sentipensantes, que não separam a razão do coração. Quem sente e pensa ao mesmo tempo. Sem se divorciar a cabeça do corpo, nem a emoção da razão”.

Por mais que tentemos, agimos com o coração seguindo a lógica da nossa mente e vice-versa. Somos um todo, pensamos e sentimos ao mesmo tempo e é assim que lidamos com a realidade.

mulher sorrindo simbolizando empatia

Administrar o que sentimos é essencial para lembrar o que merecemos

Sentipensando é como nos relacionamos com o amor, com a amizade, com as decepções, com as alegrias, com os nossos anjos e também com os nossos demônios. Não podemos nos dividir em pedaços ou separar os nossos sentidos dos nossos pensamentos.

Quando nos encontramos em um relacionamento complicado, não podemos tentar nos guiar apenas pelo que estamos sentindo. Às vezes, temos que deixar parte do que sentimos de lado para valorizar mais o que merecemos.

No entanto, em qualquer decisão e evento de nossas vidas, sempre haverá a influência das nossas emoções e sentimentos (e ainda bem que é assim, pois, caso contrário, seríamos robôs).

Mulher cercada por penas

A sensibilidade sentipensante, base da empatia

Há pessoas com mais ou com menos sensibilidade sentipensante; de fato, há pessoas que pensam e agem de acordo com a crença de que, no mundo de hoje em dia, se você for sensível e der importância às suas emoções, você será destroçado pelas circunstâncias.

É por isso que se torna necessário refletir, pois, para nos sentirmos vivos e fluir ao mesmo tempo, é fundamental pensar e sentir. Como vamos criar nossos filhos priorizando a lógica? Como vamos amar se dermos maior importância à razão?

Parece que destacar a razão sobre a emoção é um sinal de força e que nossas emoções e sensibilidade são sinais de fraqueza e fragilidade. Porém, nada poderia estar mais longe da realidade. A combinação de ambas é o que realmente nos torna grandes.

Manter uma filosofia sentipensante é uma forma de abraçar a vida e o que realmente somos. De fato, as pessoas sentipensantes são as que acumulam o maior carisma e a maior capacidade de se conectar com o seu entorno.

Apaixonar-se por uma pessoa altamente sensível

Uma pessoa sentipensante é uma pessoa equilibrada, que oferece aos outros confiança, boas intenções, inteligência emocional, poder e força para que abram as suas asas e deixem voar livremente os seus propósitos.

As pessoas sentipensantes são as que melhor entendem a importância dos pequenos detalhes para lidarmos com o mundo. São elas as que melhor entendem que a nossa vida não tem sentido sem os laços que nos unem e que nos fazem respeitar uns aos outros.

“Agimos com o coração, mas também usamos a cabeça e quando combinamos as duas coisas, somos sentipensantes”

-Eduardo Galeano-

Celebrar o casamento da razão com o coração é a base do nosso bem-estar

Devemos agradecer ao tempo por nos mostrar que as coisas boas chegam a qualquer momento, às vezes de mãos dadas com nossos sentimentos e às vezes abraçando a nossa razão.

Por isso é tão importante não separarmos a lógica das emoções, uma vez que ambas são necessárias para entendermos o mundo e o que nos acontece, bem como para tomar decisões.

A nossa mente é uma mente sentipensante que colabora com o nosso entorno e que tenta se coordenar a todo momento para se conectar com os outros e para tornar cada relação mais satisfatória. No entanto, nem sempre sabemos como equilibrar a balança.

pessoas altamente sensíveis

Um bom cérebro social é aquele que balanceia as suas relações a partir de uma linguagem sentipensante que equilibra razão e emoção, já que nenhuma é melhor, pior ou superior à outra, mas sim precisam uma da outra para existir. Sem sensibilidade emocional, não podemos compreender um mundo construído com base na razão ou vice-versa.

Isso determinará a felicidade na nossa vida e, ao mesmo tempo, a qualidade dos nossos pensamentos. No final das contas, tudo se resume ao fato de que o amor não é aquilo que queremos sentir, mas sim o que sentimos sem querer.

E quem não pensa dessa forma, talvez seja porque não nasceu ainda; pois realmente pensar sem sentir (ou vice-versa), é ver sem ver, ouvir sem ouvir, amar sem amar e viver sem viver. E isso é tão impossível quanto a existência de um sorriso certeiro e sincero sem um sentimento de verdadeira alegria.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.