O amor é a aprendizagem da nossa vida

O amor é a aprendizagem da nossa vida

Última atualização: 22 janeiro, 2017

Quase todos nós nos comportamos como se amar não pudesse ser aprendido, como se o amor fosse isso que está adormecido em cada ser humano e que, simplesmente, espera para despertar quando as circunstâncias da nossa vida estejam propícias.

Cada pessoa vive o amor à sua maneira limitada, e não parece relacionar a solidão e a confusão resultantes com sua falta de conhecimentos sobre o amor. Parece que não percebemos que não podemos viver aquilo com o que não estamos envolvidos. Para dedicar-se ao amor, é preciso estar sempre crescendo em amor.

Viver a vida como um apaixonado

Todos os dias as notícias falam sobre a crise política e econômica, de novos casos de violência de gênero, de assédio e maus-tratos entre adolescentes, de escândalos sociais… Se apesar disso você se levanta, toma café da manhã, se veste e com uma determinação renovada sai pela rua protegido com a armadura do otimismo, olhando com os olhos de criança, apreciando as emoções e aproveitando a vida e as pessoas, pode ficar agradecido. Porque você pode amar. Viver a vida como um apaixonado é a melhor opção.

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Optar por ser um apaixonado não tira de nossas vidas o bom senso, nem quer dizer que temos que deixar o cérebro na porta. O amor é uma opção na qual se pode ver a vida de maneira perfeita, excitante, plena e maravilhosa. E também é possível aprender a amar e, a partir do amor, ver tudo diferente.

O amor pela psicologia

O amor é uma emoção, é o afeto ou o carinho que sentimos por algo ou por alguém. Mas o amor pode ter várias caras. E pode ser agente modificador de comportamento, de ação e de mudança, para quem o sente e cuida.

Segundo a psicologia e a Teoria Triangular do Amor de Robert Sternberg, o amor possui três componentes fundamentais: a intimidade, a paixão e o compromisso.

  • A intimidade é entendida dentro de uma relação como o grupo de sentimentos que promovem a aproximação, o vínculo, a conexão… compartilhar momentos agradáveis, contar segredos, estar presente… Estaria relacionada com a amizade dentro do casal.
  • A paixão seria um estado intenso de desejo ou de união com a outra pessoa, como expressão de necessidades sexuais ou românticas acompanhadas de excitação psicológica.
  • O compromisso como a decisão de amar a outra pessoa e a firmeza para manter esse amor. Significa manter a relação em bons e maus momentos.

Amar a vida

É possível sentir amor por amigos, familiares, parceiros… e, como não, a vida.

Erich Fromm, psicanalista, psicólogo social e filósofo, tratou o tema do amor em uma de suas obras ‘A arte de amar’, e nela documenta a relação entre doutrina e vida, argumentando que esta última consiste em voltar a nascer continuamente.

A tragédia, como ele diz, é que a maioria de nós morre antes de ter começado a viver. A obra de Fromm consiste em filosofar a partir do concreto, aceitando as limitações do pensamento abstrato e renunciando a qualquer tipo de atitude messiânica. Baseada nos mecanismos da tradição oral judaica, essa obra traz agudas e profundas reflexões. Nos revela o talento particular do autor para expor questões que pareciam confusas e nos surpreende com suas intuições e explicações sempre estimulantes.

Quem nos ensina a amar?

Todos nós nascemos com capacidade de amar e a necessidade de ser amados, mas nem todo mundo tem a habilidade de amar. É necessário evocá-la, estudá-la, ensiná-la e praticá-la. Como aprendemos a amar? A forma através da qual cada um aprende o que é o amor está determinada pela cultura na qual se educa, pela família que pertença, de quem tem por perto, as experiências que já viveu…

E então, quem nos ensina a amar? A sociedade, nossas experiências, nossos pais… Nossos pais são nossos primeiros mestres, ainda que nem sempre sejam os melhores. Os filhos crescem acreditando que seus pais são perfeitos, logo se desencantam e se irritam quando comprovam que são seres humanos e que cometem erros.

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A maioria das pessoas nunca aprende a amar, ainda que o potencial de amor ilimitado exista em cada pessoa, ansioso para ser reconhecido, desejando ser desenvolvido, com vontade de crescer. Nunca é muito tarde para aprender algo para o qual já se está potencialmente capacitado.

A pessoa amante se desfaz de rótulos. Não há palavra suficientemente significativa para começar a descrever nem o mais simples dos homens. Existem muitas coisas belas em cada ser humano para que seja rotulado com um apelido e encurralado sem consideração.

Curso sobre o amor

Leo Buscaglia foi professor de edução especial na Universidade do Sul da Califórnia e escritor de vários livros. Criou uma matéria universitária realmente única: um curso sobre o amor na Universidade do Sul da Califórnia. Ele dizia que o amor se aprende e deve ser exercitado.

Um curso sobre o amor parece ideal, mas mais que isso, é necessário. Buscaglia sempre insistiu que o amor  é uma verdadeira escolha vital, cuja outra alternativa é a frustração, a solidão e o medo. Em seus livros ele ensina a pensar, sentir e agir para crescer no amor e experimentar a fundo tudo que a vida pode oferecer. Mais que um estilo de amar, propõe um estilo de vida.

Aprender a amar

Se não paramos para ver como nos sentimos, pode ser que precisemos revisar nossas habilidades para amar. Nunca é tarde para aprender outras formas e nos sentirmos melhor. Para aprendermos a amar, podemos começar por:

  • Reconhecer nossas próprias necessidades e revisar nossa forma de amar. A pessoa que ama não se esquece de suas próprias necessidades. Nem tanto necessidades físicas, que temos cobertas na maioria dos casos, mas sim necessidades emocionais: necessidade de sermos vistos, de sermos reconhecidos, de sermos respeitados, de ter sucesso, de aproveitar o mundo, de admirar as contínuas maravilhas da vida, de ser capazes de compreender quão fantástico é estar vivo. Nos esquecemos de nos olhar, de nos escutar, de nos tocar e de nos abraçar.
  • Amar a si mesmo. A pessoa que ama é aquela que ama a si mesma, que compreende que uma pessoa só consegue oferecer aquilo que tem e conhece. É essa pessoa que se responsabiliza por conta própria para crescer, amar, valorizar sabedoria e experiências, para logo entregá-las a outras pessoas de maneira que elas possam assimilar e construir.
  • Cuidar do próximo, do parceiro, da família, dos amigos. Cuidar dos pequenos detalhes: uma ligação, um pouco de tempo, um sorriso. Presentear com os detalhes mais simples é cuidar. E cuidar é amar.
  • Deixar-se guiar pelo coração, sem perder a razão. O amor pode ser beneficiado com o estudo sério, a análise e a aprendizagem. O autoconhecimento, a própria essência dos nossos desejos, a leitura e o estudo de autores que refletiram sobre o amor pode nos ajudar. É possível aprender a amar.
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