O amor pelos bebês é o melhor estímulo para criar vínculos afetivos
Em janeiro, em fevereiro, em março, em abril… não importa em que mês tiver nascido. Mas quem tiver nascido entre beijos fique de pé, erga a taça dos afetos e cuidados e a proteja até o fim. Porque este presente é uma grande fortuna que poucas vezes valorizamos: quando o recebemos estamos muito longe de entender a imensa sorte de ter passado nossos primeiros anos, quando éramos bebês, em um entorno cheio de amor no qual pudemos criar vínculos afetivos seguros.
Os recém-nascidos são capazes de cheirar o amor, a bondade, a rejeição… é por isso que já no primeiro ano de vida preferem estar acompanhados de certas pessoas e de outras não. Mesmo antes de dar seus primeiros passos, o pequeno já começa a se relacionar com as emoções e a colocar os primeiros pilares do que será o seu desenvolvimento emocional: um processo fascinante no qual se verá envolvido por toda a sua vida. Um dos primeiros marcos do desenvolvimento será criar os primeiros vínculos afetivos.
Se pararmos para pensar, provavelmente iremos notar que bebês e adultos não são tão diferentes na hora de escolher suas pessoas favoritas e criar vínculos afetivos com elas. A explicação parece simples: aprendemos a discriminar entre aqueles que nos tratam bem e nos proporcionam bem-estar e aqueles de quem não podemos esperar nada.
Por que os vínculos afetivos no recém-nascido são tão importantes?
Várias pesquisas sustentam que os vínculos afetivos são fundamentais para um bebê. Por exemplo, a experiência de Harlow mostra que a privação de respostas maternas provoca problemas no processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Estes problemas vão desde dificuldades no crescimento dos pequenos a problemas emocionais.
Este laço se constrói quando os pais dão à criança uma série de cuidados duradouros que vão mais além de satisfazer as necessidades básicas, como cobrir uma alimentação ou proporcionar um teto. Falamos de apoio, proteção, bem-estar, contato físico, carinho, amparo em situações de mal-estar, etc.
Não se deve subestimar a acuidade emocional dos bebês, pois é durante seus primeiros anos de vida que começam a organizar minuciosamente todas as suas experiências sociais; digo minuciosamente porque nenhum detalhe lhes escapa de tudo que observam ao seu redor, absorvendo todas as diferenças que encontram e manifestando preferências diante destas.
Que habilidades os bebês têm para criar este vínculo?
O bebê se desenvolve no mundo através dos seus sentidos: o tato, o olfato, o paladar, a visão e a audição são suas armas vitais de aprendizagem e que lhe servem para se relacionar com papai e mamãe e com todo o seu entorno. Seus canais de pensamento complexo ainda não estão abertos e seu jeito de interagir tem muito a ver com os impulsos.
De forma inata, os bebês têm preferência pela voz humana. Então, cada vez que ouvir a voz das suas figuras de apego, várias partes do seu cérebro se ativarão e ativarão milhares de conexões necessárias para o processo de desenvolvimento.
Por outro lado, os bebês respondem rapidamente ao contato pele com pele e ao contato visual. Os dois agem como relaxantes naturais para eles, ao mesmo tempo em que favorecem o crescimento físico e o desenvolvimento ótimo geral do recém-nascido.
Como se estabelecem os vínculos afetivos?
Qualquer momento é uma oportunidade perfeita para mimar e aconchegar o seu bebê. Contudo, não é menos verdade que existem certos momentos que são mais sensíveis e propícios para a criação do vínculo. Falamos de lugares temporais que, embora muitas vezes possam parecer óbvios, costumam ser ignorados.
O primeiro de todos, obviamente, é quando a mãe pega o bebê imediatamente depois do parto para amamentá-lo, já que nesse momento o recém-nascido é especialmente receptivo. Infelizmente existem partos onde existem complicações, e assim que nasce o bebê precisa de tratamento; contudo, não é menos verdade que sempre que possível será bom a mãe aproveitar este momento.
Os próximos momentos de amamentação continuam sendo momentos perfeitos para continuar com o vínculo. Tanto se receber o peito ou se for mamadeira, é uma perfeita oportunidade para aproveitar, para olhar nos olhos do bebê e falar com ele. Logo cedo os bebês têm o habito de imitar as expressões faciais, os gestos, e os sons das suas figuras de referência.
Tomar banho com os bebês, imitar seus movimentos, dar mensagens infantis, ou só o fato de se levantar no meio da noite para lhe dar a mamadeira ou o peito e trocar o fralda do pequeno são pequenos momentos que ajudam a estabelecer o vínculo de apego com o bebê.
Dando carinho
A formação do vínculo com os filhos é uma experiência única e pessoal, e extremamente enriquecedora; em resumo, estamos falando de um dos maiores privilégios que acompanha o títulos de “pais“. Não existe nenhuma fórmula mágica que diga como se deve realizar porque não existem passos que sirvam na hora de dar carinho e amor pelos quatro cantos. É um processo natural ao qual somente os pais têm de se entregar.
O lapso de tempo em que as crianças são pequenas é muito efêmero, mas nele se criam as bases sólidas sobre as quais a criança constrói os laços afetivos que as unem a suas pessoas de confiança e à personalidade que a acompanhará durante o resto da sua vida. Lembre-se de que o que os pais conseguirem lhe transmitir nesses momentos será carregado sempre consigo.
A você, papai e mamãe que não conheço (ou sim), os primeiros anos de vida passam muito rápido, por isso aproveite o seu bebê sem limites de beijos, abraços e carícias, aproveite esse abrir e fechar de olhos cheio de emoções e experiências inesquecíveis. Em resumo, dê a ele o seu melhor e deixe que ele o ame.