Anatomia do beijo

Anatomia do beijo
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 18 maio, 2023

Embora os beijos sejam atos cotidianos, eles também contêm uma espécie de enigma. Não há certeza absoluta sobre a função que eles cumprem. Também não há consenso em defini-lo como comportamento instintivo ou aprendido. A ciência já se aprofundou nisso, e seu objetivo foi determinar qual é a anatomia do beijo e quais são os efeitos que ele tem.

Charles Darwin, o pai da teoria da evolução, dizia que esse gesto era um ato de sociabilidade. Em sua obra “A expressão das emoções no homem e nos animais”, Darwin o define dessa maneira. Ele diz que o beijo é o resultado do desejo inato de ser reconhecido e estabelecer relacionamentos. É uma maneira de “receber prazer por meio do contato próximo com uma pessoa amada”.

No entanto, há dados que desafiam essas afirmações. Foi descoberto, por exemplo, que cerca de 10% das culturas do planeta não incluem o beijo dentro de seus costumes. Também há sociedades que atribuem a esse gesto um significado diferente do afetivo. Por essa razão, a anatomia do beijo, em um sentido universal, não é reduzida a uma expressão de amor.

“O bom dos anos é que curam as feridas, o ruim dos beijos é que viciam”.
-Joaquín Sabina-

A anatomia do beijo sob a perspectiva biológica

É possível afirmar, do ponto de vista físico, que um beijo é “a orientação boca a boca de dois indivíduos ou a pressão dos lábios de uma pessoa contra o corpo de outra pessoa”. Essa é a definição de Sheril Kirshenbaum, uma bióloga pesquisadora da Universidade do Texas. Essa seria a anatomia mais básica de um beijo. Vale acrescentar que dar um beijo movimenta 32 elementos anatômicos.

A anatomia do beijo

Do ponto de vista fisiológico, o beijo é um pouco mais complexo. Este gesto seria algo como uma troca de informação sensorial. Isto inclui os sentidos do paladar, olfato e tato. Também envolve uma reação química, cujas mensagens são os feromônios.

Quando um beijo começa, dá início a uma impressionante atividade hormonal no corpo. A oxitocina começa a fluir através do sangue. Como muitos sabem, este elemento é conhecido como “o hormônio do amor” e gera bem-estar.

Entretanto, ao terminar um beijo, há uma forte descarga de serotonina. Ela também gera uma sensação de bem-estar. Portanto, é razoável dizer que a anatomia do beijo é, também, a anatomia de um momento prazeroso.

Os significados de um beijo

Analisando se o beijo é um comportamento instintivo ou aprendido, existem vários fatos que podem pender a balança em direção à segunda explicação. Uma delas é o uso histórico do beijo.

Por exemplo, na Idade Média houve um tempo em que ele foi proibido. Naquela época, o beijo era praticado somente pelos servos analfabetos. Utilizavam-no para selar contratos, já que não poderiam assiná-los.

Da mesma forma, estabeleceu-se que a anatomia do beijo não tem o mesmo significado para mulheres e homens. As mulheres o valorizam mais. Elas percebem-no como um fim em si mesmo e apreciam esse gesto antes e depois das relações sexuais. Os homens, em contrapartida, associam-no diretamente como uma preparação para o sexo.

Obra de Klimt, a anatomia do beijo

Outros dados interessantes sobre o beijo

Embora pareça existir um predomínio do cultural sobre o instintivo, este também exerce grande importância no ato de beijar. É possível comprovar isso com um fato simples. Nossos ancestrais aprenderam a detectar a cor vermelha mais facilmente. Isso permitia que localizassem mais rapidamente as frutas maduras. Esses elementos eram essenciais para sua sobrevivência.

Muitas das culturas antigas também deram grande ênfase aos lábios das pessoas, especialmente das mulheres. Por isso, boa parte dessas culturas desenvolveram métodos para obter “lábios invertidos”, ou seja, projetados para fora. Neles, a cor vermelha era mais perceptível. Isso aponta que uma associação entre lábios e sobrevivência foi estabelecida. Nesse sentido, a tese instintiva criaria bases mais sólidas.

Casal se beijando

Quando beijamos outra pessoa, trocamos aproximadamente 40.000 micro-organismos. A produção de saliva é estimulada e isso melhora momentaneamente o hálito. Foi comprovado que quem beija seu parceiro pela manhã tem menos probabilidade de adoecer. Também é reduzida a chance de um acidente de trânsito. Ainda que restem muitos enigmas para desvendar, é verdade que a anatomia do beijo guarda mistérios maravilhosas que têm a ver com a felicidade e a vida.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.