Ansiedade e medo

Ansiedade e medo

Última atualização: 21 fevereiro, 2015

Frequentemente usamos em nosso vocabulário as palavras ansiedade e medo de forma leviana.  Inclusive as usamos indistintamente para nos referirmos a mesma situação ou experiência, mas sabemos realmente diferenciar estes dois termos?

Medo

O medo é uma das emoções básicas por excelência, necessária e adaptativa na maioria dos casos.  Todos nós em algum momento de nossas vidas sentimos essa emoção em maior ou menor grau. Mas, quando o experimentamos?

O medo se ativa na presença de uma ameaça, seja pela percepção ou interpretação de um possível dano ou perigo, para o nosso bem estar físico e/ou psicológico.  Costuma aparecer frente a um perigo real, presente e iminente, ainda que muitos estudiosos também considerem que esta emoção possa acontecer frente a um perigo imaginário.

Em qualquer um dos casos, o denominador comum de todas estas situações costuma ser a sua capacidade de colocar em funcionamento o comportamento de emergência no indivíduo que o experimenta, proporcionando assim a ativação necessária para evitar ou fugir da situação que o provoca.  Na maioria das vezes nossos medos serão passageiros, não sendo um problema importante em nossas vidas, mas também podem aparecer respostas emocionais de medo que alterem de forma significativa o nosso modo de vida.

Graças ao papel do córtex pré-frontal tomamos consciência da sensação de medo, podendo interpretar a situação de forma correta, exagerada ou subestimada, dependendo da valoração que façamos do momento em que nos encontramos.  Desta forma, no medo se estabelecem duas considerações importantes, a perda e o imediatismo, que determinarão nosso comportamento.

As respostas ou estratégias que levaremos a cabo dependerão de nossas crenças e expectativas de como enfrentamos aquilo que nos dá medo, podendo ser de forma ativa (confrontar) ou passiva (evitar ou fugir).  Certamente, serão mais eficazes quanto mais convencidos estivermos de nossas habilidades e recursos para regular esta emoção.  O lado prejudicial de não regular de forma adequada o medo será a criação de sentimentos de desconfiança, preocupação e mal-estar.

Ansiedade

A ansiedade está relacionada com a expectativa de que algo acontecerá, ou seja, quando esperamos que aconteça algo e antecipamos os efeitos negativos antes que eles cheguem ou aconteçam.  Ela oscila da mesma forma que o medo entre uma resposta adaptativa ou impotente.

Desta forma, uma das funções da ansiedade seria nos ativar diante da expectativa de um possível perigo, chegando a atender em muitos casos de maneira seletiva ou ampliando as informações que são consideradas como ameaçadoras, deixando de lado o resto das condições estimulantes que são consideradas como neutras.

Podemos, portanto, fazer uma clara diferenciação entre o medo e a ansiedade, e ela é a certeza da presença do estímulo, sendo clara no caso do medo e confusa e imprecisa, para a ansiedade.  Já que nesta última, se experimenta uma grande preocupação produzida pela antecipação dos efeitos negativos de uma situação futura, podendo determinar em muitos casos a saúde mental de uma pessoa.

Como controlá-las

Como vimos anteriormente, o medo está relacionado com a valoração de um perigo eminente e a ansiedade com a expectativa de que algo irá acontecer no futuro.

Ambas respostas deixarão de ser normais e adaptativas quando superem o nosso umbral de tolerância, não se perceba o controle, e se produza de maneira contínua uma revogação do estímulo aversivo, interferindo no funcionamento do indivíduo.

Neste tipo de situação, uma das recomendações seria iniciar um processo de desativação, já que o nosso cérebro tende a perpetuar uma resposta emocional positiva ou negativa, ante uma situação que considera de especial importância.

Para isto, deveremos aprender a desligar, a desaprender a conexão existente entre a ansiedade ou o medo e as situações para criar respostas mais adaptativas.  Podemos utilizar técnicas de relaxamento e respiração, por exemplo, além de nos informarmos sobre como funcionamos e chegar a compreendê-lo, sendo de grande ajuda a experiência de um profissional.  Este nos ajudará a entender as associações que realizamos de valoração negativa em forma de preocupação, assim como entender a diferença entre nos preocuparmos por um assunto e nos ocuparmos do mesmo, e de como as valorações que realizamos estão associadas ao medo, e este a expectativa da chegada de um perigo iminente.

Contudo, é preciso lembrar que cada caso terá sua própria abordagem terapêutica, no qual cada pessoa utilizará um ou outro recurso dependendo da situação, personalidade e contexto.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.