Ansiedade na Geração Y

Os transtornos de ansiedade e estresse são comuns na Geração Y, e não é por acaso. Descubra o porquê.
Ansiedade na Geração Y

Última atualização: 17 outubro, 2021

A Geração Y é aquela geração controversa sobre a qual todo mundo parece ter algo a dizer. No entanto, o que os dados nos dizem é que a ansiedade na Geração Y é a maior da história. Você já se perguntou por que isso está acontecendo?

Cronologicamente falando, millennial é qualquer pessoa nascida entre 1981 e 1993. Nessas datas estão localizados alguns processos e fatos históricos que marcaram profundamente esta geração.

O contexto sociocultural da Geração Y

O período entre 1981 e 1993, assim como os anos seguintes, foi o berço da grande mudança tecnológica e social que deu origem ao mundo que conhecemos hoje. Os que nasceram neste momento cresceram com a chegada da Internet em muitos lares, mas não só isso: a sociedade, em pleno boom econômico, não sabia que caminhava para a crise econômica de 2008.

Por outro lado, a educação sexual nas escolas passou a ser o motor de uma cultura da sexualidade saudável, ligada por sua vez a uma abertura de espírito que se comprometia a acolher grupos até então muito marcados por estereótipos e estigmas sociais. Uma evolução social e econômica que sofreu um terremoto com a crise econômica de 2008. Como tudo isso está relacionado aos transtornos de ansiedade?

Millennial com ansiedade

Os fatores que favoreceram o aparecimento da ansiedade na Geração Y

A ansiedade, como estado mental -não como sintoma-, é caracterizada por preocupação ou nervosismo diante de acontecimentos que ainda não aconteceram. Quando essa preocupação atinge níveis muito altos e se mantém ao longo do tempo além do que é saudável, podemos estar falando de um transtorno de ansiedade. Normalmente, os fatores internos e externos que causam essa ansiedade são simultâneos e interagem entre si.

Alguns psicólogos sociais, como Victoria Docu, nos dão várias razões pelas quais a ansiedade é tão comum na Geração Y. Aqui estão algumas delas:

As altas expectativas depositadas sobre os millenials com a crise de 2008 no meio do caminho

A sensação de dinamismo e progresso na primeira infância desta geração criou expectativas muito altas: continuar o desenvolvimento exponencial em quase todos os níveis. Uma prosperidade que lhes deu espaço para se formar e se preparar, sem a pressa de acessar o mercado de trabalho das gerações anteriores.

No entanto, a contração do mercado turvou o otimismo, fechando negócios e encerrando muitas iniciativas antes mesmo de se concretizarem. De “você pode conseguir o que deseja” a “você terá que se contentar com o que há”, se houver alguma coisa. Um terreno fértil para a frustração e a ansiedade crônicas.

Nascidos em um ambiente de superproteção, eles tiveram que se adaptar a uma época de constantes mudanças

A geração mais velha vivia em um mundo onde os recursos eram escassos e as oportunidades, limitadas. Isso resultou em um estilo parental superprotetor, no qual também havia recursos para investir em ter um “filho troféu”.

No entanto, quando a sociedade e a economia começaram a mudar rapidamente, a incerteza sobre os novos desafios que teriam de ser enfrentados tornou-se uma das principais causas de ansiedade.

Desenvolvimento psicossocial em direção ao individualismo

A sociedade de consumo e o nascimento das redes sociais dotaram os millennials de um senso de identidade baseado na individualidade e alimentado pelo reforço da aprovação pública. Embora as decepções da vida virtual tenham sido advertidas mais tarde, muitos millennials criaram uma certa dependência desta aprovação.

Circunstâncias vitais incompatíveis com o bem-estar psicológico

Muitos millennials acham difícil encontrar um emprego bem remunerado, atrasando o amadurecimento psicossocial em certas áreas – como enfrentar a vida adulta sem a ajuda dos pais.

A idade média de emancipação foi significativamente atrasada, com a frustração e a sensação de estagnação que isso causa em algumas pessoas.

Maus hábitos de vida

O abuso de cafeína e a má higiene do sono, assim como a atenção excessiva aos dispositivos móveis, entre outros, são costumes típicos dessa geração que predispõem a um estado mental compatível com a ansiedade. Estudos que relacionam o consumo de cafeína e outras substâncias com a ansiedade encontraram uma relação direta entre os dois.

Jovens com celular

Mudança nos modelos de família

O modelo tradicional de família, de dois pais de sexos diferentes com filhos, foi afetado pelas mudanças políticas e sociais vividas pela geração anterior.

A Geração Y teve que se adaptar a divórcios, famílias monoparentais e à resistência que a sociedade oferecia ao aceitar casais não heterossexuais no papel de pais. Esses modelos eram, até então, impensáveis, na ausência dos recursos psicossociais de que agora dispomos.

A esperança não está perdida

No entanto, nem tudo que cerca esta geração tem a ver com ansiedade e problemas. A Geração Y é considerada uma das gerações com maior capacidade de adaptação a mudanças, encontrando para si a forma de transmitir sua abertura e tolerância a quem a segue e a precede.

Na verdade, essas novas gerações se caracterizam por superar o estigma dos distúrbios psicológicos e por criar ambientes seguros para todos aqueles que sofrem de doenças mentais. Portanto, apesar do fato de que a ansiedade na Geração Y é um problema que ainda não foi corrigido, os recursos que nasceram dela estabeleceram uma base sólida para a boa gestão da saúde mental.


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