As cinco mentes do futuro
Como você imagina uma pessoa inteligente? Similar a um cientista, como Einsten? Como um artista no estilo de Picasso? Como um político, tipo Winston Churchill? Ou um guia espiritual como o papa Francisco? Por muitos anos, a ciência pensou que só os “Einstens” eram inteligentes, ou seja, aqueles cuja capacidade de pensar em forma lógica e matemática fosse muito boa, até que um filho de refugiados da Segunda Guerra Mundial, chamado Howard Gardner (Estados Unidos, 1943), começou a questionar e a expandir tremendamente as fronteiras da inteligência. Não conformado com isso, este visionário também propôs os cinco tipos de mentes das quais o mundo precisa para enfrentar os desafios do futuro.
De fã a crítico
Gardner era seguidor Piaget e de seu conceito de inteligência lógico-matemática. Mas nosso peculiar psicólogo, que era também músico, começou a se perguntar se os artistas também não tinham inteligência. Quando o século vinte começou, o “Sistema” da psicologia defendia que a inteligência era uma capacidade geral e única, herdada de nossos pais e inalterável.
Felizmente, essa rígida estrutura veio abaixo nos anos oitenta, quando Gardner investigava o desenvolvimento cognitivo. A partir deste momento crítico, se separou do “Sistema”, propondo que a inteligência constitui um conjunto de múltiplas e variadas habilidades, que são independentes entre si; por isso a “fraqueza” em uma área não garante “força” em outra, e vice-versa. Tratam-se das múltiplas inteligências.
As cinco mentes do futuro
Já não como psicólogo, mas sim como filósofo, Gardner reflete sobre as mudanças que os avanços científico-tecnológicos e o globalização trouxeram para a humanidade. De acordo com ele, precisa-se de cinco mentes para fazer prosperar o complexo e desafiante mundo que nos rodeia.
1. A mente disciplinada. Possui dois aspectos: acumular conhecimentos em áreas básicas como a linguagem, história, ciência, matemática, etc; e o segundo aspecto é dominar a forma de pensar de certas disciplinas; ou seja, pensar como cientista ou como artista, por exemplo.
2. A mente sintética: é a que, já tendo uma mente disciplinada (treinada), pode discriminar a informação importante da que não é, para entrelaçar ideias de fontes distintas, criando um todo coerente que seja mais que a soma das partes e faça sentido.
3. A mente criativa: é a mente do aventureiro que, apoiado no que aprendeu por meio da disciplina e pela capacidade de síntese, se arrisca a ir além do conhecido e o questiona, para criar novas teorias, produtos e ideias.
4. A mente respeitosa: pode aceitar e acolher de bom grado as diferenças de aparência, crenças e costumes entre as distintas culturas, enquanto estas não representarem uma ameaça para o bem-estar comum. Quem possui uma mente respeitosa é capaz de trabalhar em harmonia com pessoas de diferentes culturas.
5. A mente ética: é regida por princípios morais, perguntando-se como se sentiria se os demais o observassem comportando-se como o faz. A fim desenvolver a mente, o bom exemplo deve começar pelo lar, pelas instituições e outras figuras inspiradoras que modelem comportamentos positivos.
Como se relacionam, então, as inteligências múltiplas e as cinco mentes do futuro? Pode-se afirmar que as inteligências são os diferentes “computadores” que operam em nossa mente, enquanto as cinco mentes são as predisposições que, segundo Gardner, devemos desenvolver para enfrentar com sucesso os objetivos do futuro. Assim, estas mentes se nutrem das diferentes inteligências.
E você, o que acha? Possui as mentes que precisamos para o futuro?
Créditos da imagem: Nejron Photo