Atenção: o corpo também fala!

Atenção: o corpo também fala!

Última atualização: 12 março, 2017

O corpo fala, sussurra, grita… se expressa como pode, ou como lhe permitimos às vezes. Estar atentos ao que ele nos diz sempre é uma boa ideia, já que nossas mentes recebem do corpo toda a informação que nossos sentidos captam. Então, através dele estamos conectados com o exterior e as conexões nervosas que o percorrem são as encarregadas de levar justamente esta valiosa informação.

É preciso estar muito atentos ao que ele nos diz, porque muitas vezes é a única pista verdadeira e autêntica que temos para resolver uma situação. Sendo assim, ouvir com atenção o nosso próprio corpo é ouvir uma boa parte da essência que nos torna pessoas únicas e diferentes.

Se você parar para pensar, certamente irá se lembrar de alguma situação onde seu corpo estava descontente, remexido e ansioso para fugir de um certo lugar – seja físico ou simbólico – que ocupava. Muitas vezes você talvez tenha se visto mantendo um relacionamento de amizade, amoroso ou profissional onde, mesmo que você continuasse mergulhado, alguma coisa lhe dizia que não era o certo, que não era o que você precisava. Esse “perceber alguma coisa”, essa sensação vaga e às vezes imperceptível, vem do próprio corpo.

“Se a gente se sente desconfortável com alguém, pode ter certeza de que não existe uma comunicação verdadeira. Quando nos expressamos genuinamente, desaparece todo esse desconforto.”
-Fritz Perls-

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Exemplos de como o corpo se expressa

Estes são alguns dos exemplos de como o corpo fala conosco, ou melhor… de como nos pede ajuda:

  • Sensação de nó na garganta.
  • Sensação de nó no estômago.
  • Acne repentina.
  • Transtornos menstruais em mulheres.
  • Hipertensão e taquicardia.
  • Cefaleias.

De fato, as pessoas mais propensas a padecer de transtornos psicossomáticos costumam ter também dificuldades na sua vida para expressar suas emoções e, por extensão, para enfrentar os problemas derivados da má gestão destas. Chamamos de transtorno psicossomático as lesões orgânicas que têm uma origem psicológica.

Na terapia deste tipo de pacientes, consideram-se suas emoções, que normalmente são analisadas de um ponto de vista somático, psíquico, social e cultural. Então, quando a gente não é capaz de resolver ou aceitar uma situação – seja consigo mesmo ou com os outros – esta deixa marcas no corpo, esperando que seu dono ganhe consciência deste dano e possa repará-lo para seguir em frente.

O ressentimento, um mal na ordem do dia

Quando acumulamos ressentimento, acumulamos dano no corpo. O ressentimento é um sentimento não digerido que não foi expressado e que viaja conosco sem deixar de causar mal-estar até que seja resolvido. É uma ferida aberta esperando ser curada, mas com toda a vulnerabilidade que isso implica.

Como o compreendemos com relação ao nosso próprio corpo? O ressentimento é como quela comida que cai pesada no estômago, que nos faz sentir inchados e sem vontade de comer mais nada. É tão complicada de digerir que inclusive nos faz pular uma ou duas refeições, por mais apetitosa que pareça. Finalmente, enquanto a sua digestão não for completa, nos impede de nos sentirmos à vontade.

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“A dor que não é desabafada com lágrimas pode fazer outros órgãos chorarem.”
-Francis J. Braceland-

Desta forma, tratar o ressentimento encoberto, apontado com o dedo acusador dos nossos próprios sinais corporais, restaura a dinâmica natural do organismo. A digestão do ressentimento acabará com a tensão muscular e nos permitirá entrar em um estado de relaxamento no qual o corpo irá se sentir muito melhor.

Técnicas para ouvir o que o corpo quer expressar

Existem várias técnicas para praticar este redirecionamento da atenção para o corpo e suas formas de se comunicar. Estas técnicas têm a sua raiz na meditação budista.

Procuram colocar toda a nossa atenção no próprio corpo alguns minutos por dia para sermos conscientes de cada uma das sensações, emoções, sentimentos que aparecem, sem julgá-los. Aceitando-os como parte das mensagens que o nosso próprio sábio corpo nos manda, permitindo que possamos usar a informação que existe dentro dessas mensagens para eliminar a sensação de mal-estar.

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“Estar no mundo com seus altos e baixos, sozinhos ou acompanhados, é parte de uma mesma coisa: existir no aqui e agora.”
-Fritz Perls-

Nossos corpos são a fonte de verdade mais rica da qual podemos beber. Tudo que nasce nele é autêntico e verdadeiro. Nossa cabeça, com seus labirintos impossíveis de pensamentos e raciocínios, não perturbou a sua essência. Portanto, ouvi-lo é ouvir a si mesmo. É ser um pouco mais sábio e viver de uma forma mais arraigada ao que somos verdadeiramente.

Portanto, devemos ouvir nosso próprio corpo, pois ele tem muito a nos dizer!


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.