A bela história do elefante acorrentado 

A bela história do elefante acorrentado 
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 30 agosto, 2020

A história do elefante acorrentado conta que, em uma pequena vila, vivia um menino muito brincalhão, curioso e divertido. Seus pais tinham uma granja e ele considerava todos os animais como seus amigos. As galinhas, os patos, os porcos e as vacas eram seus companheiros de brincadeira. Ele tinha batizado todos eles e conversava com eles como se o entendessem.

Um dia, um grandioso circo chegou a sua vila. O menino da história do elefante acorrentado nunca tinha visto um circo. As crianças da escola só falavam sobre isso. Após as aulas, todas as crianças iam para o local do circo observar como estava a montagem e como tudo estava sendo organizado para a inauguração.

O menino pediu aos seus pais para ir ao circo. Ele morria de vontade de ver os malabaristas, os palhaços e, é claro, os domadores. Ele tinha notado que havia animais colossais e misteriosos naquele circo. Um tigre, um leão, um elefante e várias zebras. Tudo parecia incrível!

“Quando o apego acontece apenas por força do hábito e não existem mais propósitos que deem sentido, é hora de deixar ir”.
-Sergio Sinay-

Uma tarde de circo

Os pais do menino concordaram em levá-lo. O menino estava muito animado. Quase não conseguiu dormir na noite de sábado, sabendo que no dia seguinte veria o tão desejado espetáculo que tinha causado tanta curiosidade. Levantou da cama assim que o dia amanheceu. Ficou pronto num segundo. Era como se as horas não passassem, até que o momento finalmente chegou.

As tristezas por trás da vida dos animais no circo

Seus pais compraram pipoca e algodão doce. Ele estava adorando as guloseimas, mas principalmente o espetáculo, que parecia uma coisa de outro mundo. Ficou encantado com os trapezistas e, é claro, com os números com os animais.

O leão era tão dócil que cumprimentava o público. As zebras eram tão ágeis que corriam em círculos perfeitos sem perder o ritmo. E o elefante era tão simpático que se equilibrava em apenas duas patas e brincava com os palhaços.

O menino ficou tão fascinado que, ao fim do espetáculo, quis ir aos bastidores para ver os artistas e, é claro, os incríveis animais. E assim o fez. Passeou com os pais pelo lugar e viu, ao fundo, o local onde ficavam as jaulas.

O elefante, no entanto, estava ao ar livre. O menino se aproximou e viu que uma de suas patas estava presa a uma corrente que estava ligada a uma estaca no chão. O animal não se movia, só permanecia pacientemente parado.

Algo intrigante na história do elefante acorrentado

A história do elefante acorrentado diz que o menino voltou para a sua casa muito pensativo. Ele não tinha gostado de ver os animais presos em jaulas. No entanto, o que mais tinha causado impacto era o elefante. Ele estava livre, mas ao mesmo tempo preso. Mesmo que a corrente fosse grossa, era possível ver de longe que o elefante poderia se livrar dela se quisesse. Afinal, ele era um animal gigante.

O menino perguntou aos seus pais por que o elefante estava preso. Os pais disseram que era “para que ele não fugisse”. Para que não fugisse? Ele pode fugir quando quiser! Uma corrente e uma pequena estaca não eram um grande obstáculo para ele. Então, “por que ele não foge?”, perguntou o menino. Os pais deram de ombros e não responderam nada.

O menino continuou inquieto e, no dia seguinte, fez a mesma pergunta para a sua professora de ciências naturais. Ela lhe deu uma resposta contundente: “Ele não foge porque é treinado.” E lhe explicou o que era um treinamento.

As razões para não fugir

O menino da história do elefante acorrentado compreendeu, então, que por maior que fosse o animal, também houve um tempo no qual ele foi pequeno. Foi aí, então, que o pessoal do circo tinha acorrentado sua pata e colocado uma pequena estaca no chão. O menino imaginou o quanto o bebê elefante tinha lutado para se livrar da corrente, sem sucesso. 

A história do elefante acorrentado

O menino percebeu, então, que o elefante não tinha se dado conta de que tinha crescido e de que era um animal formidável. Na mente dele só havia a lembrança da luta feroz que travava contra a corrente quando era pequeno. Por isso agora, mesmo que pudesse se libertar, não tentava mais. A lembrança do passado era mais forte do que a possibilidade real do presente.

A história do elefante acorrentado parece com a de muitas pessoas que ficam presas a experiências do passado. Elas não voltam a tentar porque a lembrança do passado é mais forte que as possibilidades reais de um presente que pode mudar tudo.


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