Biografia de JMW Turner: um pintor atormentado pelo mar
Hoje falaremos sobre a biografia de JMW Turner, um pintor inglês especializado em paisagens e representações narrativas, talvez um dos precursores mais importantes do impressionismo francês. As suas pinturas, hoje muito valorizadas, se destacam pelas suas cores vivas e sua atmosfera luminosa.
Joseph Mallord William Turner, conhecido apenas pelo seu sobrenome, era um pintor britânico do século XIX. Aos 10 anos, ele foi enviado para morar fora de Londres, em Middlesex, onde começou a cursar o ensino médio. No entanto, ele logo abandonou a escola. Com apenas 14 anos, Turner foi aceito como estudante na Real Academia de Belas Artes.
Durante os seus primeiros anos como artista, o jovem Joseph dedicou-se à produção de aquarelas. Algumas de suas obras foram vendidas para os clientes da barbearia de seu pai. Assim, esses clientes foram o primeiro mercado do pintor.
Os primeiros anos do pintor
Desde muito jovem, Joseph preferia viajar e conhecer novas terras durante as férias, em vez de retornar à sua cidade natal. Já a partir deste momento, o seu gosto por paisagens e cenários naturais começou a se firmar. No entanto, a sua técnica ainda era muito semelhante à dos outros pintores ingleses da época: bastante rígida.
Pouco antes de completar 20 anos, em 1794, JMW Turner conheceu as obras de pintores escoceses como John Robert Cozens. Isso o ajudou a expandir a sua visão sobre a pintura de paisagens e a produzir peças mais imaginativas.
Mesmo para as expectativas da época, Joseph era um artista excepcional. A partir dos 21 anos, ele passou a expor na Real Academia anualmente, uma honra reservada a poucos. Apesar disso, Turner nunca foi um homem de maneiras refinadas e gostos burgueses.
Ele sempre manteve o sotaque típico das áreas pobres de Londres e não gostava de usar roupas consideradas elegantes na época. Além disso, desde muito jovem, era um homem de maneiras rudes e gestos bruscos. Embora os críticos aplaudissem o jovem pintor, alguns artistas contemporâneos de Turner zombavam dele pela sua gagueira.
Biografia de JMW Turner: Entre céus difusos e contornos borrados
Nos primeiros trabalhos de JMW Turner, por volta de 1805, é possível ver a maneira original do pintor de representar as paisagens. Havia uma ênfase na luminosidade, na atmosfera, e uma maneira dramática e muito romântica de apresentar as cenas.
Os limites entre o céu e a terra em suas paisagens se tornaram cada vez mais difusos, e a topografia foi sacrificada para dar lugar à cor. Os efeitos da luz foram se tornando os protagonistas indiscutíveis de suas obras.
Em 1815, o grande vulcão Tambora entrou em erupção na Indonésia. As cinzas vulcânicas afetaram todo o hemisfério norte do planeta. Por pelo menos três anos, o céu parecia estar sempre nublado e o pôr do sol se tornava mais brilhante.
Segundo uma pesquisa realizada pela Academia de Atenas na Grécia, é possível que as cores nos céus das obras de Turner sejam decorrentes do alto nível de cinzas vulcânicas na atmosfera.
JMW Turner, enquanto pintava um grande número de pinturas, também lia avidamente. Divertia-se com Lord Byron e também com William Shakespeare.
Entre 1815 e 1820, Joseph viajou pela Europa visitando as grandes capitais da arte. A sua estadia na Itália marcou definitivamente o seu estilo e a sua maneira de pintar. Depois de visitar Roma, a cor nas obras de Turner se tornou ainda mais pura e brilhante.
Turner sempre foi um homem que preferia movimento e ação à vida sedentária. Por esse motivo, ele procurava constantemente formas de viajar.
Nos anos seguintes, Turner visitou um grande número de lugares na Inglaterra e na Escócia para encontrar belas paisagens. Após a morte de seu pai em 1829, Turner preferiu ficar perto da costa inglesa, com as suas cores enevoadas, o seu vento e seus jardins.
A velhice do grande JMW Turner
Durante os últimos anos da biografia de JMW Turner, ele se tornou muito mais rico, mais famoso e mais hostil do que nunca. Cada vez mais retraído e focado na pintura como forma de expressão, ele não cultivava muitas amizades.
Em 1846, Turner vivia em uma pequena casa às margens de um rio em Chelsea com uma mulher viúva. No entanto, não parou de viajar. Após muitos anos de permanência no país, ele voltou a explorar a Europa. Nos últimos 15 anos de sua vida, Turner produziu cerca de 19.000 desenhos e pinturas.
Joseph Turner morreu em Chelsea em 1851 e, em seu testamento, doou todos os seus trabalhos para a Galeria Nacional Inglesa. As suas obras sobreviveram ao longo dos anos graças ao esforço da Tate Gallery em Londres.
A evolução das cores e da luz nas pinturas de Joseph serviu como base para vários pesquisadores sugerirem que o pintor sofria de demência. Especialistas indicam que a abstração de suas pinturas pode ser interpretada através da psicologia. No entanto, cores e luz difusa podem simplesmente indicar um distúrbio de visão.
JMW Turner foi pioneiro no estudo da luz, da cor e da atmosfera. As suas obras serviram de inspiração para muitos impressionistas franceses.
No entanto, ao contrário dos impressionistas, Joseph sempre acreditou que era dever da arte expressar temas de interesse narrativo. Por esse motivo, as paisagens de Turner não são meras paisagens, são narrativas mitológicas, históricas e literárias.
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JMW Turner, biografía en la Enciclopedia Britannica – https://www.britannica.com/biography/J-M-W-Turner
J. Hamilton, Turner: A Life (1997)
Anthony Bailey (1997). Standing in the Sun: A Life of J.M.W. Turner.
Biografía de JMV Turner en el museo TATE, Londres – http://www.tate.org.uk/art/artists/joseph-mallord-william-turner-558