Que tudo que for bom o acompanhe e fique com você

Que tudo que for bom o acompanhe, o abrace e fique com você. Que o resto passe de lado. Que tudo aquilo com o que você possa aprender aconteça na sua vida, mesmo que seja para lhe oferecer uma lição.

Que você torne sua cada lição, que você molde cada pedra no seu caminho. Que você pinte linhas e pontos finais. Que você tropece, que caia. Que você escreva reticências a cada pancada quando vierem os maus momentos. Que você possa crescer e que possa viver.

Que você seja consciente do bom e do mau. Que você saiba, porque pôde vivenciar, que todas as coisas boas da vida despenteiam. Que é melhor viver revolucionado olhando o horizonte. Que a melhor forma de estar a salvo é temer a mediocridade…

Saiba que tudo flui, mesmo que às vezes o tempo nos ameace. Que sempre, de uma forma ou de outra, podemos retornar à casa de saída e começar o jogo novamente. Que as conquistas merecem ser celebradas, e os “fracassos”, reconceituados.

Lembre-se de que as sombras e os demônios também podem ser abraçados. Que a tristeza também é boa, pois nos ajuda a expressar e a apreciar o que desejamos. Que é possível tirar partido da frustração.

Não permita que ninguém castigue a sua sensibilidade e lembre-se de que chorar não é sinônimo de fragilidade. A comunicação sensível requer franqueza. Atacar os sentimentos em vez de revelá-los é um erro pelo qual podemos pagar muito caro. Sabendo disto devemos ter clareza de que a sensibilidade é um dom que merece ser potencializado, porque viver “com o coração” é o que nos torna especiais e autênticos.

Rejeite o absolutismo, evite que as palavras ‘sempre’, ‘nunca’, ‘todos’ ou ‘nenhum’ estejam presentes na sua boca fazendo afirmações categóricas. Procure compreender que a vida é um arco-íris de cores e que olhar em branco e preto não é bom para ninguém.

Você precisa se importar com quem lhe acrescenta algo, e entender que na verdade não existe a total falta de tempo. Lembre-se disto e não se esqueça: se você não percebe que existe interesse, você é livre para se afastar. Não se sinta culpado por isto.

Não se esqueça de que a resiliência, o autocontrole e a assertividade são três das habilidades psicológicas mais importantes que você pode desenvolver. Não se renda, tome distância e diga ‘não’ quando for preciso.

Não se esqueça de que o tempo é tão eterno quanto efêmero. Que não existem soluções mágicas, nem receitas infalíveis para as “dores da alma”. Porque no fim das contas, trata-se de pedir tequila e sal para a vida quando esta se empenha em nos dar limões.

Não se assuste se você sentir vontade de estar sozinho. Não se sinta culpado se você não sentir vontade de falar ou de se relacionar. Reconheça que todos reservamos uma parcela da alma a nós mesmos e isso não é ruim, mas tremendamente necessário e animador. Entenda e respeite que os outros também façam isso.

Apoie-se no ombro dessas pessoas que, quando abraçam você, conseguem destruir todos os seus medos. Lembre-se de que existem lugares que não estão nos mapas. São nossos lares, localizados nos braços das pessoas de quem gostamos e que nos amam. Essas mesmas que nos ajudaram a escrever passagens da nossa própria história.

Não se entristeça quando você se lembrar das pessoas que escolheram partir: recordar é sintoma de que você tem memória e VIDA. Aprecie a sua memória, suas qualidades e a sua saúde. Pense que daqui a alguns anos será verdadeiramente transcendente.

Mas, acima de tudo, ame com força. Nem mais ou menos, nem bem. Faça-o com força. Aos outros, à vida e a você mesmo. Por favor, não se perca no que não pode ir além e dê forma e sentido à sua vida. Lembre-se de que cada minuto conta, tudo soma e você é capaz de voar muito mais alto do que está agora.