Botões emocionais: como eles afetam os seus relacionamentos

Quantas vezes nos vemos reagindo exageradamente a críticas ou a um comentário infeliz? Saber quais são os nossos botões emocionais e as consequências de sua ativação é o objeto de estudo de uma pesquisa recente.
Botões emocionais: como eles afetam os seus relacionamentos
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Escrito por Sonia Budner

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Hoje falaremos sobre os botões emocionais sensíveis compartilhados pela maioria das pessoas. Eles são gatilhos que afetam muitos aspectos das nossas vidas.

Podem afetar os nossos relacionamentos com os outros, nos quais podem produzir um atrito maior. Por causa deles, nos tornamos mais defensivos e, inclusive, em alguns casos, podemos explodir de raiva.

Esses botões emocionais são mais problemáticos para algumas pessoas do que para outras. Conhecê-los e gerenciá-los é uma garantia de controle sobre situações em que nos sentimos rejeitados, seja de maneira real ou imaginária.

As pessoas que veem críticas à sua pessoa em todos os lugares e reagem exageradamente às opiniões dos outros têm botões emocionais especialmente sensíveis. Isso é conhecido na psicologia como sensibilidade à rejeição.

São pessoas que mantêm uma expectativa constante sobre a ideia de não agradar ou ser rejeitado pelos outros.

Um estudo realizado pela Universidade de Long Island concluiu que essas pessoas têm certeza de que o resultado mais provável de suas trocas interpessoais será a rejeição.

É por isso que elas estão sempre preparadas para a detecção de sinais que indiquem a rejeição dos outros, o que pode ocorrer a qualquer momento.

Como lidar com os nossos botões emocionais

Pressionando os botões emocionais

O ato de pressionar voluntária ou involuntariamente os botões emocionais dessas pessoas gera, quase de imediato, respostas desadaptativas e desesperadas.

Isso faz com que desenvolvam comportamentos de fuga, de represálias contra a agressão percebida, ou atitudes de distância emocional deliberadas.

Com o tempo, se esses botões emocionais não forem regulados, as pessoas tendem a evitar completamente os relacionamentos com os outros, mesmo quando sentem que precisam deles.

Essa “tensão irresolúvel” cria um círculo vicioso. Tudo que eles temem que aconteça acaba acontecendo exatamente pelos meios ou condições que criam para levar a este desfecho.

Essa evitação de relacionamentos acaba acontecendo nas duas direções. A pessoa teme interagir com os outros por causa do seu medo irracional de rejeição. No entanto, os outros também acabam não se relacionando com ela por causa das suas respostas exageradas.

Quebrando o ciclo

Se conseguirmos que qualquer parte da situação mude, poderemos quebrar essa dinâmica de medo da rejeição e da evitação mútua. Isso é o que a equipe de pesquisa de Kevin Meehan tentou analisar em seu estudo: como mudar a dinâmica para quebrar esse ciclo.

Os voluntários foram 228 estudantes que receberam um aplicativo para telefones celulares. O objetivo era usá-lo para avaliar as emoções que sentiam ao longo do dia, além de indicar outras coisas que estavam acontecendo ao seu redor.

Com os dados obtidos através deste método, a equipe estabeleceu um padrão básico e escolheu uma das alunas para continuar o estudo. A voluntária obteve uma pontuação alta na sensibilidade à rejeição e os pesquisadores avaliaram os seus dados.

A alta sensibilidade apresentada pela pessoa objeto do estudo a levou ao desenvolvimento de um viés negativo em relação às pessoas dominantes que interagiam com ela e a faziam se comportar de maneira hostil.

O fato de perceber-se dessa maneira fez com que a pessoa começasse a adotar certas medidas para avaliar a reação exagerada à ativação de seus botões emocionais.

Em uma primeira análise, parece que era muito mais fácil adotar uma postura menos assertiva e mais calorosa com pessoas próximas do que com estranhos.

Como lidar com as críticas

Um excelente ponto de partida

Este estudo prevê novos e interessantes acompanhamentos dos comportamentos e emoções de pessoas com alto nível de ativação de botões emocionais. Existem alguns estudos que podem continuar nos oferecendo informações muito relevantes e úteis para sua aplicação em terapia.

Nesse sentido, talvez a parte mais importante desta investigação tenha sido a confirmação de que, em muitos casos, são nossos próprios botões emocionais que causam as situações que mais tememos.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Meehan, Kevin B; Cain, Nicole M; Roche, Michael J; Clarkin, John F; De Panfilis, Chiara (2018) Rejection Sensitivity and Self-Regulation of Daily Interpersonal Events. Journal of Contemporary Psychotherapy. 126. 109-115. 10.1016/j.paid.2018.01.029.
  • Jill Lobbestael, Arnoud Arntz & Reinout W. Wiers (2008) How to push someone’s buttons: A comparison of four anger-induction methods, Cognition and Emotion, 22:2, 353-373, DOI: 10.1080/02699930701438285
  • Krauss Whitbourne, Susan (2019) Are Your Emotional Hot Buttons Affecting Your Relationships? A new study shows how being overly sensitive impacts your closest ties. Psychology Today

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.