Bridget Jones, um diário sobre inseguranças
Bridget Jones foi, durante anos, um personagem de referência para o cenário do cinema da comédia romântica. Quando o filme estreou, sob o nome de O Diário de Bridget Jones, foi um sucesso absoluto de bilheteria. Era praticamente a primeira vez que o cinema mostrava uma protagonista imperfeita.
A personagem era apresentada com problemas reais, com inseguranças e cheia de dúvidas. Imediatamente Bridget Jones se converteu em um ícone: era a mulher com a qual qualquer outra podia se identificar prontamente, pelo menos em alguma de suas facetas.
O Diário de Bridget Jones estreou quase 20 anos atrás, no ano de 2001. Foi baseado em um livro do mesmo nome, que conta as aventuras de Bridget Jones, uma mulher londrina. Tanto o livro quanto o filme poderiam ser considerados uma paródia da obra Orgulho e Preconceito.
Dessa maneira, Bridget representou Elizabeth Bennet, evidentemente modernizada. Bridget Jones já tinha completado mais de 30 anos, era solteira e tinha um vício: fumava sem parar. Com uma vida amorosa quase inexistente e alguns problemas de autoestima, Bridget era vista como uma solteirona.
Ao mesmo tempo, ela se encontrava dividida entre dois homens: o agradável e galanteador Cleaver e o arrogante Darcy. Depois de se envolver de uma maneira infeliz com seu chefe, Bridget descobre que ele a engana e rompe a relação.
Logo surge Darcy, um homem calado e taciturno, que está disposto a amá-la e apoiá-la em momentos difíceis. Bridget se apaixona pouco a pouco por Darcy, e finalmente aceita que ele, talvez, seja o amor que ela estava esperando há tanto tempo.
Bridget Jones, uma mulher real
Talvez o sucesso de Bridget Jones como personagem esteja em qualidades pouco agradáveis. Essas imperfeições a tornam alguém real, permitem que os espectadores se identifiquem, ao contrário do que geralmente acontece em filmes, livros e séries.
Pensemos que o cinema e a televisão mostram imagens idealizadas de situações cotidianas. Só de maneira idealizada conseguimos ver os desafios e os conflitos no ambiente de trabalho de um grupo de médicos, por exemplo. E a idealização é extremamente irreal e consequentemente ruim para a nossa felicidade.
Para conseguir a verdadeira empatia, no entanto, é necessário que os personagens se mostrem mais humanos. É aí que entra Bridget Jones. Ela é uma personagem que parecer ter os mesmos problemas que qualquer outra mulher teria na mesma situação.
Desse modo, O Diário de Bridget Jones foi uma revolução no gênero de filmes de comédia romântica. Na maior parte desse tipo de filme, a protagonista é uma mulher extremamente irreal. Apesar de seus supostos problemas, as protagonistas costumam ser radiantes.
Bridget Jones, por outro lado, é a mulher que chega despenteada no trabalho porque acordou atrasada. E é também a mulher que, apesar de ser muito inteligente, fica jogada no sofá em casa vendo televisão. Bridget Jones inaugura um novo gênero de protagonistas: as mulheres reais.
Um diário sobre inseguranças
Bridget é o exemplo ideal de uma mulher complexa: ela deve equilibrar sua vida no trabalho e sua vida amorosa. Ela é uma mulher muito inteligente, e quando olhamos para ela podemos encontrar também sua beleza. Mesmo assim, Bridget é uma personagem cheia de inseguranças.
Ela vê o mundo de uma maneira um pouco negativa. Considera, por exemplo, que ela é gorda demais e que não é bonita. Apesar disso, ela consegue conquistar dois homens muito bonitos. Mas Bridget não se sente confortável em sua própria pele até conseguir uma validação externa.
Jones só começa a sorrir quando Darcy diz a ela que ela é muito bonita da forma como que ela é. Essa frase poderia parecer romântica, mas não é mais do que uma amostra de todas as inseguranças de Bridget. Ninguém deveria precisar de aprovação externa para se sentir bonita.
Com claros problemas de autoestima, Bridget Jones sobrevive aos desafios que a vida traz. No entanto, está claro que o seu diário é muito mais marcado por dores do que por felicidades.
Para todas aquelas mulheres que se identificam com Bridget Jones… Como derrubar as barreiras que nós mesmas colocamos em nossas vidas?
Alguns conselhos para aumentar sua autoestima
Aumentar a autoestima e superar nossas dúvidas é um processo longo e trabalhoso, ainda que muito gratificante. Sempre poderemos lembrar da importância de Bridget Jones para o cinema: a pioneira das mulheres reais nas telonas.
No entanto, é muito importante dar um fim aos pensamentos negativos sobre nossos próprios corpos. Só assim conseguiremos alcançar a meta de ser pessoas plenas e felizes. A seguir, deixamos algumas estratégias que podem ajudar a trabalhar e a cuidar da sua autoestima:
- Seja consciente de si mesmo. Só podemos mudar aspectos de nosso comportamentos se antes fizemos um exercício para identificá-los. Desse modo, ao entender que estamos imersos em um discurso negativo ao redor de nossos corpos, poderemos trabalhar nisso.
- Evite se comparar. Há poucos costumes que envenenam mais a nossa autoestima do que o de se comparar. A alternativa é buscar possibilidades de crescimento.
- Canalize as energias do seu gênio interior. Foi Albert Einstein que disse que todas as pessoas são gênios, só que não são gênios na mesma área. Desenvolva seus interesses e encontre algum nicho em que esteja devidamente confortável.
- Exercite-se. Fazer atividade física libera endorfinas que farão você se sentir melhor imediatamente.
Lembre-se de que o processo de autoconhecimento e amor próprio nem sempre é fácil. Haverá dias em que será mais difícil adotar essas estratégias. Lembre-se de Bridget Jones, e de que o mais importante é manter e cultivar um bom amor próprio.