Ceder não é a solução

Ceder não é a solução

Última atualização: 28 junho, 2015

Acreditamos que a melhor solução ante as diferenças nas relações interpessoais é que alguma das pessoas envolvidas ceda frente à postura do outro.

A consequência óbvia é acabar com o conflito; a pessoa cedeu, “solucionando” o problema. No entanto, provavelmente estamos apenas postergamos a situação, porque simplesmente a “evitamos”, e não a solucionamos.

“Cedi frente à postura da outra pessoa e me adapto a outras ideias diferentes das minhas, que com frequência não aceito, mas me resigno, já que ceder não me faz feliz”.

Quando existem diferenças, procurar uma solução significa, em primeiro lugar, aceitar que somos diferentes e em nenhum caso pretender que a outra pessoa adote o meu ponto de vista. Se cedemos ou esperamos que a outra pessoa ceda, na verdade pretendemos “convencer” o outro do nosso ponto de vista. Se conseguirmos, o outro terá resignado ao nosso enfoque, na maior parte das vezes para não gerar conflitos. Portanto, ceder ou esperar que alguém ceda supõe não respeitar as diferenças e não respeitar a si mesmo.

Resignação e aceitação são duas coisas diferentes

Resignação equivale a ceder, a “deixar de ser eu mesmo em benefício da outra pessoa”. Nunca é a solução já que, em primeiro lugar, o conflito terminará aparecendo em outro momento, e em segundo lugar, a pessoa que se resigna não se sente bem, nem consigo mesma nem com a outra pessoa. A resignação sempre conduz ao mal-estar e à censura pelo que a pessoa fez pelo outro, sem nunca ser recompensada.

Ao contrário, quando aceito, não pretendo mudar a outra pessoa. E também não permito que me mudem. Portanto, procurar soluções supõe respeitar-nos e aceitar-nos tal como somos, sem esperar que a outra pessoa mude, nem ceda, nem se resigne ao meu enfoque.

Mas, então… Qual é a solução?

A solução passa por encontrar pontos em comum, chegar a acordos e consensos, criar algo novo, onde ambas as pessoas se sintam elas mesmas, respeitadas e contentes pelos resultados obtidos. Para isto, é importante dedicar tempo e ter uma comunicação adequada, onde ambas partes expressem suas emoções, sentimentos e opiniões, respeitando-as e aceitando-as como válidas.

Teremos chegado à solução quando nos sentirmos satisfeitos e felizes com o acordo, seja qual for o que tenhamos escolhido, porque é parte da contribuição de ambos. Nenhuma pessoa se impôs, nem tentou convencer a outra parte, nem houve censuras.

Encontramos a solução, sem ceder, quando não deixamos de ser nós mesmos. Juntos chegamos a algo diferente, maior, mais criativo, já que os acordos costumam ser novas propostas criadas por várias pessoas, que com frequência, superam as propostas individuais apresentadas.

 


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.