Cobertura universal de saúde: um direito urgente e decisivo

A cobertura universal de saúde não deveria ser um luxo. Todos deveriam ter acesso à cobertura médica, independentemente da sua situação financeira, raça, nacionalidade ou religião.
Cobertura universal de saúde: um direito urgente e decisivo
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

Em muitos países, a cobertura universal de saúde continua sendo algo isolado e pontual, um luxo. A realidade é que esta deveria ser a principal preocupação de qualquer sistema que se autodenomina avançado e até civilizado. Estamos falando do fato de que países desenvolvidos deveriam dar espaço, atenção e prioridade à saúde de todos os seus cidadãos, independentemente de seu status social ou econômico.

O sistema que escolhe privatizar seus serviços gera um sério impacto social tanto a curto quanto a longo prazo. Por causa disso, muitas vidas são perdidas. Os Estados Unidos, um claro exemplo de hegemonia econômica e uma das principais potências mundiais, estão entre os países que oferecem uma das menores coberturas de saúde. Cerca de 25% da população não pode arcar com os custos de uma consulta médica.

A realidade é que muitas famílias não têm plano de saúde. Como consequência, é impossível receber diagnósticos e tratamentos para doenças leves ou graves. Em muitos casos, o simples fato de quebrar uma perna ou dar à luz uma criança significa uma ruína financeira.

Da mesma forma, há outra realidade que não podemos ignorar: a dos imigrantes. Essas pessoas tiveram que sair de seus países devido a conflitos armados ou à falta de oportunidades em sua terra natal. Hoje, a falta de cobertura universal de saúde gratuita custa vidas. Nesses momentos, especialmente em um contexto de pandemia, o impacto pode ser devastador. Vejamos mais sobre isso.

Cobertura universal de saúde

Cobertura universal de saúde: a eterna conta pendente

Em 7 de abril de 1948, foi fundada a Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde então, comemora-se nessa data o Dia da Saúde. Ao mencionar isso, procuramos destacar a prioridade que esse órgão famoso e necessário busca. A OMS procura defender o bem-estar físico e mental das pessoas e promover a cobertura universal de saúde.

O que foi alcançado desde meados da década de 1950 até os dias atuais? Certamente, muito foi alcançado. Inclusive, sistemas universais de saúde gratuitos foram consolidados em vários países. No entanto, ainda existem grandes lacunas e territórios não conquistados quando se trata dessa questão. Tanto que a própria OMS afirma que cerca de 50% da população mundial não tem acesso a serviços básicos de saúde.

Os excluídos da saúde: uma população negligenciada

A saúde não é um fardo e também não deveria ser um luxo. A verdade é que a cobertura médica é um direito universal. Assim, os países que excluem aqueles com menos recursos ou de diferentes nacionalidades, raças ou religiões ainda têm um longo caminho a percorrer.

Nos países avançados, onde a cobertura universal de saúde é restrita, cada distribuidor, seguradora e hospital impõe sua lei. A indústria farmacêutica nem sempre prioriza o bem-estar das pessoas ou a erradicação total de certas doenças. Em muitos casos, seu único objetivo é criar um mercado, aumentar a demanda e competir.

Sem cobertura universal de saúde, todos nós perdemos

No Dia Mundial da Saúde, as organizações de saúde emitiram um alerta vigoroso. Elas afirmaram que o impacto do coronavírus em países sem cobertura universal de saúde seria devastador. E é exatamente assim que tem sido – devastador, para dizer o mínimo. Se os países que já têm esse direito estão entrando em colapso, imagine o sofrimento daqueles nos quais os sistemas de saúde são desiguais.

Poucos países estão técnica e pessoalmente preparados para lidar com os efeitos de uma pandemia. Aqueles que priorizam outras áreas há décadas sem dúvida sofrerão as consequências de negligenciar seu sistema de saúde. Porque sem uma boa saúde e cobertura universal (de qualidade) todos nós perdemos.

A saúde universal é um motor de desenvolvimento

A saúde universal é um motor de desenvolvimento, é um princípio de humanidade

A cobertura de saúde universal deve ser o pilar de qualquer sistema social. Ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, está longe de ser uma área em que se deve limitar o orçamento. Também não faz sentido deixá-la de lado para priorizar a assistência médica privada. O fato é que este é o principal mecanismo de desenvolvimento. Garantir sua qualidade e força é de extrema importância.

Além disso, a orientação política não desempenha um papel nesse ponto. O que realmente importa é a obrigação moral, ética e humana de não deixar ninguém para trás. Investir em saúde, tecnologias e recursos eficientes, pesquisa e desenvolvimento, tratamentos e prevenção, beneficia toda a sociedade.

Agora mais do que nunca, é hora de refletir sobre esse fato. As instituições de saúde e seus trabalhadores não podem ser negligenciados, não podem ser relegados a algo secundário. Atualmente, são eles que nos enchem de esperança. Aprendamos com o passado para fazer melhor no futuro.


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