Como agir diante dos medos das crianças?

O que fazer diante de uma criança que está com medo? Como ajudá-la nessa batalha contra monstros imaginários? Neste artigo, vamos falar sobre isso.
Como agir diante dos medos das crianças?
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 27 janeiro, 2023

Imagine que você está assistindo a um filme de fantasia com o seu filho. A princípio, você não tem dúvidas, já que escolheu um conteúdo para todas as idades. No entanto, suponha que um ser estranho apareça e seu filho tenha medo dessa coisa. Como agir diante desses medos das crianças?

Você sabe que é só um filme e que aquilo não é real. No entanto, a compreensão do mundo e a capacidade de raciocinar do seu filho é muito menor do que a sua. Por este motivo, explicar que o que ele está vendo ou ouvindo “não é real” e, portanto, não constitui uma ameaça, pode ser uma opção válida.

Agora, suponha que de nada adiante explicar à criança que o que ela vê não é real; ela ainda está com medo. O que você pode fazer? Talvez você pause o filme, por exemplo. No entanto, não se esqueça de que o medo pode permanecer láimplícito ou explícito em sua mente.

Usamos o exemplo de um filme, mas os medos das crianças podem ser muito variados. É comum que apareçam à noite, durante as horas de escuridão, quando elas têm que dormir sozinhas, por exemplo. Também poderíamos falar do medo de estranhos, de sair de casa… Os medos são muitos e muito variados dependendo de cada criança.

“Não tema a prisão, nem a pobreza, nem a morte. Tema o medo”.
-Giacomo Leopardi-

Menino com medo se escondendo

Como proceder quando a criança está com medo?

Os medos infantis são comuns. Por isso, é necessário que o pequeno se sinta apoiado. Dessa forma, ele terá mais confiança em si mesmo e eliminará facilmente os medos desnecessários. Para isso, o trabalho dos pais, professores, cuidadores, mentores, familiares e monitores é muito importante.

Evite medos desnecessários

É interessante não assustar desnecessariamente as crianças. Vamos evitar situações como ‘o bicho-papão vai te levar se você não for dormir’, por exemplo. Vamos deixar bem claro que os personagens de uma história, filme ou série são apenas isso, personagens inventados sem significado na realidade, ou pelo menos que eles têm menos significado do que acabamos dando a eles.

Não menospreze os medos das crianças

Vamos nos lembrar da empatia. Não podemos julgar o mundo com a nossa capacidade adulta e fazer com que a criança o enxergue da mesma forma. Temos que ter empatia, não minimizar seus problemas e, acima de tudo, não ridicularizar a criança ou zombar de uma situação que para você é pequena, mas que para ela é apavorante.

Não aumente o medo da criança

Se a criança sentir medo, é importante transmitirmos segurança. É melhor não ignorar seus medos ou mentir para ela. Sinceridade e honestidade ajudarão a criança a não sofrer. Na medida do possível, é preciso relativizar a verdade, para que ela veja que aquilo não é tão assustador quanto talvez tenha percebido a princípio.

Não a force a passar por situações que a deixem com medo

Se a criança sentir medo, enfrentar novamente o que a apavora não costuma ser a melhor solução. Na verdade, poderíamos alcançar exatamente o oposto e intensificar o medo. Por isso, é necessário que ela não seja obrigada a assistir a um filme que não deseja, a enfrentar um encontro com um cachorro, ir na montanha-russa ou entender uma história assustadora, para citar alguns exemplos comuns.

Não transmita o seu medo

Também é importante que os seus próprios medos permaneçam com você e não sejam transmitidos às crianças. Se você acha que isso pode acontecer, terá que enfrentar seus medos para reduzi-los e evitar que a criança também os sinta.

Não a insulte

Quando vemos a criança com medo de algo que consideramos bobo, podemos cometer erros como chamá-la de ‘covarde’, ‘medrosa’ ou ‘infantil’. Esta não é uma boa ideia. Além de não ajudar a criança, também faz ela se sentir mais insegura e incompreendida.

Não a deixe sozinha

Não é bom para a criança ter que enfrentar o medo sozinha. Ficar sozinha em um quarto escuro pode fazer com que a sua ansiedade cresça e com que esse medo se perpetue.

Não amplie o medo

Também não é bom aumentar os medos da criança. É importante que eles entendam que você os entende, mas exibições exageradas e excessos os farão acreditar que o perigo é maior do que eles imaginam.

Não ignore a criança

Nunca ignore a criança. Use a sua empatia, encontre a maneira mais lógica de explicar a situação para ela e de ajudá-la a lidar com o problema. Podemos julgar a realidade da ameaça que ela teme, mas não seu medo – o que é perfeitamente razoável com a sua percepção.

Criança com medo deitada no colo da mãe

Como agir diante dos medos das crianças?

Em resumo, como podemos agir quando a criança está com medo? Aqui estão algumas ideias que podem ser colocadas em prática para complementar o que já foi comentado:

  • Empatia. Como já mencionamos, é importante falar com a criança de forma franca, mostrando que não é ruim ter medo, mas que ele pode ser superado.
  • Suporte. Ofereça a sua compreensão e apoio e ajude-a sempre que puder.
  • Racionalização. Quando falar com a criança, racionalize a situação tanto quanto possível.
  • Calma. Mantenha a calma, pois isso também vai ajudá-la a se acalmar.
  • União. Esteja mais perto do que nunca para que ela saiba que você estará lá o tempo todo enquanto ela estiver com medo.

Essas recomendações podem ajudá-lo a saber como agir diante dos medos das crianças. Lembre-se de que, se a situação persistir, é aconselhável consultar um especialista.


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  • Fidalgo, M. J. (2006). ¿Quién ha dicho miedo?. Barcelona: Cuadernos de Pedagogía.


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