Como é a personalidade do seu filho?
De onde essa criança tirou essa personalidade? Certamente, você já se perguntou sobre isso mais de uma vez ao observar algumas das reações dos seus filhos. Você pode ter vários filhos, e cada um deles terá um gênio diferente que nunca deixa de nos surpreender.
Será que talvez possamos mudar a personalidade de uma criança? Em absoluto. Mas também devemos pensar que a personalidade se instala nas pessoas ao longo do tempo e de acordo com as experiências que elas recebem. Os pequenos nascem com um certo temperamento que devemos saber canalizar, potencializar ou corrigir para que sejam felizes. Para que aprendam a administrar as suas emoções adequadamente e se adaptem melhor à sociedade.
Sem dúvida, trata-se de algo complexo. Algo que exige dedicação, esforço, amor, paciência e um pouco de psicologia básica. Mas esta também é uma aventura que vale a pena. Vamos dar algumas pistas.
1. O FATOR HEREDITÁRIO REALMENTE EXISTE
Às vezes ficamos surpresos ao ver como as crianças são nervosas. De quem terão puxado essas reações inesperadas ou o seu gênio indomável? Nós não somos assim!… Estas são frases muito comuns que ouvimos dos pais. Mas, de alguma forma, nossos filhos herdam parte da nossa personalidade. Se olharmos para trás, talvez possamos ver muitos dos nossos gestos neles. Porém, o tempo nos fez mudar ou amadurecer.
Devemos aceitar que as crianças nascem com um temperamento particular e ele sempre estará presente. Porém, podemos redirecioná-las; podemos também aprimorar as suas virtudes e controlar as ações inadequadas. Se “deixarmos que façam o que quiserem”, se permitirmos que as birras continuem a aumentar, se não estabelecermos limites e exibirmos boas habilidades de comunicação com elas, esse temperamento “negativo” pode continuar a aumentar. Sua personalidade será construída ano após ano e, se oferecermos orientações adequadas e as redirecionarmos de forma lógica e equilibrada, poderemos criar filhos felizes. Certamente, pelo menos vamos tentar.
Mas, diante da dúvida quanto à personalidade ser herdada, a resposta é afirmativa. Há uma base, um substrato genético. Porém, a educação recebida e as experiências que tivermos vão fazer com que essa personalidade mude ou se construa pouco a pouco.
2. TEMPERAMENTOS INFANTIS
– Temperamento tranquilo
Em geral, esse temperamento é perceptível desde o nascimento. Trata-se de crianças alegres e pouco exigentes, que se adaptam facilmente às rotinas. Elas não dão trabalho excessivo durante a noite, conseguem se adaptar bem a novas situações e suas emoções e reações são bastante moderadas. Assim, não há drama ou reações agressivas ou caprichosas.
Estas são crianças dóceis e fáceis de lidar. Porém, não é por isso que devemos negligenciar o desenvolvimento da sua personalidade. Elas podem às vezes acabar sendo um pouco introvertidas, daquelas que escondem suas emoções. Também pode acontecer que elas tenham irmãos com uma personalidade um pouco mais complicada. Os pais geralmente se concentram nos irmãos mais “rebeldes”, pensando que essas crianças mais “calmas” não precisam de tanta atenção. Mas este é um erro, já que todas as crianças precisam do mesmo apoio, amor e dedicação.
Além disso, não é porque o seu temperamento é tranquilo que precisamos permitir ou conceder mais coisas. Por outro lado, sempre cuide para que expressem as suas emoções, não se isolem, sintam-se integradas….
– Crianças com adaptação lenta
São crianças um pouco reservadas que não se adaptam muito bem às mudanças. Elas são um pouco medrosas, muito apegadas ao pai e à mãe. Em geral, costumam ser bastante passivas e um pouco lentas, tímidas e precisam de muito tempo para fazer as coisas: levantar, vestir, amarrar os sapatos…
Os especialistas dizem que não devemos nos preocupar, pois, ao atingir a idade de 6 ou 8 anos, muitas crianças dão um salto maturacional e melhoram. Elas podem ter um pouco de dificuldade na aquisição do processo de leitura-escrita, mas, em geral, o seu amadurecimento acaba chegando e elas se desenvolvem bem com plenas habilidades.
Se o seu filho é assim, dê tempo a ele, incentive-o e seja paciente. Afinal, se ficarmos exasperados com a sua lentidão e chamarmos a sua atenção, podemos desenvolver filhos ansiosos e inseguros. Portanto, tenha calma, dê apoio e confie nele.
– O perfil combativo
Certamente isso soa familiar para você: desde que nascem são crianças muito choronas, um pouco irritáveis e muito geniosas. Elas têm dificuldade para adormecer e também para se adaptar a qualquer mudança. Tudo que é delas dá errado e elas ficam nervosas. São crianças exigentes, nervosas, que demonstram grande exagero para expressar tanto emoções alegres quanto tristes.
As crianças combativas geralmente vão de um extremo ao outro. Tão rápido quanto começam a fazer birra, podem correr na sua direção em busca de afeto. Elas te amam e te odeiam ao mesmo tempo. Então, como devemos agir diante desses temperamentos? Estabeleça diretrizes, rotinas e regras claras. Se fizerem birra, não dê atenção para que, dessa forma, elas possam perceber que não vão conseguir nada com essas reações.
Assim, seja exigente, mas mostre proximidade e compreensão, sempre conversando bastante com elas. Explique o porquê das regras que você definiu para elas e porque elas são punidas de vez em quando. Ensine-as a controlar a raiva e a ira, a canalizá-las. Explique também que devem pensar antes de agir. Tenha em mente que essas crianças podem se tornar pessoas muito criativas e independentes no futuro.
-Crianças ativas
Sem dúvida, podem nos cansar bastante. São crianças muito inquietas, que não param um segundo, que se interessam por tudo e que têm mil perguntas para fazer. Podem até mesmo ser imprudentes. Por isso, às vezes tendem a sofrer pequenos acidentes ao escalar até lugares que não deveriam, em busca do perigo.
Quando completam três anos, essa agitação se torna ainda mais exagerada, e sua personalidade pode ser tanto dócil quanto combativa. Por isso, de acordo com os pais, talvez sejam as crianças mais difíceis de lidar. É um psicólogo quem deve nos dizer se a criança talvez apresente o TDAH (transtorno de déficit de atenção com ou sem hiperatividade). Porém, nem sempre se trata de um transtorno. Estas simplesmente são crianças mais inquietas do que o normal, que exigem pais e mães mais pacientes, capazes de aceitar o seu ritmo.
Para educar, lembre-se sempre de que somos nós que devemos dar o exemplo. Assim, é importante agir com equilíbrio, calma, paciência e vontade de acompanhá-las durante esse processo de crescimento e amadurecimento.