Como prestar condolências?

Prestar condolências é um ato de empatia e amor para com o outro. Trata-se de acompanhar a pessoa na hora da dor. No entanto, além de ter boas intenções, qual é a forma certa de fazer isso?
Como prestar condolências?

Última atualização: 02 fevereiro, 2021

Certamente, todos já tivemos que comparecer a algum funeral, fosse porque conhecíamos o falecido ou porque precisávamos acompanhar um familiar ou amigo que estivesse passando por esse processo. Nesses momentos nos deparamos com a tarefa de prestar condolências à família (ou aos amigos) da pessoa falecida. Também podemos prestar condolências mesmo quando não vamos ao funeral (sobretudo agora, em época de pandemia). No entanto, qual é a melhor forma de fazer isso?

Existe alguma maneira ideal? É a mesma coisa fazer por telefone ou por escrito? O que devemos levar em conta? A seguir, compartilhamos algumas ideias para colocar em prática, ainda que o mais importante seja agir sempre de forma honesta, de acordo com o que sentimos, respeitando e entendendo a dor do outro. Trata-se de se conectar com a dor do outro e de estender uma mão amiga. Por fim, falaremos sobre algumas ideias iniciais para acompanhar pessoas que passam por processos dolorosos.

Mulher enlutada

Como prestar condolências?

Como prestar condolências? Para começar, devemos diferenciar uma série de situações, uma vez que prestar condolências por escrito, pelo telefone ou pessoalmente não é a mesma coisa.

Condolências por escrito

Quando optamos ou quando não temos escolha senão essa opção, seja porque não podemos comparecer ao velório, ao enterro ou mesmo por outras razões, prestamos condolências através de um cartão ou de uma carta de condolências. Os cartões de condolências são imagens que incluem alguma frase de condolência junto a um plano de fundo (geralmente um conjunto de flores).

Condolências por telefone

Ainda que essa talvez não seja a melhor escolha para os momentos de dor, às vezes não temos outra opção. Prestar condolências por Whatsapp costuma ser muito frio, por isso vamos priorizar o uso da ligação telefônica.

O melhor a ser feito é expressar o que sentimos com honestidade.. Devemos evitar recorrer a frases “comuns” e vazias. Não é preciso fazer um discurso enorme. Podemos simplesmente optar por “sinto muito pela sua perda”, “estou aqui para o que precisar”, etc. Isso também depende da relação que temos com a pessoa em luto.

Condolências presenciais

Talvez essas sejam as mais difíceis, ainda que, mais uma vez, devamos optar pela naturalidade e por expressar o que sentimos de forma sincera. Quando vamos a um velório e temos que prestar nossas condolências, o melhor é esperar até que a família esteja mais ou menos livre, num momento em que pareça que estão mais calmos. Assim, podemos nos aproximar e comunicar nossas condolências.

Não há uma frase “certa” para isso, mesmo que seja comum falarmos “meus sentimentos”. Podemos até usar essa frase, mas podemos adicionar mais coisas se sentirmos que é necessário. É uma escolha de cada um.

Nestas situações, da mesma forma que por telefone, recomendamos perguntar se a pessoa precisa de algo, oferecendo nossa ajuda, amparo, etc. Dependendo da relação que temos com a pessoa, nossas palavras podem ser acompanhadas de gestos como um abraço, um beijo ou um aperto de mão.

“Ainda que as palavras não consolem, espero que saiba que estou aqui por você.”

Como oferecer apoio diante do luto?

Além de prestar condolências, muitas vezes temos que encarar uma tarefa ainda mais complicada: oferecer apoio à pessoa durante o luto. Isso não significa simplesmente estarmos lá para “animá-la”, mas como propõe o psicólogo, divulgador e psicoterapeuta Luis Muiño, fluir junto da outra pessoa e acompanhar seu ritmo.

De acordo com ele, não existe uma técnica universal para acompanhar quem está de luto. No entanto, temos a seguinte sugestão: “Os que melhor acompanham são aqueles que não carregam expectativas prévias”. O que isso quer dizer? Quer dizer que devemos nos adaptar às necessidades da outra pessoa: “Se ela quiser ficar em casa chorando, ficamos em casa; se quiser comer, comemos; se quiser ir a uma festa, vamos”.

Ainda que pareça simples, fazer isso pode ser muito difícil, uma vez que devemos nos esquecer do nosso próprio ego, nossas expectativas e técnicas que costumamos utilizar. É preciso saber dizer: “Vou acompanhar a outra pessoa no que ela faz e no que ela precisa”.

O “efeito goma”

Também podemos aderir ao chamado “efeito goma”, ou seja, nos vinculamos a outra pessoa, fluímos com ela, mas permitimos que ela tenha seus momentos reservados. Ou seja, quando a pessoa me puxa, me aproximo; quando não, me afasto.

Devemos respeitar o ritmo dos outros, já que não há nada pior do que precisar de um espaço para estar em solidão e não dispor dele.

Apoio para enfrentar a morte de alguém próximo

Prestar condolências é algo muito pessoal

Depois de conferir alguns conselhos sobre como prestar condolências e mais algumas ideias a respeito de como acompanhar o luto, fica evidente que não existem fórmulas mágicas ou universais. Trata-se, simplesmente, de colocar a empatia em prática e expressar nosso afeto por quem sofre. De toda forma, prestar condolências não deve ser um tabu, tampouco uma atitude mecânica ou pré-elaborada.

É uma questão de comunicar para a pessoa em luto que sentimos muito pela sua perda e que estamos dispostos a acompanhá-la na dor. Quando a pessoa é mais próxima de nós, provavelmente é natural conversarmos brevemente, abraçar, beijar… E isso já está ótimo. Já com pessoas que não são tão próximas, podemos escolher as palavras: “meus sentimentos”, “sinto muito pela sua perda”, seguidas por um gesto de proximidade, como um aperto no ombro.

Acima de tudo, devemos ficar despreocupados se “desmoronarmos” com ou diante da outra pessoa. Chorar e sofrer são emoções completamente compreensíveis diante de uma perda e fazem parte do processo de luto. Além disso, são um modo de dizer: “estou aqui, sinto o mesmo que você e te entendo”. Isso nos permite validar as emoções do outro, fazendo com que a pessoa se sinta um pouco mais acolhida.

“Quando aqueles que amamos partem, deixam de viver conosco para viver dentro de nós.”


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