Conhecendo o enigmático Déjà Vu

Conhecendo o enigmático Déjà Vu

Última atualização: 29 julho, 2022

“Sinto que já vivi isso…” Essa é uma das frases mais utilizadas para se referir àquelas situações que, por algum motivo, parece que já vivemos no passado. Pode ocorrem em qualquer lugar e no transcurso de qualquer atividade: passeando, conversando num bar, assistindo um filme ou viajando de carro, e costuma se intensificar cada vez mais antes de desaparecer completamente.

Se você se identificou com as afirmações acima, ou se alguma vez já pronunciou a frase com a qual iniciamos o texto (ou alguma similar), significa que você já teve um déjà vu.

A atualidade do fenômeno

O termo déjà vu vêm do idioma francês e seu significado é “já visto”. No geral, acontece com 65% das pessoas, com uma maior preponderância em indivíduos de entre 15 e 25 anos. Pouco se sabe sobre esse misterioso fenômeno, já que se trata de uma sensação fugaz, repentina e que não precisa de uma condição médica para acontecer, o que a transforma num objeto de difícil estudo.

Hoje em dia, esse fenômeno continua sendo um enigma e um desafio constante para todos os campos da ciência que se relacionam com o estudo da mente, do corpo e da saúde humana.

Os pontos sobre os quais temos certeza

As certeza que se conhecem em relação a este fenômeno são muito poucas, vamos ver:

– O denominador comum é que todos somos conscientes de que está acontecendo um déjà vu, o que implica que é necessário contar com a participação de todo o cérebro para que ele aconteça.

– Pesquisas científicas demonstraram que o déjà vu provém de diversas alterações do lóbulo temporal, então uma correta estimulação do córtex rinal pode chegar a induzir esse fenômeno.

– Como é afirmada numa pesquisa publicada no Journal Clinical Neuriphysiology, a ação sincronizada do córtex rinal, do hipocampo (envolvido na criação de lembranças) e a amígdala cerebral (envolvida no aspecto das emoções) tem como consequência a formação de um déjà vu. Isso foi comprovado através de um estudo realizado em pacientes epilépticos, nos quais foi induzido o fenômeno mediante estímulos elétricos.

Teorias sobre como funciona o déjà vu

Existem várias formas de explicar esse fenômeno, a maioria delas provém do campo das neurociências.

Alguns especialistas afirmam que um déjà vu ocorre quando o nosso cérebro tenta gerar concepções integrais da realidade, mas com entradas limitadas. A memória funciona tomando fragmentos de informação sensorial com o objetivo de trazer ao presente uma lembrança específica. Neste caso, o déjà vu seria uma mistura dessas entradas sensoriais com as lembranças trazidas ao presente.

Por outro lado, uma teoria muito popular garante que o déjà vu é a causa de um mau funcionamento esporádico entre a memória de longo prazo e a memória de curto prazo, filtrando-se informação nos mecanismos de armazenamento e transferência. Isso quer dizer que, ao passar por uma nova experiência (armazenada na memória de curto prazo), poderíamos recorrer, inconscientemente, a uma lembrança antiga, combinando-a com a experiência do presente.

Existe, ainda, outra teoria similar que afirma que um déjà vu é um “erro no tempo”. Isso significa que a informação sensorial do presente pode estar rastreando uma experiência armazenada na memória a longo prazo, o que tem, como consequência, um atraso no processamento presente e uma interconexão com o passado sensorial.

Para concluir, ainda que a causa e os mecanismos precisos deste estranho fenômeno continuem sendo um mistério até hoje, não se preocupe caso ele aconteça, pois não há nada de errado com você. Muito pelo contrário, desfrute do momento e aprecie essa estranha sensação, que nunca deixa de surpreender.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.