Continuar ou terminar tudo?

Continuar ou terminar tudo?
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

Dedicado a todas aquelas pessoas que sofreram por amor até limites que nunca devemos deixar que os demais ultrapassem.

Há muitos momentos na vida nos quais é preciso decidir entre continuar ou terminar tudo, não há outro remédio.  O amor, possivelmente, é um dos assuntos mais complicados para tomar decisões. Nos sentimos divididos entre o que nosso coração diz, com suas incessantes batidas, que não podemos deter nem controlar, e o que nossa razão nos recomenda.

Por isso, quando o coração bate forte, mas também sangra, grita e sofre, talvez o melhor seja dizer adeus a esse amor. Porque somos como um barco à deriva se não amarmos a nós mesmos em primeiro lugar.

Se perdermos nossa autoestima por causa do tratamento que recebemos de alguém que acreditávamos que nos amava, entramos em um grande oceano sem saída, e isso não podemos permitir.

barco

Ninguém pode nos ferir enquanto nós não permitirmos. Porque o amor da nossa vida somos nós mesmos, e às vezes é necessário dizer adeus a um amor…

Há momentos em que esse amor fere, parte nossa alma, não nos faz feliz, não nos respeita nem nos compreende.

  Há momentos em que esse amor não sabe estar ao nosso lado nos maus momentos; nos confunde e nos faz perder a razão… devemos nos despedir dele, mesmo que fiquemos destroçados por dentro…

O amor, às vezes, não pode ser explicado com palavras, só pode ser sentido e só pode ser compreendido por quem já viveu isso alguma vez na vida. E é que, talvez, só possamos chegar a traçar humildemente e com algumas palavras o seu significado. O amor chega como um redemoinho cheio de ilusões, de emoções e de sentimentos que fazem com que nos sintamos alegres, vivos, renovados…

É gelo ardente, é fogo gelado,
é ferida que não dói e não se sente,
é um bom sonho, um mal presente,
é um breve descanso muito cansado.
É um descuido que não é cuidado,
um covarde com nome de bravo,
um andar solitário entre a gente,
um amar somente ser amado.
É uma liberdade encarcerada,
que dura até o próximo ataque;
doença que cresce se for curada.
Este é o amor novo, este é seu abismo.
Olhe! Que amizade teria com nada
aquele que em tudo é o contrário de si mesmo!

– Francisco de Quevedo –

Mas, às vezes, tudo vira ao contrário. Se, em muitas ocasiões, nós não compreendemos nem a nós mesmos, se estamos cheios de contradições, tentar nos coordenar com um par pode representar um caminho difícil, sim, muito difícil… e quando começa a quebrar nossa estabilidade e nossa paz interior, não temos outro remédio além de dizer adeus…

Porque eu me amo, porque tenho estima por mim, porque me respeito e preciso do respeito dos demais. Porque me sinto seguro do que quero e, sobretudo, do que não quero, por isso lhe digo adeus… e, como em outros momentos da vida, tudo fica e tudo passa…

Fica a experiência, a lição aprendida e passa a dor. Porque o tempo cura tudo e porque trata-se de ser feliz e, ainda que simples e muito comum, é verdade o ditado de que “Antes só do que mal acompanhado” .

Por isso, aprender a amar a nós mesmos é primeiro passo para não perder o norte, para que não nos tratem como marionetes no amor. Não destroce seu coração, sua alma e sua mente por um amor que realmente não é real. Ame-se.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.