A covardia nos envelhece mais do que o tempo

A covardia nos envelhece mais do que o tempo

Última atualização: 29 julho, 2022

Envelhece mais a covardia do que os anos inscritos nas rugas faciais. Pesam mais os sonhos interrompidos por falta de decisão do que um século inscrito em um olhar ou uma boca que amou quando viu a ocasião. Porque quem não arriscou quando pôde por medo ou por orgulho sente um vazio na alma, um espinho em seu coração.

Falamos sem dúvida de esperanças perdidas. Algo curioso que repetem bastante é que “todos os dias passam trens para os que sabem esperar” ou “as oportunidades voltam para quem sair à procura delas novamente”. Mas também devemos ser conscientes de que há certas coisas para as quais não existem segundas oportunidades. 

A covardia, a falta de valores ou o medo são fatores de peso que põem cordas nos nossos pés e correntes na nossa mente. No entanto, antes de lamentar por tudo aquilo que você não viveu por causa da indecisão, é necessário ver de outro modo a nossa linha temporalNão há inícios nem fins. Existe algo contínuo com novos recomeços que devemos saber integrar com as abordagens psicológicas adequadas.

Propomos que você descubra essas abordagens conosco neste texto.

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Se foi covardia, já faz parte do passado: é preciso seguir em frente

Talvez tenha sido covardia. Pode ser que o orgulho tenha nos cegado demais perante aquele amor, e agora só nos restam a vontade, a tristeza e o arrependimento. É possível que tenha sido o medo. Um pavor profundo de arrancar as nossas raízes, de cruzar as nossas fronteiras pessoais para dar início a novos projetos, novas vidas que nos teriam dado mais felicidade. Quem sabe…

No entanto, antes de cairmos em uma situação de melancolia obsessiva do “que teria sido a minha vida se…”, é necessário reestruturar este enfoque de um modo mais integrador. A “síndrome dos trens” perdidos é algo que todos nós já sofremos ou que iremos sofrer em algum momento da nossa vida. Todavia, temos que ter em conta que estes modelos mentais e estas derivações emocionais ancoradas ao passado condicionam de forma irremediável a qualidade do nosso presente. 

Um interessante artigo publicado no “American Journal of Psychology” denominado “Nostalgia: retirada ou apoio nos momentos difíceis”, explica que os fatos do passado, as decepções ou até mesmo os trens que deixamos escapar por falta de decisão agem em muitas pessoas como “fôrmas subconscientes”. Eles nos determinam, colocam muros no nosso presente e condicionam de maneira irremediável o nosso futuro.

Isso não é o correto, temos que avançar com certezas e sabedoria…

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Foque a sua vida em círculos, e não em uma linha reta

Peter Senge é um famoso economista, pedagogo e catedrático da Universidade de Stanford, famoso pelas suas teorias de sistemas e por uma perspetiva mais humana e flexível sobre as organizações. Apesar do seu trabalho estar direcionado para o campo empresarial, as suas teorias são igualmente esclarecedoras e maravilhosas se forem aplicadas no campo do desenvolvimento pessoal.

O doutor Senge propõe o seguinte: deixar de olhar para as nossas vidas como uma linha reta. Ver desta forma supõe arrastar o passado para o presente e inclusive projetá-lo para o futuro. É claro que somos tudo que vivemos, tudo que aconteceu e até tudo que sofremos. No entanto, por vezes basta mudar um pequeno detalhe do pensamento para ver e sentir as coisas de outro modo.

Para colocar o ponto final em um ciclo e avançar com maior integridade devemos “fechar círculos”. E é nesse círculo do passado que devem ficar a covardia, o medo, os sonhos interrompidos, para criar outro novo. Cada etapa da nossa vida deve ser um círculo novo e mais forte onde podemos usar o que aprendemos. Iremos explicar mais detalhadamente a seguir.

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A vida são círculos que se encaixam em uma corrente

Continuamos mantendo a imagem de algo contínuo, só que agora a linha reta é formada por círculos, e em cada um deles está contida uma etapa da nossa existência. É como uma corrente, como uma joia cheia de pedras preciosas de várias cores.

  • Se o visualizarmos durante um momento, captaremos a magia da ideia. Para avançar com maior aprumo, é necessário fechar corajosamente cada círculo da nossa vida. O elo seguinte da nossa corrente se inicia com um novo círculo onde somos criadores do que queremos adicionar nele.
  • Agora, temos quer ser conscientes de que há coisas que não vão poder continuar iguais. Nos círculos anteriores ficarão pessoas que já não vão voltar. Ficarão também projetos que não podem mais ser iniciados. Porém, irá aparecer à sua frente uma nova tela que merece ser aproveitada com tudo o que você aprendeu, viu e sentiu.

A covardia desapareceu para sempre nesses círculos do passado. Agora você é uma pessoa nova que se permitiu crescer, que se sente bem consigo mesma e que, acredite ou não, continua em movimento, continua se transformando em algo maravilhoso sempre que quiser e puder. Vale a pena tentar!


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.