Cyberbullying na sala de aula, o que eu faço?

Você já se sentiu perseguido na escola? Milhões de crianças são humilhadas e assediadas por seus colegas todos os anos. É por isso que hoje queremos falar sobre o que podemos fazer para evitar o cyberbullying.
Cyberbullying na sala de aula, o que eu faço?
Gorka Jiménez Pajares

Escrito e verificado por o psicólogo Gorka Jiménez Pajares.

Última atualização: 17 junho, 2023

Você já se sentiu perseguido em sala de aula? Infelizmente o bullying sempre existiu, o que acontece é que agora ele rompe paredes que antes serviam de proteção. WhatsApp, Instagram, TikTok e outras redes sociais são ferramentas que são usadas para tornar executar atos maliciosos. O bullying e o cyberbullying na sala de aula têm o potencial de criar feridas que ficam gravadas no cérebro das crianças.

A realidade exige reflexão sobre o que realmente é o bullying. Bullying é o conjunto de comportamentos que envolvem a perseguição, tanto física e verbal, quanto psicológica, de um aluno. Essas agressões podem ocorrer de uma pessoa para outra ou de um grupo para uma pessoa, que é escolhida como vítima de ataques repetidos.

“Nas últimas duas décadas, testemunhamos uma maior consciência e consciência social do conflito escolar”.

-Lucas-Molina-

Criança chorando devido ao bullying cibernético de pessoas que se aproveitam de sua ingenuidade.
O cyberbullying prejudica a autoestima das crianças, bem como sua capacidade de se relacionar.

Cyberbullying na sala de aula

O assédio engloba um conjunto de ações intencionais e negativas que colocam o assediado na posição de vítima. Além disso, no bullying podemos identificar três componentes: a intenção na agressão, o caráter repetitivo da ação e o desequilíbrio de poder entre o agressor e a vítima.

Cyberbullying é um subtipo de bullying. Caracteriza-se porque a agressão ocorre por meio de smartphones e redes sociais. Consequentemente, seu alcance é maior porque a agressão é tornada visível por mais pessoas, e a vítima não consegue escapar da situação em que está sendo assediada, humilhada e intimidada. Frequentemente, o infrator se esconde no anonimato que a internet pode proporcionar e fica invisível. O assédio nas redes sociais pode até ser permanente.

Estudos indicam que os alunos se sentiriam menos inclinados a praticar bullying em contextos menos permissivos com esse tipo de comportamento. Ao mesmo tempo, níveis mais elevados de bullying foram observados em turmas com maior número de alunos. Pelo contrário, níveis mais baixos de bullying foram observados em turmas em que os alunos se sentem apoiados e têm um bom relacionamento com os professores.

“Espaços com climas seguros, positivos e aconchegantes, que tenham regras claras e partilhadas contra o bullying, são fatores de proteção contra o cyberbullying”.

-Morin-

O que fazer? Algumas recomendações

Os dados que tratamos indicam-nos que cerca de 90% das vítimas sofrem bullying nas suas duas modalidades: a tradicional presencial e o cyberbullying . Por isso, especialistas têm proposto que a melhor abordagem é promover sua prevenção, educando-se sobre como “estar mais seguro na Internet” e aspectos relacionados à cidadania digital.

Entre as recomendações para a prevenção do bullying estão as propostas por Fonseca (2021):

1. Adotar uma abordagem abrangente (whole-school-aproach) é fundamental

Iniciativas envolvendo toda a comunidade educacional têm mais chances de reduzir o cyberbullying. Além de intervir na sala de aula, é importante oferecer educação preventiva para professores, familiares e outros funcionários.

“O empenho e envolvimento da escola na prevenção do bullying e do cyberbullying são fatores importantes que contribuem para a sua redução e para isso é essencial o apoio das administrações públicas competentes.”

-Sainio-

2. Começar no ensino fundamental

Quanto mais cedo começar a prevenção, melhor. Além disso, é preciso levar em consideração as características evolutivas dos alunos, como o papel desempenhado pelo grupo de pares ou o papel dos familiares de acordo com a idade.

A pesquisa sugere que a eficácia dos programas de prevenção diminui à medida que os alunos envelhecem. Esta é uma das razões pelas quais se verifica um aumento de casos em alunos do ensino médio.

Prevenção significa interromper o problema antes que ele ocorra. Se implementarmos programas de prevenção do cyberbullying no ensino médio, não estaremos a prevenir, mas sim a intervir. O objetivo é erradicar o bullying.

3. Perspectiva de gênero

Segundo especialistas, é preciso fazer prevenção com perspectiva de gênero. Os meninos costumam ser os que mais desempenham o papel de bullying, enquanto as meninas sofrem mais com o cyberbullying.

Existem diferenças de gênero no bullying. Elas têm pouco a ver com a socialização ou com as expectativas comportamentais associadas a meninos e meninas, mas com o fato de os meninos em seu processo natural de socialização usarem a agressão para exercer poder nas relações dentro de seu grupo de pares.

“A maior empatia observada nas meninas pode desempenhar um papel protetor, enquanto o maior risco dos meninos ao atingir a puberdade pode ser um fator de risco”.

-Lucas-Molina-

Garota assistindo vídeo de cyberbullying
O cyberbullying pode levar à ansiedade e à depressão.

4. Fortalecer o vínculo entre os alunos e com a escola

O bullying é frequentemente realizado em grupo. Cerca de 90% das situações de bullying ocorrem habitualmente entre pares do mesmo grupo, pelo que é fundamental promover relações positivas entre pares através de atividades participativas.

Entre as atividades que podemos incluir está o trabalho cooperativo, que melhora aspectos da relação “aluno-aluno” e “aluno-professor”. Além disso, antes de promover um clima seguro, caloroso e positivo em sala de aula, é muito importante que o vínculo dos alunos com a escola seja tal que os deixe satisfeitos. O sentimento de pertencimento à instituição é um fator relevante para esse fato.

“Não pode haver convivência escolar sem uma real inclusão educacional”.

-Llorent-


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Pedrero, F. E. (2021). Manual de Tratamientos Psicológicos. Infancia y Adolescencia. Pirámide.
  • Rivadulla López, J. C., & Rodríguez Correa, M. (2019). Ciberacoso escolar: experiencias y propuestas de jóvenes universitarios. RIED. Revista iberoamericana de educación a distancia.
  • Ramírez, F. C., & Hernández, F. J. R. (2017). Medidas relativas al acoso escolar y ciberacoso en la normativa autonómica española. Un estudio comparativo. Revista Electrónica Interuniversitaria de Formación del Profesorado, 20(1), 113-126.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.