As definições limitam

As definições limitam

Última atualização: 23 maio, 2015

Definir uma pessoa geralmente a limita, pois os seres humanos são muito mais do que uma simples definição. Às vezes, uma pessoa pensar que é de um determinado jeito e não ser bem assim. Por exemplo, podemos rotular alguém como “folgado”, porque ele ou ela não é uma pessoa trabalhadora, não gosta de fazer muitas coisas, acha difícil começar algo, levanta tarde, etc. No entanto, é preciso checar se esse jeito de ser está sendo produzido por tristeza ou falta de motivação.

Há muitas pessoas que são tachadas como folgadas quando, na realidade, simplesmente ainda não encontraram essa faísca para a vida, que as motiva para levantar e trabalhar por um objetivo que as deixe feliz. Por isso, as definições limitam. Cada maneira de se comportar tem um motivo, afinal, nós não nascemos prontos, vamos nos moldando e nos adaptando ao ambiente.

Nem sempre são os outros que costumam rotular os demais. Muitas vezes, são as próprias pessoas que se colocam uma definição. Não somos uma coisa estática; dependemos de muitos fatores, do ambiente, da situação, etc.  As palavras não chegam até a profundidade do que é um ser humano. No momento em que ele é definido, perde a essência mais importante.

A maneira de agir, os triunfos e fracassos, os títulos, os hobbies, são pequenas coisas que acompanham a pessoa, mas há algo muito mais extenso e excelente em cada ser humano. Não devemos definir e lhe colocar rótulos estáticos.

Não somos uma pedra imóvel. Vamos nos moldando com o passar dos anos. As definições muitas vezes impedem que a pessoa mude, pois ela se apega ao que acredita que seja verdade. Quantas vezes ouvimos ou nos colocaram algum rótulo? Se estivermos conscientes de que não somos feitosde uma maneira fixa, os rótulos não vão nos limitar porque estaremos em contínuo descobrimento de nós mesmos e vamos crescer como pessoas.

As definições limitantes nas crianças

Já nos impõem rótulos desde que somos crianças. Nas escolas  há os estudiosos, os bons, os ruins, os bonitos, os feios, os desastres, etc…

Entre os amigos há a tendência de se colocarem rótulos, e isso continua ocorrendo na idade adulta. Por exemplo, pessoas que não eram muito bonitas e, com a idade, se tornaram mais atraentes, tenderão não acreditar porque já trazem o rótulo desde a infância de que não eram bonitas.

Se nos dermos conta de que a programação mental que temos é muito influenciada pelas experiências passadas e pelas definições que recebemos ao longo do tempo, veremos que está em nossas mãos começar a nos valorizarmos de uma forma mais profunda, sem definições, culpas ou negatividades.

Os pais habitualmente rotulam seus filhos em função de como estão na escola. Assim, isso não mudará porque já lhe foi formada uma definição e eles acreditarão ter nascido assim. Se um estudante ruim já vê que, na sua própria casa, tem o rótulo de desastre, não fará esforço para mudar. Para que? “Se os meus pais já tem essa ideia de mim e não acreditam que possa ser de outra forma”.

Em troca, se os rótulos são eliminados e os resultados das ações não se unem à pessoa, mas sim à situação ou à etapa, as coisas talvez podem ser diferentes. Uma criança se olha pelos olhos dos seus pais; ela não tem as ferramentas para ser independente e ter uma opinião própria de si mesmo.

Não é a mesma coisa um pai dizer ao seu filho “você é um desastre e péssimo estudante, terá seu castigo e pagará pela sua péssima nota” do que “esse ano você repetiu, mas sabemos que é inteligente e poderia fazer melhor, vamos ver o que podemos fazer para que melhore no próximo ano” e negociar, educar, estabelecer objetivos com recompensas, etc…

Na primeira frase, rotula-se como desastre e mau aluno, portanto se une a valia pessoal aos resultados acadêmicos obtidos. Dessa forma, se dá por entendido que não se pode mudar. Na segunda frase, os maus resultados não são unidos à pessoa, mas a um mal ano, e se dá a opção de mudar confiando no valor da pessoa.

Se alguns pais acreditam na mudança de seu filho e valorizam isso, ele também acreditará e valorizará a si mesmo. Tratar uma criança de uma ou outra maneira pode fazer com que seja formado um comportamento conflitivo, sem opção de mudança, ou um comportamento confiante, com uma autoestima sadia.

Quem somos?

A grande pergunta é: “Como nos definimos? Com base no que?”. O mais saudável seria responder com base nos valores humanos, já que são coisas que podem permanecer no tempo e não se perder. Se, por exemplo, você se define pelo que tem, profissão, etc., ao longo do tempo isso poderia se perder. Por isso, jamais deve-se juntar o valor pessoal a coisas instáveis.

O saudável e seguro seria se unir a valores humanos, como a honestidade, humanidade, generosidade, etc. Se nos definirmos a partir dos valores positivos que possuímos, teremos uma base sólida que não poderá ser destruída com o tempo.

Somos quem queremos ser e transformamo-nos no que acreditamos que somos. Portanto, mantenha seu pensamento positivo. A mente é uma máquina muito poderosa: coloque-a a seu favor, acredite em você, ame-se e não se defina em excesso, já que somos muito mais que algumas palavras. Somos seres humanos muito complexos e extraordinários, e não temos definição porque estamos em contínuo crescimento e mudança pessoal.

Foto cortesia de Vanessa Kay e David Robert Bliwas


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