A depressão na mulher

A depressão na mulher

Última atualização: 27 julho, 2015

“A tristeza é uma doença em que cada paciente deve se tratar a si mesmo”.
Voltaire

Como mulher, sempre tive interesse no universo feminino e em como e por que as mulheres têm respostas que diferem das dos homens em muitas ocasiões.

O artigo intitulado “Por que os homens são tão diferentes de nós?”, baseado no livro “O cérebro feminino” da professora de neuropsiquiatria Louann Brizendine me serviu de inspiração para a redação deste artigo.

Neste caso específico, me interessava conhecer e trazer ao conhecimento dos leitores, a partir da minha humilde posição, o tema da depressão nas mulheres.

Esse é um tema muito importante no âmbito da psicologia e da psiquiatria, tanto para mulheres quanto para homens, e não em vão a depressão ganhou o apelido de muitos especialistas de “O resfriado da psiquiatria”.

Em geral podemos dizer que 1 em cada 10 pessoas já sofreu ou sofrerá de depressão alguma vez ao longo da sua vida e que as mulheres têm o dobro de chances de padecê-la em comparação com os homens, por condicionantes próprios da mulher como a puberdade, a gravidez, o pós parto ou a menopausa.

As últimas pesquisas dão uma série de indicadores de por que a mulher é mais propensa à depressão do que o homem.

– A genética. Uma mulher com antecedentes familiares de depressão tem mais probabilidade de desenvolver a doença, embora este não seja um fator determinante. Muitas vezes é preciso que haja uma combinação entre genética e fatores psicológicos para que a mulher padeça de depressão.

– Os hormônios. As mudanças hormonais que sofremos são um prato cheio para a depressão, já que influenciam a química cerebral e portanto as nossas emoções. Quais são os momentos mais propícios na vida da mulher em que os hormônios tem um papel fundamental na hora de desenvolver uma depressão?

– A puberdade. A aprovação por parte do resto do seu grupo de amigos, especialmente dos garotos, no que se refere ao seu aspecto físico, além do fato de as meninas serem, com maior frequência, o alvo de abusos sexuais ou maus-tratos, são as principais causas. Uma pesquisa demonstrou que 70% das garotas sofrem de depressão em comparação com apenas 14% dos meninos.

– Transtorno disfórico pré-menstrual. Na semana que antecede a menstruação as mulheres com este transtorno sofrem alterações na química cerebral que podem levá-las a padecer depressões.

– Depressão pós-parto. As mudanças hormonais, enfrentar uma nova vida e a responsabilidade de criar um filho são outras das causas de depressão na mulher. Contudo, é preciso não confundir o “baby blues” que ocorre muitas vezes depois do parto com uma depressão.

– A Perimenopausa. Precede a menopausa e pode conduzir a uma depressão devido às mudanças hormonais que o organismo sofre durante esse período.

– A Química cerebral. Os desequilíbrios nos neurotransmissores como a dopamina, a serotonina ou a norepinefrina predispõem o surgimento desta doença.

– Como resposta ao estresse. Há situações especialmente estressantes e/ou tristes na vida como a perda de um ente querido, a perda de trabalho, os maus-tratos físicos e/ou psicológicos… É preciso considerar que as mulheres, em geral, tendem a ruminar mais que os homens qualquer problema de modo que este tipo de situação também favorece o surgimento da depressão.

– As pressões socioculturais. A mulher atual sente a pressão social de ter que ser uma espécie de “Mulher Maravilha”, alguém de sucesso no trabalho, a esposa perfeita, a mãe ideal e ainda alguém com um bom físico e aparência. Esta pressão muitas vezes leva à depressão.

– A expectativa de vida. A expectativa de vida da mulher é maior que a do homem, portanto ela terá mais tempo para desenvolver esta doença.

– A maior quantidade de mulheres que procuram ajuda. A mulher tem menos dificuldade para expressar os seus problemas e consultar os especialistas, por isso são conhecidos mais casos de mulheres com depressão do que de homens.

 


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