Desmitificando o amor romântico

Desmitificando o amor romântico

Última atualização: 01 agosto, 2016

Amor romântico: um compromisso que não vê limites, nem sequer depois da morte, uma paixão arrebatadora, uma cumplicidade perfeita, passarinhos cantando… Velas, luz baixa, música, se possível uma melodia sensual, um casal apaixonado abraçado, contemplando-se trocam votos de devoção apaixonada e intensa. Utopia? Impossível?

Dessa maneira imaginamos o amor ideal, ou melhor, o comportamento de um casal ideal. No entanto, o romance romântico e perfeito é impossível e esperá-lo apenas nos conduzirá a desilusões amargas.

Até que a morte nos separe? Deveríamos reaprender a nos apaixonar e deixar de lado esse instinto de educação romântica que absorvemos desde a infância através dos contos de fada.

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Adeus ao amor romântico à idealização do vínculo amoroso

A crença no amor romântico tem uma comitiva de conceitos aliados que convém revisar. Vejamos os principais:

  • O amor à primeira vista: se entendemos de verdade o amor, sabemos que esse sentimento requer tempo para se desenvolver. É possível sentir atração ou desejo por uma pessoa à primeira vista, mas o amor requer tempo para que se revelem aquelas qualidades dignas de serem amadas, de criarem satisfação mútua e enriquecimento.
  • Estar loucamente apaixonado é outra frase que escutamos (e dizemos) com frequência. No entanto, a fase da paixão ou “da insanidade temporária” não pode ser mantida por muito tempo. A razão fundamental é que não é adequado à nível fisiológico (alteração constante) nem à nível social-pessoal (acabaríamos nos descuidando muito por estar pensando em nosso amor ou por estar ao seu lado).
  • O amor verdadeiro deve ser como um conto: Cinderella é um bom conto, bonito e metafórico, mas se esconde atrás de um esquema amoroso insano. Na vida real, o príncipe encantado e a linda princesa muito provavelmente teriam misturado os seus papéis e descobririam que as suas condições são tão diferentes que muitas vezes gerariam conflitos.
  • Os bons homens consertam a casa e as boas mulheres lavam a roupa:  felizmente começamos a ter consciência e lutar contra o colapso que geram os estereótipos sexuais rígidos. Isto é feito para dar ênfase à individualidade e à igualdade, pilares essenciais de um relacionamento.
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Em defesa das relações reais

O próprio conceito de um casal real determina cada membro em conjunção com seus ideais, qualidades, capacidade de reflexão e sua maneira de viver os sentimentos e emoções que o caminho compartilhado gera. Ou seja, um casal ideal e real é aquele que constrói a si mesmo.

Frequentemente nos encontramos com pessoas que determinam com uma facilidade enfadonha que se você não tira fotos se beijando com seu namorado, não posta mensagens românticas no facebook, não determina sua vida por um interesse comum e que não depende da pessoa que ama, então o seu relacionamento não é real ou saudável.

Mas é possível ser compatível sem ter que publicar algo nas redes sociais, estar todo o dia juntos, sentir a necessidade de se beijar de maneira constante, passar as noites abraçados ou de acender velas para uma noite romântica.

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Às vezes pode parecer errado quando alguém não adere a esses padrões, mas se escutarmos, perceberemos que este é um esquema que ataca nossa autonomia e nossas relações.

Devemos ser o casal que quisermos ser ser, porque a pluralidade e a individualização dos relacionamentos é o que concede o status de real. Claro que isso é verdade sempre e quando essas trocas sejam baseadas no respeito pelo crescimento pessoal.

Cada pessoa tem suas particularidades e com elas se constrói um amor diferente entre duas pessoas. O amor verdadeiro não é o romântico, mas o que se origina dessa liberdade e carinho mútuo; ou seja, o sentimento que dá asas para voar e motivos para ficar.

 


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